sábado, 22 de dezembro de 2012
Magia
E no Natal é tudo muito mais mágico e no Natal, apesar dos dias cinzentos, tudo parecer ter mais cor, e no Natal queremos e gostámos de ver todos à nossa volta bem, gostámos de ajudar os necessitados, e no Natal queremos estar perto dos que gostámos e fazemos questão de lhes dizer o quanto nos são importantes, e no Natal sentimos ainda mais a falta dos que cá não estão, e no Natal toda a gente é mais feliz. Ora portanto , e a ter em conta o facto de não acreditar em magia e de que as prendas não mais são que pequenas surpresas, parece-me uma questão de espírito, de motivação, de vontade. Só vos deixo um desejo neste Natal, que seja Natal todos os dias, porque só depende de vocês!! Feliz Natal!
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Natal
"É Natal, é Natal
Tudo tem mais luz
É Natal, é Natal
Já nasceu Jesu…
Oooh diacho! Mas o que é que isso tem a ver com o Natal?
Boa pergunta! Vamos ver.
Reza a lenda que neste dia nasceu Jesus, filho de Maria
E filho de José… Bem, filho, FILHO, não é
Mas ele gostava muito do menino
Pois era filho do Espírito Santo, era obra divina.
Seguindo a estrela guia iam 3 Reis magos
Trouxeram prendas para celebrar com alegria
E desde então as comemorações duram 90 dia… Não! Não é.
Vamos então voltar ao raciocínio. O Natal é tempo de paz e alegria e nada melhor do que demonstrar isso, num ambiente onde impera o espírito consumista, em tempo de crise, onde as pessoas podem passear em frente a vitrinas, ver tudo o que não podem comprar e evitam desejar. É deixar as compras para o fim só para poderem apreciar aqueles momentos especiais em que estão entre estranhos a acotovelarem-se para conseguir comprar aquela última prenda que tem mesmo de ser, sendo garantido que quem a receber vai dizer com toda a alegria: “Ah… dá jeito”. E tudo isto envolvido com decorações e música ambiente embebida de espírito natalício e nada repetitiva.
Ora isto começa quando? Outubro, que, como toda a gente sabe, é aquele mês em que o Natal faz sentido. É que chegamos a 25 de Dezembro cheios de energia e vontade de celebrar o dia em que o velho de vermelho desce a chaminé para dar prendas a quem se portou bem… Ah, esperem.
Hoje em dia já não se ensina isso às crianças. Não, a ideia de um velho desconhecido dar prendas aos meninos que se portam bem é demasiado infantil e perigosa. Para alguns pais é a questão de não quererem que os filhos digam coisas tão estúpidas como: “Eu acredito no Pai Natal” ou “Sou uma criança que não pode desenvolver a sua imaginação para não envergonhar os meus pais quando eles estiverem a forçar-me a repetir coisas que não percebi mas que me obrigaram a decorar para parecer inteligente e eles poderem pavonearem-me aos amigos e desconhecidos”.
Para outros é o perigo do bicho papão do século XXI, o pedófilo. Isto é o que acontece na cabeça destes pais se ensinarem aos filhos o mito do Pai Natal: “OH, OH, OH, criancinha, estás por aqui sozinha? Onde estão os teus pais? Não estão aqui? OH, Oh, ooooh… e tu foste um bom menino, criancinha? Sim? Queres que eu te dê um docinho, meu pequenino?” – e depois só ficam a saber quando a criança lhes disser: “Mamã, papá, (coça a cara) hoje vi o Pai Natal! Ele apareceu e eu disse: ‘Oh, Pai Natal o que me trouxeste como prenda?’ E ele disse: ‘Herpes’ – Isso é o quê?”
Ter medo dos pedófilos é tão 2003, hoje em dia o maior medo dos vossos filhos não é serem abusados por velhos nojentos, é serem amigos da avó no facebook:
“Oh meu pequerruchinho, quem é esta menina? É a tua namorada, é? É a tua namoradinha? Parece impossível, ainda ontem, parece-me, andavas tu a correr todo nu pela casa da avó, com a piroquita a dar a dar e a espalhar cocó pelas paredes depois de teres feito xixi na tua roupinha. Olha! Acho que tenho aqui algumas fotos disso, vou procurar e perguntar ali ao vizinho como é que se põem fotografias aqui nisto. Ai que riqueza, este meu menino.” – Eu também tenho medo.
Mas então o que é o Natal? É tempo da família? É tempo para mimar os nossos entes queridos com prendas? É trazer um bocadinho de alegria polvilhado com magia à imaginação das crianças? É celebrar o nascimento do menino Jesus? Se sim, lembrem-se que os presépios estão desactualizados, o burro e a vaca estão fora, porque o Papa sabe que vocês não são estúpidos e nunca iriam acreditar que num estábulo há animais… já mães virgens e um “pai” crédulo é garantido. É caso para pensar em que vaca e burro estaria o Papa a falar!
Mas estamos a divagar.
Eu não sei o que é o Natal para vocês mas seja o que for, espero que não seja o tema dos vossos tempos livres enfiados em centros comerciais a sentirem-se mal porque não têm dinheiro para poder comprar, comprar, comprar. Eu sei que é difícil não nos sentirmos assim, até porque não há nada como aproveitar um tempo festivo de alegria para nos deitar abaixo e ser tudo menos positivo. Mas podemos tentar, o Natal pode ser divertido. É claro que assim não é mas também, a levar com isto durante 3 meses o que seria? Vejam o Carnaval brasileiro, por exemplo, é giro, tudo é alegria, que se lixe se vivem numa favela, ali é dança, é cor, é ritmo, é festa, são 3 dias. Imaginam o brasileiros a sambar durante 90 dias? Não haveria muitos sorrisos…
É por isso que vos digo, a Carnaval são 3 dias e o Natal são 3 meses… mas não devia.
Bom mês de Natal a todos."
Aristocratas
Tudo tem mais luz
É Natal, é Natal
Já nasceu Jesu…
Oooh diacho! Mas o que é que isso tem a ver com o Natal?
Boa pergunta! Vamos ver.
Reza a lenda que neste dia nasceu Jesus, filho de Maria
E filho de José… Bem, filho, FILHO, não é
Mas ele gostava muito do menino
Pois era filho do Espírito Santo, era obra divina.
Seguindo a estrela guia iam 3 Reis magos
Trouxeram prendas para celebrar com alegria
E desde então as comemorações duram 90 dia… Não! Não é.
Vamos então voltar ao raciocínio. O Natal é tempo de paz e alegria e nada melhor do que demonstrar isso, num ambiente onde impera o espírito consumista, em tempo de crise, onde as pessoas podem passear em frente a vitrinas, ver tudo o que não podem comprar e evitam desejar. É deixar as compras para o fim só para poderem apreciar aqueles momentos especiais em que estão entre estranhos a acotovelarem-se para conseguir comprar aquela última prenda que tem mesmo de ser, sendo garantido que quem a receber vai dizer com toda a alegria: “Ah… dá jeito”. E tudo isto envolvido com decorações e música ambiente embebida de espírito natalício e nada repetitiva.
Ora isto começa quando? Outubro, que, como toda a gente sabe, é aquele mês em que o Natal faz sentido. É que chegamos a 25 de Dezembro cheios de energia e vontade de celebrar o dia em que o velho de vermelho desce a chaminé para dar prendas a quem se portou bem… Ah, esperem.
Hoje em dia já não se ensina isso às crianças. Não, a ideia de um velho desconhecido dar prendas aos meninos que se portam bem é demasiado infantil e perigosa. Para alguns pais é a questão de não quererem que os filhos digam coisas tão estúpidas como: “Eu acredito no Pai Natal” ou “Sou uma criança que não pode desenvolver a sua imaginação para não envergonhar os meus pais quando eles estiverem a forçar-me a repetir coisas que não percebi mas que me obrigaram a decorar para parecer inteligente e eles poderem pavonearem-me aos amigos e desconhecidos”.
Para outros é o perigo do bicho papão do século XXI, o pedófilo. Isto é o que acontece na cabeça destes pais se ensinarem aos filhos o mito do Pai Natal: “OH, OH, OH, criancinha, estás por aqui sozinha? Onde estão os teus pais? Não estão aqui? OH, Oh, ooooh… e tu foste um bom menino, criancinha? Sim? Queres que eu te dê um docinho, meu pequenino?” – e depois só ficam a saber quando a criança lhes disser: “Mamã, papá, (coça a cara) hoje vi o Pai Natal! Ele apareceu e eu disse: ‘Oh, Pai Natal o que me trouxeste como prenda?’ E ele disse: ‘Herpes’ – Isso é o quê?”
Ter medo dos pedófilos é tão 2003, hoje em dia o maior medo dos vossos filhos não é serem abusados por velhos nojentos, é serem amigos da avó no facebook:
“Oh meu pequerruchinho, quem é esta menina? É a tua namorada, é? É a tua namoradinha? Parece impossível, ainda ontem, parece-me, andavas tu a correr todo nu pela casa da avó, com a piroquita a dar a dar e a espalhar cocó pelas paredes depois de teres feito xixi na tua roupinha. Olha! Acho que tenho aqui algumas fotos disso, vou procurar e perguntar ali ao vizinho como é que se põem fotografias aqui nisto. Ai que riqueza, este meu menino.” – Eu também tenho medo.
Mas então o que é o Natal? É tempo da família? É tempo para mimar os nossos entes queridos com prendas? É trazer um bocadinho de alegria polvilhado com magia à imaginação das crianças? É celebrar o nascimento do menino Jesus? Se sim, lembrem-se que os presépios estão desactualizados, o burro e a vaca estão fora, porque o Papa sabe que vocês não são estúpidos e nunca iriam acreditar que num estábulo há animais… já mães virgens e um “pai” crédulo é garantido. É caso para pensar em que vaca e burro estaria o Papa a falar!
Mas estamos a divagar.
Eu não sei o que é o Natal para vocês mas seja o que for, espero que não seja o tema dos vossos tempos livres enfiados em centros comerciais a sentirem-se mal porque não têm dinheiro para poder comprar, comprar, comprar. Eu sei que é difícil não nos sentirmos assim, até porque não há nada como aproveitar um tempo festivo de alegria para nos deitar abaixo e ser tudo menos positivo. Mas podemos tentar, o Natal pode ser divertido. É claro que assim não é mas também, a levar com isto durante 3 meses o que seria? Vejam o Carnaval brasileiro, por exemplo, é giro, tudo é alegria, que se lixe se vivem numa favela, ali é dança, é cor, é ritmo, é festa, são 3 dias. Imaginam o brasileiros a sambar durante 90 dias? Não haveria muitos sorrisos…
É por isso que vos digo, a Carnaval são 3 dias e o Natal são 3 meses… mas não devia.
Bom mês de Natal a todos."
Aristocratas
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
À cabra cega
O tempo, esse sim, é uma coisa que me faz confusão e o facto de ter a plena noção que nunca o conseguirei controlar assusta-me um bocadinho... É como se caminhasse em direcção a um futuro desconhecido, sem saber se lá chegarei... O tempo tira-me a vontade, eu até quero ir, mas nunca sei se vou a tempo... E nunca sei se, ao ir, não vou apenas perder mais tempo. E acabo por ficar por não querer perder o tempo ao voltar. A sensação de que o tempo se nos foge dá-nos vontade de fazer tudo, viver intensamente cada momento, para que "amanhã" não me possa arrepender do que não fiz. Ao querer fazer tudo, acabas por te dar conta que não estiveste em nada inteiramente, passaste a correr por uma vida que tinha muito mais a dar-te que apenas uma corrida em direcção ao fim. E esse fim pode não ser uma meta e podes não ter um prémio à chegada. O fim pode representar o arrependimento, porque nem em todas as corridas se deve chegar rápido, há corridas onde o importante é ir devagar, vislumbrar o paraíso e ficar o tempo suficiente para o sentir. Há corridas que o importante é saber esperar, esperar junto aquilo que nos faz felizes e esperar que o fim venha, calmamente de encontro a nós. Muitos poderiam chamar-me comodista por não querer ir mais longe, mas o que esses não percebem é que eu posso já ter chegado onde queria e posso apenas estar confortavelmente "sentado" à espera. O que pode também não ser verdade e posso vir a descobrir que afinal deveria ter ido mais longe, talvez, caso isso aconteça volte a correr, com a certeza que será uma corrida ainda mais injusta, porque convém nunca esquecer que corremos contra o tempo, e o tempo tem um amigo que se chama imprevisibilidade que ainda dificulta mais as coisas... É como brincar à cabra cega.
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Onde foi que nos perdemos
Uma noite fria, de Inverno, como tantas outras, uma das tantas que
me faz voltar no tempo, até ti, até nós. Pergunto-me, com uma certa
saudade onde nos teríamos perdido. Recordo os pormenores que,
durante tanto tempo me passaram indiferentes. A forma como os
nossos olhares se foram procurando entre "multidões". A súbtil
forma como nos entendíamos sem nos falarmos, apenas com aquele
teu olhar de menina assustada, a implorar para que me aproximasse.
Recordo-me de como nos desentendíamos quando falávamos demais.
Eu sempre te disse que falar demais não nos levaria tão longe como
quando apenas nos deixávamos levar por instinto para todas as
aventuras que nos retrataram durante tanto tempo, sei que pensaste
o mesmo, sei que talvez ainda o possas pensar, mas eu, como sempre,
não o quis admitir, preferi deixar que o nada que te dizia fosse expresso
fosse expresso pelo tudo o que te não dizia, julgava-me capaz de
conseguir ser claro, mesmo às escuras do silêncio que te deixava sentir.
Recordo-me da quantidade de vezes que me pediste para que fosse
claro, mas tal como tão bem sabes, não era capaz de o fazer. Até
que um dia "alguém" me disse que não teria de o dizer, que certamente
haveria uma forma de o fazer, sem o dizer. Foste tu, há coisa de não
muito tempo. Por coincidência, falaram-me que o poderia escrever,
depois pensei, como deves calcular, que não irias entender e sírias a
correr, como que se para ti, tudo o que te poderia escrever não
importasse e teria de lidar com a tua indiferença. Depois voltei a
lembrar-me do que um dia havias dito com a clareza que só agora
consigo identificar. Pediste-me para não ter medo do que os outros
possam pensar, porque um dia o que os outros pensam iria mudar,
de acordo com a nova onda que os agitasse. E se há alguém que um
dia se há-de arrepender de não tentar, não serão eles, serei eu. Serei
eu a ver-te partir com alguém que de facto te demonstre aquilo que
tu sabes, mas não queres entender por entrelinhas, serei eu a lamentar
o passado que, afinal, poderia ter mudado no presente, serei eu a
sentir que nunca te disse o suficiente. E talvez nunca o faço, ambos
sabemos que nunca consigo dizer o suficiente, ambos sabemos que
fui criado com incertezas e mesmo que essas incertezas se comecem
a dissipar surgem-me novas procuras, que me levam a querer ter
outras inseguranças, outras incertezas, outros medos. Sim, eu sei, cultivo
o medo como se ele alimentasse a minha vida. Mas o medo, ao fim
de contas, não tem de ser um problema, poderá até ser uma solução.
Tal como deves calcular, tenho medo de te dizer o que sinto, mas
apercebo-me que esse medo é muito pequeno quando comparado
ao medo de te vir a perder um dia. E é com esse medo que ganho
coragem para agora te dizer, que, por muito que tente esquecer o
quão me és importante, tenho de o fazer, para evitar o medo do
arrependimento. Sei que vou cultivar outras tantas incertezas no
caso de voltarmos a ser o que fomos, o que no fundo nunca deixamos
de ser. Mas tenho a noção de que se continuar a não te dizer, por
medo, aquilo que queres ouvir tu nunca voltarás. E é esse medo
que me move neste momento, o medo de pensar num futuro onde
não existas, ou num futuro onde existas na realidade de uma outra
qualquer pessoa. Sei que não vou a tempo de corrigir todos os
erros do passado, mas sei que ainda vou a tempo de cometer
muitos erros no futuro. E quero que esses erros, esses medos,
essas incertezas sejam partilhados contigo. Porque se forem partilhados
com qualquer outra pessoa, serão sempre isso, só medos, medos
que jamais terei vontade de ultrapassar, porque por muito que penses
que não, és a força que me move, és a vontade de lutar que tanto
procuro dentro de mim e que só consigo encontrar em ti. És, e serás,
a razão pela qual enfrento o mundo, que ao fim de contas, está tão,
ou mais assustado que eu, a grande, e talvez a única, diferença é o
apoio, a confiança de, ou em alguém. E a minha és tu, sempre tu.
Em tom de ironia... Obrigado Google.
me faz voltar no tempo, até ti, até nós. Pergunto-me, com uma certa
saudade onde nos teríamos perdido. Recordo os pormenores que,
durante tanto tempo me passaram indiferentes. A forma como os
nossos olhares se foram procurando entre "multidões". A súbtil
forma como nos entendíamos sem nos falarmos, apenas com aquele
teu olhar de menina assustada, a implorar para que me aproximasse.
Recordo-me de como nos desentendíamos quando falávamos demais.
Eu sempre te disse que falar demais não nos levaria tão longe como
quando apenas nos deixávamos levar por instinto para todas as
aventuras que nos retrataram durante tanto tempo, sei que pensaste
o mesmo, sei que talvez ainda o possas pensar, mas eu, como sempre,
não o quis admitir, preferi deixar que o nada que te dizia fosse expresso
fosse expresso pelo tudo o que te não dizia, julgava-me capaz de
conseguir ser claro, mesmo às escuras do silêncio que te deixava sentir.
Recordo-me da quantidade de vezes que me pediste para que fosse
claro, mas tal como tão bem sabes, não era capaz de o fazer. Até
que um dia "alguém" me disse que não teria de o dizer, que certamente
haveria uma forma de o fazer, sem o dizer. Foste tu, há coisa de não
muito tempo. Por coincidência, falaram-me que o poderia escrever,
depois pensei, como deves calcular, que não irias entender e sírias a
correr, como que se para ti, tudo o que te poderia escrever não
importasse e teria de lidar com a tua indiferença. Depois voltei a
lembrar-me do que um dia havias dito com a clareza que só agora
consigo identificar. Pediste-me para não ter medo do que os outros
possam pensar, porque um dia o que os outros pensam iria mudar,
de acordo com a nova onda que os agitasse. E se há alguém que um
dia se há-de arrepender de não tentar, não serão eles, serei eu. Serei
eu a ver-te partir com alguém que de facto te demonstre aquilo que
tu sabes, mas não queres entender por entrelinhas, serei eu a lamentar
o passado que, afinal, poderia ter mudado no presente, serei eu a
sentir que nunca te disse o suficiente. E talvez nunca o faço, ambos
sabemos que nunca consigo dizer o suficiente, ambos sabemos que
fui criado com incertezas e mesmo que essas incertezas se comecem
a dissipar surgem-me novas procuras, que me levam a querer ter
outras inseguranças, outras incertezas, outros medos. Sim, eu sei, cultivo
o medo como se ele alimentasse a minha vida. Mas o medo, ao fim
de contas, não tem de ser um problema, poderá até ser uma solução.
Tal como deves calcular, tenho medo de te dizer o que sinto, mas
apercebo-me que esse medo é muito pequeno quando comparado
ao medo de te vir a perder um dia. E é com esse medo que ganho
coragem para agora te dizer, que, por muito que tente esquecer o
quão me és importante, tenho de o fazer, para evitar o medo do
arrependimento. Sei que vou cultivar outras tantas incertezas no
caso de voltarmos a ser o que fomos, o que no fundo nunca deixamos
de ser. Mas tenho a noção de que se continuar a não te dizer, por
medo, aquilo que queres ouvir tu nunca voltarás. E é esse medo
que me move neste momento, o medo de pensar num futuro onde
não existas, ou num futuro onde existas na realidade de uma outra
qualquer pessoa. Sei que não vou a tempo de corrigir todos os
erros do passado, mas sei que ainda vou a tempo de cometer
muitos erros no futuro. E quero que esses erros, esses medos,
essas incertezas sejam partilhados contigo. Porque se forem partilhados
com qualquer outra pessoa, serão sempre isso, só medos, medos
que jamais terei vontade de ultrapassar, porque por muito que penses
que não, és a força que me move, és a vontade de lutar que tanto
procuro dentro de mim e que só consigo encontrar em ti. És, e serás,
a razão pela qual enfrento o mundo, que ao fim de contas, está tão,
ou mais assustado que eu, a grande, e talvez a única, diferença é o
apoio, a confiança de, ou em alguém. E a minha és tu, sempre tu.
Em tom de ironia... Obrigado Google.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Noite e dia
E como que num estranho momento de nostalgia, vou recordando um certo Verão... Talvez de 2004... Seria... Ambos procurávamos um futuro que não nos cabia, ambos descobríamos com assombro que não havia futuro para nós. Foi como que num momento de traição, o destino nos caçasse numa incógnita que tentamos adivinhar desde muito cedo. A viagem estava marcada, a conversa desenvolvera-se dias antes. Sabíamos que aquela viagem não mais seria, para nós, que o princípio do fim. Já tínhamos avistado o futuro, daquele mundinho pequeno, que ainda nos cabia nos olhos. Eu queria fugir ao conceito adquirido por uma sociedade que me não enquadrava, queria marcar por uma diferença. que desse mesmo mundo pequeno me parecia ter. Julgava ser "mais capaz" que os demais. Eu e todos os que comigo partilhavam aquele mundo utópico, julgávamos que iríamos, sem grande dificuldade, ser diferentes de todas as gerações que nos antecederam. Olhávamos para aqueles que nos ensinavam como pessoas velhas e gastas, não pelo tempo, mas talvez pelo espaço que se lhes havia sido imposto. Eu queria correr o mundo, descobrir tudo o que ainda não havia sido descoberto, ou redescobrir o que já todos conheciam. Enquanto tu, do alto da tua inocente capacidade de racionalidade, querias aprender, querias ouvir todos aqueles que eu considerava "perdidos" no espaço, parados à espera do que poderia nunca chegar. Daqueles que se sentavam a ver os filhos crescer, a ver os "pequenos" projectos ganharem forma. Tu, da tua maturidade prematura, querias aprender com eles, para um dia poderes construir um mundo parecido, querias sugar-lhes tudo o que tivessem a dar, enquanto eu tentava não os ouvir, para não saber como ser "eles" um dia.
A viagem chegou, recordo-me termos voltado a discutir todos os pontos em que os nossos mundos não tocariam. Recordo-me.
Voltámos, o tempo passou e eu dou comigo, parado, como aqueles que tanto havia criticado, dou comigo a ser racional, ponderado. E dou contigo a aproveitar tudo o que te foi ensinado e a correr o mundo à procura de novas experiências, sensações, descobertas.
Tudo para que, há uns tempos atrás, tivéssemos descoberto que nos ensinámos a ser o que naõ queríamos. Deixámos que os nossos mundos se cruzassem, embora invertidos novamente. Acabamos, ao fim de todo este tempo, por nos aceitar como sempre fomos... Diferentes... Com objectivos distintos e com formas muito particulares de interpretar a realidade que se nos rodeia.
Sempre noite e dia... Sempre em mundos opostos, mas com uma enorme capacidade para nos apoiarmos e continuarmos a sentar-nos naquele mundo pequenino que fora tão nosso, para contemplar todos os "erros" que se nos esbarraram. É engraçado como agora entendo perfeitamente o facto de quereres aprender tudo o que te era dado a ensinar, admito agora, com um certo pesar, que devia ter tentado ser um bocadinho como tu, até porque o medo, muitas vezes surge do que desconhecemos. Agora entendo e admito que se tivesse dado ouvidos ao que me poderia ter sido ensinado, não teria medo ao desconhecido. Tal como já tinha dito, o que nos torna velhos não é o tempo, mas, talvez, o medo de conhecer novos espaços. E enquanto tu te davas ao trabalho de descobrir, eu queria um mundo que nunca existira, que tu sem medo, acabaste por inventar. E eu fui criando este medo de entrar nesse mundo inventado por ti, que eu já tinha procurado, mas não tive a capacidade de inventar.
E um dia, talvez, num estranho momento de eclipse "eterno" possamos ficar juntos e misturar os nossos dois mundos e esperar que não seja o caos que havíamos perspectivado naquele Verão...
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Depois de te ires embora
"Ontem depois de ires embora confesso que fiquei trsite como semre. Mas pela primeira vez, triste por ti. Pergunto-me que outra mulher ouviria os maiores absurdos como eu, e, ainda assim, não deixaria de olhar para ti e ver um homem maravilhoso. Que outra mulher te veria além da tua capa? A capa que também odeias e usas justamente para testar as pessoas..."
Tudo ou nada
E enquanto não arriscares o pouco que tens para ter o "tudo" que queres, não passarás de "quase nada"...
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Corridas
Noites de uma corrida, onde nem sempre coerência sai a ganhar, onde o coração se despista em linha recta, onde os sentimentos perdem o sentido de orientação e onde a única solução pareces ser tu, como noutras situações, a saída parece sempre ser "a outra" e vamo-nos esquecendo que a saída depende de nós e da nossa vontade lá chegar!
domingo, 21 de outubro de 2012
Sonho..
E depois chega aquele dia em que os teus sonhos se tornam realidade, ou então transformam-se apenas num pesadelo...
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Eternidade
A explicação de eternidade,
devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.
Os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossiveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.
por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto a eternidade existe.
os instantes dos teus olhos sobre mim são eternos.
os instantes do teu sorriso são eternos.
os instantes do teu silêncio são eternos.
os momentos da tua ausência são eternos.
És eterna até ao fim.
devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.
Os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossiveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.
por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto a eternidade existe.
os instantes dos teus olhos sobre mim são eternos.
os instantes do teu sorriso são eternos.
os instantes do teu silêncio são eternos.
os momentos da tua ausência são eternos.
És eterna até ao fim.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
São novos, não tem cabeça e nunca saíram da capoeira. Apesar de Deus lhes ter dado asas, a verdade é que nunca conseguiram voar muito alto. Sentem-se fortes quando na companhia de outros da mesma espécie mas é uma ilusão. Não valem nada mas é o que há. Serão facilmente capturados. Se não o forem pela policia, se-lo-ão pela própria vida.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Um músico, mais um
"“Mais um…” pensou o músico enquanto se sentava no seu camarim à espera que os roadies acabassem de montar o material. A cadeira de mogno preto, com almofada forrada a cetim vermelho, já o acompanhava há anos. Quantos? Já nem conseguia recordar-se…
“Em que cidade é hoje o concerto, mesmo?” Há tantos meses que andava na estrada que tudo lhe parecia igual. Estava com saudades de casa, saudades de passar o dia no sofá, a preguiçar. Saudades de um dia banal, aborrecido, sem que nada acontecesse.
Abriu uma garrafa de Jack Daniel’s e encheu o pequeno copo de shot. Bebeu-o de um trago. Voltou a repetir o acto três vezes. O álcool acompanhava-o há mais tempo que a cadeira de mogno preto. “Sempre ajuda a aguentar”, pensou. Lá em cima, o público impaciente fazia-se ouvir. Gritavam por ele, chamavam-no, queriam-no… No princípio, isso era o que o fazia vibrar. A comunhão com aquela multidão de almas fazia-o sentir-se um deus, imortal e invencível! Ah, como era boa essa sensação! Hoje, tudo lhe parecia vazio, oco, sem sentido. Quando subia ao palco já não sentia nada. Os seus fãs pareciam-lhe manequins sem rosto, com alma de microchip.
Acendeu um cigarro. Três baforadas e apagou-o. Olhou para o cinzeiro e nele viu a mais perfeita metáfora para a sua vida. Estava cansado, farto de existir.. Ninguém conseguia perceber o que lhe ia no interior. Ninguém percebia o quanto dava dele em cada actuação, o quanto sofria pela sua arte. Ninguém conseguia ver as cicatrizes do seu espírito tatuadas em cada acorde, em cada verso, em cada palco. Voltou a encher o copo e bebeu.
Levantou-se. Olhou em volta e viu uma liga no chão. Uma das goupies devia ter-se esquecido. Já nem as orgias, as drogas e as noitadas lhe davam alento. Recordou os tempos em que tudo isso lhe parecia o paraíso do rock&roll e chorou. “Pelo menos ainda consigo sentir alguma coisa”, pensou enquanto limpava as lágrimas. Onde estaria a sua caixa? Encontrou-a ao fundo, encostada à sua viola. Pegou nela e de dentro retirou um saquinho de cocaína. Fez quatro riscos na mesa. Parou. O vício tinha-lhe destruído o casamento. O vício e os constantes meses na estrada, com todas as traições que isso traz. “Tudo pela música”, dizia ele à esposa, mas no fundo sabia que era mentira. Fazia-o porque precisava de algo que lhe trouxesse de novo a adrenalina que sentia quando começou a tocar e que perdeu já nem sabia quando. Deu os quatro riscos e voltou a sentar-se.
Estava quase na hora. Pensou em desistir. Porque é que ainda o fazia? Não era por dinheiro, pois fama e fortuna já tinha desde há dez álbuns atrás. Fazia-o porque, apesar de tudo, precisava de o fazer. A alma estava morta, o sofrimento era constante, mas um músico é sempre um músico, assim como um poeta é sempre um poeta. Ela era os dois.
Bateram à porta. “Está na hora”, ouviu. “Ok.”, respondeu com apatia. Pegou na viola, olhou em volta e exclamou “mais um!”. Saiu. Percorreu o corredor que dava para o palco em passo lento. Ouvia a multidão a chamar por ele. “Mais um… Amanhã outro, depois outro e depois outro… Preso para sempre neste círculo mortal. Cada dia, um pouco mais de mim se vai sem que ninguém o perceba. Cada música um requiem à minha sanidade.” Subiu ao palco. A multidão grita em êxtase. O músico olha em volta, respira fundo e começa o concerto:
Doidas, doidas, andam as galinhas
Para pôr o ovo lá no buraquinho
Raspam, raspam, raspam
P’ra alisar a terra
Picam, picam, picam Para fazer o ninho…”
Aristocratas
“Em que cidade é hoje o concerto, mesmo?” Há tantos meses que andava na estrada que tudo lhe parecia igual. Estava com saudades de casa, saudades de passar o dia no sofá, a preguiçar. Saudades de um dia banal, aborrecido, sem que nada acontecesse.
Abriu uma garrafa de Jack Daniel’s e encheu o pequeno copo de shot. Bebeu-o de um trago. Voltou a repetir o acto três vezes. O álcool acompanhava-o há mais tempo que a cadeira de mogno preto. “Sempre ajuda a aguentar”, pensou. Lá em cima, o público impaciente fazia-se ouvir. Gritavam por ele, chamavam-no, queriam-no… No princípio, isso era o que o fazia vibrar. A comunhão com aquela multidão de almas fazia-o sentir-se um deus, imortal e invencível! Ah, como era boa essa sensação! Hoje, tudo lhe parecia vazio, oco, sem sentido. Quando subia ao palco já não sentia nada. Os seus fãs pareciam-lhe manequins sem rosto, com alma de microchip.
Acendeu um cigarro. Três baforadas e apagou-o. Olhou para o cinzeiro e nele viu a mais perfeita metáfora para a sua vida. Estava cansado, farto de existir.. Ninguém conseguia perceber o que lhe ia no interior. Ninguém percebia o quanto dava dele em cada actuação, o quanto sofria pela sua arte. Ninguém conseguia ver as cicatrizes do seu espírito tatuadas em cada acorde, em cada verso, em cada palco. Voltou a encher o copo e bebeu.
Levantou-se. Olhou em volta e viu uma liga no chão. Uma das goupies devia ter-se esquecido. Já nem as orgias, as drogas e as noitadas lhe davam alento. Recordou os tempos em que tudo isso lhe parecia o paraíso do rock&roll e chorou. “Pelo menos ainda consigo sentir alguma coisa”, pensou enquanto limpava as lágrimas. Onde estaria a sua caixa? Encontrou-a ao fundo, encostada à sua viola. Pegou nela e de dentro retirou um saquinho de cocaína. Fez quatro riscos na mesa. Parou. O vício tinha-lhe destruído o casamento. O vício e os constantes meses na estrada, com todas as traições que isso traz. “Tudo pela música”, dizia ele à esposa, mas no fundo sabia que era mentira. Fazia-o porque precisava de algo que lhe trouxesse de novo a adrenalina que sentia quando começou a tocar e que perdeu já nem sabia quando. Deu os quatro riscos e voltou a sentar-se.
Estava quase na hora. Pensou em desistir. Porque é que ainda o fazia? Não era por dinheiro, pois fama e fortuna já tinha desde há dez álbuns atrás. Fazia-o porque, apesar de tudo, precisava de o fazer. A alma estava morta, o sofrimento era constante, mas um músico é sempre um músico, assim como um poeta é sempre um poeta. Ela era os dois.
Bateram à porta. “Está na hora”, ouviu. “Ok.”, respondeu com apatia. Pegou na viola, olhou em volta e exclamou “mais um!”. Saiu. Percorreu o corredor que dava para o palco em passo lento. Ouvia a multidão a chamar por ele. “Mais um… Amanhã outro, depois outro e depois outro… Preso para sempre neste círculo mortal. Cada dia, um pouco mais de mim se vai sem que ninguém o perceba. Cada música um requiem à minha sanidade.” Subiu ao palco. A multidão grita em êxtase. O músico olha em volta, respira fundo e começa o concerto:
Doidas, doidas, andam as galinhas
Para pôr o ovo lá no buraquinho
Raspam, raspam, raspam
P’ra alisar a terra
Picam, picam, picam Para fazer o ninho…”
Aristocratas
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Sinto o mundo a desmoronar, sinto-me ir com ele, não vislumbro ninguém a querer deitar-me a mão, nem que seja ao menos para me empurrar... Tudo à minha volta se pinta em tons de cinza, em tons de negro, nada parece resistir a este fim... As pessoas, coitadas, inocentes, continuam a lutar sem se darem conta que a única coisa que vão acabando por salvar é mais um dia cheia de nada... Porque depois há o fim, o fim de tudo... Há fins a entrarem logo nos inícios, há fins que se prolongam até fins muito longínquos, mas por muito que demorem a chegar, a sua eminência paira em cima de todos aqueles que caminham assustados, não deixa sossegar aqueles que se questionam e apanha desprevenidos aqueles que caminham "perdidos e sem sentido" sem se preocuparem com o que significa o não... E algo me diz que são estes últimos que realmente vivem...
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Nós estamos num estado comparável, correlativo à Grécia
Nós estamos num estado comparável, correlativo à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesmo abaixamento dos caracteres, mesma ladroagem pública, mesma agiotagem, mesma decadência de espírito, mesma administração grotesca de desleixo e de confusão. Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se quer falar de um país católico e que pela sua decadência progressiva poderá vir a ser riscado do mapa – citam-se ao par a Grécia e Portugal. Somente nós não temos como a Grécia uma história gloriosa, a honra de ter criado uma religião, uma literatura de modelo universal e o museu humano da beleza da arte.
Eça de Queirós, in 'Farpas (1872)
Eça de Queirós, in 'Farpas (1872)
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
And the reason is
Dizem que tudo acontece por uma razão... Pois bem, estou plenamente de acordo, desde que estupidez seja aceite como razão... Eh, há muita gente a quem as coisas acontecem mesmo por estupidez!!
terça-feira, 11 de setembro de 2012
domingo, 9 de setembro de 2012
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
O fim?!
E andamos nós, todos os dias, quase sem excepção, a correr atrás da velhice, da reforma, do "dolce fare niente" só e apenas para que quando lá cheguemos consigamos lidar mais ou menos com o fim, digo eu... Até porque chegar à reforma é mais ou menos isto, ter tempo para tudo... E esse tudo é o quê? É comer sopa todos os dias, deitar cedo, não só para descansar o suficiente mas talvez para suportar mais um dia que se aproxima, levantar cedo, sentar numa cadeira na varanda a ver o tempo arrastar-se com as pessoas que escorregam inocentes para uma velhice que desejam. Sim, isto não é como querer ter 18 anos para poder conduzir. Nessa altura só queremos é um carrinho, loucura, diversão e energia para aguentar tudo e mais alguma coisa que por aí venha. E mesmo assim acaba por ser uma pequena desilusão, agora é só imaginar a velhice, a falta de energia, a falta de vontade, é imaginar quando chegará o fim, o fim de tudo, é desejar viver mais um dia para continuar a ver aqueles que escorregam e dizer "vá, vai devagar, aproveita agora que és novo, que com a minha idade não queres nada, não tens nada"... E agora pergunto-me assim como quem não quer a coisa... Vale a pena? Esperar tanto tempo por aquilo que mais não será que o inicio do fim? E no meio de tudo isto, não deveríamos nós arriscar tudo, fazer tudo, lutar por tudo, cair por tudo, levantar por nada, correr só porque sim, viver? Eh, algo me diz que sim... E que se não, no fim vamos provavelmente arrepender-nos do que acabámos por não fazer...
E isto saiu-me porque a velhinha televisão da sala queimou e não há volta a dar, vai ter de usar fralda e ficar sentada no móvel a ver-nos sentados no sofá, como quem espera pelo fim, que mais não será que voltar ao infantário e ser vítima de bullying (é assim que se escreve, no meu tempo era "levar na boca") por fazer xixi na fralda.
E isto saiu-me porque a velhinha televisão da sala queimou e não há volta a dar, vai ter de usar fralda e ficar sentada no móvel a ver-nos sentados no sofá, como quem espera pelo fim, que mais não será que voltar ao infantário e ser vítima de bullying (é assim que se escreve, no meu tempo era "levar na boca") por fazer xixi na fralda.
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
E é precisamente na altura em que tudo corre como não era suposto, que percebes que não fizeste rigorosamente nada para que corresse de outra forma. E é também precisamente nesta altura que tudo o que outrora fez sentido, voltaria a fazê-lo, por muito que o tivesses negado na altura em que não fizeste nada. E é também nesta altura que acabas por ponderar todo o teu percurso e tens uma vontade enorme de o mudar, mas é também nesta altura que começas a reparar que já não haverá assim tanto a fazer e vais-te deixando ficar, para um outro dia reparares que ainda terias ido a tempo se já não fosses tão tarde.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
??
Sei, que deveria ter sempre corrido atrás de ti, tenho noção da velocidade a que caminhas...
E por isto, só por isto, estou disposto a abdicar de tudo, para lutar por ti, nem que seja para perder, porque no fundo, no fundo só posso ganhar...
Sei que fui ficando para trás porque me julguei capaz de te acompanhar a passo, percebi, entretanto, que não era suficiente veloz... Sei que caminhas muito à minha frente, sei que tenho de voltar a lutar por ti de novo, mas não o faço, não o faria se não tivesse alguém capaz de me entender, além de ti, sozinho não iria, agora irei, sem medo, sem pensar em consequências, sem temer um futuro ainda indefinido!! Agora ia, mas amanhã acordo e penso... Há um fosso enorme entre nós, tão grande que me não permite abandonar o nada que tenho pelo tudo que seríamos... Mas hoje, hoje quero arriscar, quero ir à luta, porque hoje alguém me disse que vale a pena ir, nem que seja para perder...
E por isto, só por isto, estou disposto a abdicar de tudo, para lutar por ti, nem que seja para perder, porque no fundo, no fundo só posso ganhar...
Sirva isto como carta de despedida antecipada de um futuro previsto e incerto... E no fim do ano penso ter largado o que me tanto tem prendido a este nada de que me tenho aproximado...
Atenciosamente de mim que tanto vos adoro... Mas a vida é minha e adorar-vos-ei sempre!!!
Não, não é o fim, é outro inicio...
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
terça-feira, 28 de agosto de 2012
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
B Fachada - Contramão
"Princesa pop, palhaço pirómano, petrarquista pirata, perfeccionista patife, porfiado e prolixo poeta - tudo adjectivos começadas por "b".
B Fachada é um multi-instrumentista virtuoso: do piano à guitarra, passando pela viola braguesa e pelo trompete vocal. Do soneto maldito ao cianeto alexandrino, passando pela grandiloquência transmontana e pela rusticidade jazzística de um scat: é multi-instrumentista virtuoso este B Fachada.
Certificadamente hiperactivo no que toca à produção, Fachada não só tem em mente fazer vários discos por ano como tem, na sua discografia, as provas de que é capaz. O seu primeiro trabalho pela FlorCaveira, o EP "Viola Braguesa", é uma pequena colectânea de maravilhas que deixou a crítica a salivar pela primeira consoante do alfabeto. Segue-se o "Fim de Semana no Pónei Dourado", um longa-duração, uma Magnum Opus; um disco simultaneamente terno e maldito, afago e soco, Dulcineia e Lorena Bobbit .
Literato até quando cospe, o cascalense Fachada faz canções para todos os desgostos, humor ponta-e-mola para todos os buchos. Que seja este pónei dourado a, finalmente, limpar a Baía de Cascais das suas carcaças de golfinho.
A sorte sorri aos audazes, a perfeição sorri aos certificadamente hiperactivos."
Samuel Úria.
domingo, 5 de agosto de 2012
terça-feira, 24 de julho de 2012
Mentira
Eu gostava de acreditar em todas as mentiras
do mundo. Porque as mentiras por norma sao as
matizes dos nossos sonhos e acabam por ser
muito mais agradaveis do que a maioria das
verdades. A mentira, por norma, é mais bonita,
mais bem elaborada, assim quase como que a
roçar o magnífico. Queria admirar quem mente
com a facilidade de quem diz a verdade, porque
quem mente sem preparação, a meu ver, tem uma
capacidade única para inventar a realidade e a
realidade real chateia, mas a realidade inventada
tem um certo encanto, uma certa magia, magia
essa que se foi perdendo ao longo do tempo,
porque agora, agora tudo parece ter razão,
deixou de haver lugar para a mentira, para o
maravilhoso, agora já se não pode mentir,
as pessoas perderam a capacidade de acreditar
em mentiras maravilhosas, daquelas com um quê
de loucura misturada com uma realidade banal.
do mundo. Porque as mentiras por norma sao as
matizes dos nossos sonhos e acabam por ser
muito mais agradaveis do que a maioria das
verdades. A mentira, por norma, é mais bonita,
mais bem elaborada, assim quase como que a
roçar o magnífico. Queria admirar quem mente
com a facilidade de quem diz a verdade, porque
quem mente sem preparação, a meu ver, tem uma
capacidade única para inventar a realidade e a
realidade real chateia, mas a realidade inventada
tem um certo encanto, uma certa magia, magia
essa que se foi perdendo ao longo do tempo,
porque agora, agora tudo parece ter razão,
deixou de haver lugar para a mentira, para o
maravilhoso, agora já se não pode mentir,
as pessoas perderam a capacidade de acreditar
em mentiras maravilhosas, daquelas com um quê
de loucura misturada com uma realidade banal.
"Para mim nunca foi um jogo
Foi apenas um retrato
Onde ficávamos bem os dois
Onde as dúvidas são p'ra depois
Gosto mesmo de ti
Mas tu nunca estás...
Nunca estás aqui
Por isso…
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que decore os teus planos e que não se esqueça
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que te dê tudo e que nem pareça
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que fique do teu lado e que não esmoreça
Cedo o meu lugar…
Mas a seguir peço para voltar"
By: Mesa
Foi apenas um retrato
Onde ficávamos bem os dois
Onde as dúvidas são p'ra depois
Gosto mesmo de ti
Mas tu nunca estás...
Nunca estás aqui
Por isso…
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que decore os teus planos e que não se esqueça
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que te dê tudo e que nem pareça
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que fique do teu lado e que não esmoreça
Cedo o meu lugar…
Mas a seguir peço para voltar"
By: Mesa
domingo, 22 de julho de 2012
Nesta noite, as estrelas parecem querer esconder-se, fazer-me esquecer
que o seu brilho durante tanto tempo me guiou, por um mundo incerto
Onde acabei por te encontrar e me deixei guiar por ti, vi-me perder
o medo de caminhar sem luz, enquanto te acompanhava sem dúvidas.
Perdi-te algures no meio dessa escuridão por todas as dúvidas que
acabei por não colocar. E hoje, hoje fazes-me falta, precisava que me
voltasses a guiar, que me voltasses a caminhar pela escuridão sem
o mesmo medo de sempre, sem as mesmas dúvidas, sem direcção.
sexta-feira, 20 de julho de 2012
100 metros
"O Indesmentível apurou que os “100 metros Relvas” são na verdade 56,8 metros medidos a olho e feitos de mota. A proposta do Comité Olímpico do PSD refere ainda que, além das barreiras, os adversários terão de contar com semáforos, lombas e um desvio pela IC19 em hora de ponta por motivo de obras na pista. O facto de o Ministro Adjunto não ter carta de mota não é problema, pois obtém equivalência em virtude de conhecer a Rosa Mota, ouvir o Cândido Mota e o seu animal preferido ser a marmota. A duas semanas dos Jogos de Londres, Miguel Relvas, que está para o mérito académico como a lipoaspiração está para a perda de peso, torna-se assim o mais forte candidato português a uma medalha de ouro desde aquela vez em que os Buraka Som Sistema propuseram o Kuduro como arte marcial Olímpica."
terça-feira, 10 de julho de 2012
Às vezes, diria até quase sempre, para não cair na certeza de sempre,
que exagero um bocadinho na forma como quero controlar tudo o que
me rodeia, todos os que se me aproximam, tento adivinhar cada infimo
movimento, cada pequeno detalho de uma realidade que ainda não
aconteceu... E, se por algum motivo, as coisas correm ligeiramente
diferente daquilo que tinha imaginado, tudo o que construí no que
poderia ser acaba por se desmoronar, sem deixar destroços, quase
sem se perceber que chegou a acontecer, acabo por destruir tudo, só
pela culpa de não ter acertado nos cálculos, digamos que, como se por
aí diz, espero pelas respostas das perguntas que ainda me não coloquei.
Não é que se note muito, tal como disse, não ficam os desmoronamentos
sentimentais que deveriam ficar, apenas para dizer que já existiu alguma
coisa por ali e por acolá... E quase sem vestigios, quase sem marcas, lá
vou passando pela vida de uns e vou deixando que passem pela minha.
Uma história qualquer
Como qualquer história tem de ser localizada e temporal,
não vamos chamar ao que se segue história, tendo em conta
que não fazemos ideia de quando, onde e como aconteceu.
Se calhar até temos e até a conseguiremos localizar, mas
como vivemos num lugar comum em constantes alterações,
deixemos essa tarefa entregue ao nosso caro leitor.
Era uma vez... O resto fica ao vosso critério!!
não vamos chamar ao que se segue história, tendo em conta
que não fazemos ideia de quando, onde e como aconteceu.
Se calhar até temos e até a conseguiremos localizar, mas
como vivemos num lugar comum em constantes alterações,
deixemos essa tarefa entregue ao nosso caro leitor.
Era uma vez... O resto fica ao vosso critério!!
terça-feira, 3 de julho de 2012
.......
Agora caminhas sem brio, sem diferença, igual.
És só mais uma num mundo que poderias ter aos
teus pés e que deixas, agora, que te calque, esse
mundo que durante tanto tempo inferiorizaste
tornou-se assutadoramente maior que tu, e isso,
isso agora destrói-te, devagarinho, em silêncio.
És só mais uma num mundo que poderias ter aos
teus pés e que deixas, agora, que te calque, esse
mundo que durante tanto tempo inferiorizaste
tornou-se assutadoramente maior que tu, e isso,
isso agora destrói-te, devagarinho, em silêncio.
Em directo
Tenho saudades de quando me deitava e fica só a pensar
em tudo o que fiz durante o dia e no meio desses pensamentos
fáceis e aconchegantes, dava comigo a ser embalado por um
sono calmo, sereno e reconfortante... Agora, agora adormeço
a pensar no que podia, no que devia ter feito, e no que virá
acontecer à custa do que não foi feito, ou do que foi feito
e não devia... E assim, o sono não se limita a embalar-me,
incentiva-me a procurar todas as respostas para todas as
perguntas que me não queria colocar... E assim, assim é
muito mais difícil não acordar com a sensação que está,
afinal, tudo mais perdido que ontem, afinal nada foi feito
hoje para melhorar o amanhã, porque perdi muito tempo
com perguntas que me não devia ter podido deixado fazer...
em tudo o que fiz durante o dia e no meio desses pensamentos
fáceis e aconchegantes, dava comigo a ser embalado por um
sono calmo, sereno e reconfortante... Agora, agora adormeço
a pensar no que podia, no que devia ter feito, e no que virá
acontecer à custa do que não foi feito, ou do que foi feito
e não devia... E assim, o sono não se limita a embalar-me,
incentiva-me a procurar todas as respostas para todas as
perguntas que me não queria colocar... E assim, assim é
muito mais difícil não acordar com a sensação que está,
afinal, tudo mais perdido que ontem, afinal nada foi feito
hoje para melhorar o amanhã, porque perdi muito tempo
com perguntas que me não devia ter podido deixado fazer...
E enquanto vislumbrava o céu estrelado, dava conta que
uma das estrelas que sempre me acompanhou me começa
a abandonar, não, a estrelinha não és tu, não és só tu, é
tudo o que de bom me fizeste sentir enquanto éramos nós.
Faz-me falta a vontade de correr atrás de ti, sem aquele
medo miudinho que hoje me faz querer fugir, faz-me
falta saber que atrás de ti estava alguma coisa que eu
queria, faz-me falta... Faz-me falta a inocência do inicio.
Dou conta agora que me deixei acomodar a uma vida
da qual sempre me pediste para afastar, descubro medos
que me prometeste vir a sentir um dia, se te não ouvisse,
talvez o sinta porque já te não tenho para me segurar a mão
e dizer que ainda vou a tempo, fazes-me falta só pela
segurança que me davas nas noites em que as estrelas não
tendem a aparecer com o mesmo brilho de sempre...
Sabes, às vezes ainda dou comigo a pensar que podias
voltar a brilhar na minha vida, nesta vida acomodada,
mundana, talvez, nesta vida que me arrasta por um vale
que me cega para o resto, para o resto do mundo...
uma das estrelas que sempre me acompanhou me começa
a abandonar, não, a estrelinha não és tu, não és só tu, é
tudo o que de bom me fizeste sentir enquanto éramos nós.
Faz-me falta a vontade de correr atrás de ti, sem aquele
medo miudinho que hoje me faz querer fugir, faz-me
falta saber que atrás de ti estava alguma coisa que eu
queria, faz-me falta... Faz-me falta a inocência do inicio.
Dou conta agora que me deixei acomodar a uma vida
da qual sempre me pediste para afastar, descubro medos
que me prometeste vir a sentir um dia, se te não ouvisse,
talvez o sinta porque já te não tenho para me segurar a mão
e dizer que ainda vou a tempo, fazes-me falta só pela
segurança que me davas nas noites em que as estrelas não
tendem a aparecer com o mesmo brilho de sempre...
Sabes, às vezes ainda dou comigo a pensar que podias
voltar a brilhar na minha vida, nesta vida acomodada,
mundana, talvez, nesta vida que me arrasta por um vale
que me cega para o resto, para o resto do mundo...
terça-feira, 26 de junho de 2012
Por muito que fujas, por muito que te escondas, por muito que evites... O teu passado está ali... A cada passo que dás em direcção ao futuro... E se não viveres com ele, todos esses passos serão em vão porque ficas com a certeza de que tens de voltar cá atrás para fazer as pazes... Perdoar, ser perdoado, o que quer que seja, mas tens de voltar... Eu evitei o passado e esbarrei-me com ele num passo mal direccionado... E não tenho forma de voltar atrás, não consigo remediar o mal que já nos foi feito... E já te não posso levar comigo para mais uma caminhada, mas posso pedir-te que me dês um sentido, uma direcção menos torta... Posso pedir-te que sejas, só mais uma vez, o meu ponto de partida....
sexta-feira, 22 de junho de 2012
**
Isto, que assim me saiu do nada, nasce de uma pequena reflexão...
Nada é mais forte que uma amizade.. E uma amizade pode sair asssim
do nada... Confiei-te segredos fisicamente abstractos e agora, torço
pela tua presença, partes rumo a ti, ao que te faz falta... Hoje tive
a noção do quao importante sao os amigos, só hoje...
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Seria um bocadinho egoísta, não ficar absolutamente feliz, quando alguém de quem gostamos muito recebe uma notícia pela qual espera há muito tempo? Do género conseguir ir para mais perto de casa, atingir um objectivo que a leve além fronteiras... Sim, é, mas é um egoísmo tão querido e simpático que quase não chega a ser egoísmo... É uma especie de saudade antecipada, assim como quem descobre que se essas pessoas forem, vão fazer muita falta...
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Há duas linhas que separam (Snif..)... há uma linha que separa (Snif...)... Não há merda de linha nenhuma que separe o que quer que seja, vive... Não te deixes limitar pelos limites dos outros!! Que se lixem todas as linhas, todos os limites impostos, todos os horizontes limitados, todos os vícios agarrados... Esquece os valores de uma sociedade que te não dá nada... Não te imponhas limites, a única forma de seres melhor, é fazeres o que a sociedade censura, é seres aquilo que eles queriam (não o são por falta de coragem), sem medo do que te possam chamar na rua!! Vive!
segunda-feira, 18 de junho de 2012
domingo, 17 de junho de 2012
Há muito que pensava escrever um livro de auto-ajuda... Sei que não sou o único que sofri durante muito tempo... Sei que muitos outros anseiam por uma solução para os seus problemas, sei que muitos lutam diariamente contra as adversidades, tal como eu... Hoje, hoje vou publicar
a solução de todos os problemas que me assombraram:
Tequilla, três finos, Tequilla, gajas, mais tequilla, mais cerveja, acordar no dia seguinte, arrepender do dia anterior... Repetir durante pelo menos 5 meses...
Tequilla, três finos, Tequilla, gajas, mais tequilla, mais cerveja, acordar no dia seguinte, arrepender do dia anterior... Repetir durante pelo menos 5 meses...
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Hoje, enquanto me dirigia para Coimbra, dei comigo a ler um outdoor com a seguinte mensagem: "Sr. condutor, enquanto conduz não envie mensagens, partilhe esta mensagem." Claro está, que como bom cidadão que sou, tentei encaminhar a mensagem ao maior número de pessoas que conseguisse. Quando voltei a colocar os olhos na estrada estava enfiado no meio de um campo de milho...
segunda-feira, 11 de junho de 2012
domingo, 10 de junho de 2012
A vida e a morte brincam de mão dada, até que a morte se aborrece e acaba com a vida... Se tentares fazer batota, lixar o mundo, enganar as pessoas, fá-lo... Só te não esqueças que, no fim, o vencedor é sempre o mesmo... E, analisando bem, pouco ou nada valeu a pena... Porque as memórias, com o fim, também hão-de desaparecer..
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Homem, depoimento
"Depois de tudo o que aconteceu tive que me habituar a conviver com a dor de a ter deixado partir. Não é suposto desvanecerem-se as memórias com o passar do tempo? Pois comigo dá-se o contrário. Recordo cada vez melhor, de forma mais nítida, cada conversa, cada riso, cada beijo. Consigo reconstituir de cor dias inteiros que passámos juntos, como se assistisse a um filme. Depois as saudades são tão intensas que o meu único desejo é que ela se vá embora de vez, que abandone também as minhas memórias. Sinto-me enlouquecer. Dizem-me para esquecer, que ela não é real, nem nunca o foi. Ou então dizem-me que ela morreu, o que é claramente um contra senso, se nunca existiu não pode ter morrido.
A explicação oficial considerou-me a primeira vítima do “efeito corrosivo de uma psicopata com capacidade para hipnotizar multidões, uma criminosa que sucumbiu pelas próprias mãos encerrando da forma mais terrível todo um ciclo de violência e morte”. E depois todos se empenharam no esquecimento, porque aquilo que não é lembrado não existe. Nenhum corpo foi alguma vez encontrado, mas sobre isso, nem uma palavra. Nem uma referência aos milhares de pessoas que encontraram naqueles concertos a felicidade, o prazer, a alegria, o amor, a amizade. Também não me parece justo, ela fez bem a muita gente… Mas também isso foi esquecido. E no entanto, como é que alguém, ou algo, que não existe, deixa uma dor tão real como aquela que sinto? Uma dor que parece ser imortal. Ninguém compreende que para mim isto não pode ficar assim. Eva Nascente existiu, existe ainda, tem que existir, porque se não for assim, então estive sempre sozinho.
Quanto mais olho à minha volta menos me identifico com este mundo que sempre foi o meu. A minha essência já não parece ser a mesma. Não é do mundo da lógica, das certezas, da realidade empírica e das experiências científicas esta sensação de que ela não chegou a ir-se embora, de que a sua presença ainda se faz sentir. A mecânica quântica não explica mas não é menos verdadeira por isso, esta ligação entre dois mundos, que teimosamente persiste e resiste a todas as adversidades, até ao próprio tempo. Já não falo destas coisas a ninguém, sempre que o faço vejo crescer nos olhos dos outros a convicção de que estou louco. Louco ou não, vou-me redimindo dos meus erros escrevendo as letras para as canções que poderíamos compor juntos se a história tivesse sido outra. Nestas novas canções já não falo de traição ou de mágoa. Apenas digo, Eva, sei que existes, só existindo podes cantar como cantas. É verdade, quase me esquecia de mencionar este pormenor, meio delirante. É que a oiço cantar com cada vez mais frequência e não duvido, nem por um instante, que é ela a cantar só para mim. Sinto que mudei, já não sou o mesmo. Pressinto que alguma coisa boa está ainda por suceder. E desta vez não vou ter medo de me deixar encantar."
Em "Blimundices"
A explicação oficial considerou-me a primeira vítima do “efeito corrosivo de uma psicopata com capacidade para hipnotizar multidões, uma criminosa que sucumbiu pelas próprias mãos encerrando da forma mais terrível todo um ciclo de violência e morte”. E depois todos se empenharam no esquecimento, porque aquilo que não é lembrado não existe. Nenhum corpo foi alguma vez encontrado, mas sobre isso, nem uma palavra. Nem uma referência aos milhares de pessoas que encontraram naqueles concertos a felicidade, o prazer, a alegria, o amor, a amizade. Também não me parece justo, ela fez bem a muita gente… Mas também isso foi esquecido. E no entanto, como é que alguém, ou algo, que não existe, deixa uma dor tão real como aquela que sinto? Uma dor que parece ser imortal. Ninguém compreende que para mim isto não pode ficar assim. Eva Nascente existiu, existe ainda, tem que existir, porque se não for assim, então estive sempre sozinho.
Quanto mais olho à minha volta menos me identifico com este mundo que sempre foi o meu. A minha essência já não parece ser a mesma. Não é do mundo da lógica, das certezas, da realidade empírica e das experiências científicas esta sensação de que ela não chegou a ir-se embora, de que a sua presença ainda se faz sentir. A mecânica quântica não explica mas não é menos verdadeira por isso, esta ligação entre dois mundos, que teimosamente persiste e resiste a todas as adversidades, até ao próprio tempo. Já não falo destas coisas a ninguém, sempre que o faço vejo crescer nos olhos dos outros a convicção de que estou louco. Louco ou não, vou-me redimindo dos meus erros escrevendo as letras para as canções que poderíamos compor juntos se a história tivesse sido outra. Nestas novas canções já não falo de traição ou de mágoa. Apenas digo, Eva, sei que existes, só existindo podes cantar como cantas. É verdade, quase me esquecia de mencionar este pormenor, meio delirante. É que a oiço cantar com cada vez mais frequência e não duvido, nem por um instante, que é ela a cantar só para mim. Sinto que mudei, já não sou o mesmo. Pressinto que alguma coisa boa está ainda por suceder. E desta vez não vou ter medo de me deixar encantar."
Em "Blimundices"
Há uma coisa que eu não consigo, por mais que tente, compreender... Não é que não consiga viver com essa dúvida que chega quase a ser existencial... Mas que, de facto, me incomoda e me cria uma espécie de alergia estar perto do que me incomoda, é incontornável... Já tentei, perto das mais variadas pessoas envolvidas, descobrir esse "segredo"... E o que mais me incomoda é que há pessoas que vivem com esta situação, têm a plena noção de que realmente acontece mas não vivem indignados... Se me revolta?? Um bocado... Quem é que se lembra de vender café a 2€ tipo entulho??
quinta-feira, 7 de junho de 2012
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Sr. 1º ministro
Boa tarde Sr. Exclmo. Primeiro ministro,
Venho abordá-lo desta forma para ser aconselhado numa ou outra situação que me tem vindo a preocupar. Há algum tempo atrás vi que ser despedido teria de ser visto como uma nova oportunidade, uma hipótese de construir um futuro melhor. Ora, como não me encontro nessa situação, julgo ter perdido uma oportunidade única, vejo todos os outros serem despedidos e a ficar com montes de tempo livre... Vejo pais, que por terem sido despedidos, têm tempo para brincar o dia inteiro com os filhos, tendo em conta que os miúdos já não vão à escola devido aos custos elevados que estes pais, devido às novas oportunidades, não conseguem pagar... Vejo alguns dos meus amigos, que agora, em vez de saírem diariamente, irem ao cinema, jantar fora e essas coisas se dedicam a ficar por casa, sem nada para fazer, sem televisão, sem internet e com alguma fome, o que na sua perspectiva é bom, porque a televisão acaba por assustar e limitar os horizontes das pessoas contempladas com estas novas oportunidades e digamos que o facto de comerem demais também os levaria a situaçoes de obesidade. Mas a minha grande duvida surgiu-me hoje à tarde... Estava a minha namorada a estacionar o carro quando se aproxima um daqueles arrumadores, nesta precisa altura ela diz que lhe vai dar 2€... Ao ouvir isto, saí rapidamente do carro estacionei o carro, pelo que recebi os merecidos 2 euros. O problema surgiu-me a seguir, o arrumador disse que aquela zona era dele, que todo o dinheiro que os condutores oferecessem teriam de ir para ele... Não achando ter perdido a razão, expliquei ao senhor que no fundo o dinheiro acabava por ser meu, tendo em conta que era o troco da portagem, expliquei-lhe que ela ainda estava a estudar e que o carro era meu, apenas a deixei conduzir porque tinha bebido uma ou outra garrafa a mais que, claro está, fiquei a dever no restaurante, para ajudar os funcionários a terem novas e melhores oportunidades... O senhor lá me deixou passar, deixando bem claro que não tinha razão alguma em fazer o que fiz e explicou-me como funcionam as zonas de estacionamento, este senhor já tinha um pequeno monopólio, e já era bem visto pelos senhores condutores. Coisa que eu vim a confirmar mais tarde... Quando cheguei ao veiculo tinha os 4 pneus furados, a pintura completamente riscada, os vidros partidos e tudo o que algum valor tivesse no interior foi roubado. Agradeço em vez de todos aqueles a quem vou ficar a dever o facto de este humilde e bem sucedido monopolista do parque ter contribuido para tantas novas oportunidades. E a si sr. primeiro ministro desejo-lhe uma nova oportunidade, num outro país, bem longe, para proporcionar novas oportunidades a pessoas com um vida estável e equilibrada... Sim, porque o que as pessoas realmente querem é aventura, na realidade ninguém quer constituir família, ninguém quer conforto e ninguém quer ver o seu esforço recompensado com um prémio monetário, o que as pessoas realmente procuram é precariedade, precariedade e pouco dinheiro, porque a abundância estraga!!
Obrigado
Obrigado
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Se conduzir não beba
"Gostava de partilhar convosco acerca do "Se beber, não conduza"!!
Como muito bem sabem, temos tido autenticas lavagens de cérebro diariamente por parte das autoridades competentes acerca deste assunto, através de mensagens de outdoors ou de filmes passados na televisão.
Há umas noites atrás saí com uns amigos e fomos tomar uns copos a um bar.
Depois de umas imperiais e whiskies, fiquei com a perfeita noção de que tinha ultrapassado o meu limite de resistencia ao alcool e fiz uma coisa que nunca tinha feito antes, usei o autocarro para regressar a casa!!
Pelo caminho reparei numa operação stop com policia a identificar os condutores e a fazer a alguns o teste do balão mas, como eu ia num autocarro, os agentes fizeram sinal para seguir.
E foi assim que cheguei a casa são e salvo, sem qualquer incidente, o que constitui uma autentica surpresa para mim, porque eu nunca tinha guiado um autocarro antes e nem faço a mínima ideia onde é que o arranjei..."
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Roubados de fresco
"Trilhar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um estalo doí, dar um pontapé num móvel quando estamos descalços dói, bater com a cabeça na quina duma mesa, morder a língua, as cólicas menstruais e as cáries... ui e pedras no rim então nem se fala. Mas dói muito mais quando nos desiludimos com alguém. Sempre tive muito cuidado quando se trata de amizades e amores. E também sempre me custou mais entender como numa amizade se pode falhar com o outro lado. Custa-me muito mais do que no amor. A amizade é diferente. Pelo menos deveria ser. Desde sempre que me lembro de fazer o possível e o impossível para magoar o menos possível as pessoas que sei que gostam de mim. Já calei muitas vezes para não ferir um coração. E admito que já menti para proteger um amigo. Já fiz das tripas coração para enfrentar uma situação porque seria a única maneira de diminuir a dor de alguém prejudicando-me. E depois tantas e tantas vezes chorei escondida para não preocupar ninguém. Tantas foram as vezes que estava cansada e não dormi para ir ajudar os meus. Não quero um prémio por isso. Mas bolas! E eu? Tantos anos passaram e eu continuava a mesma. Aliás continuo, talvez estupidamente, a proteger aqueles que adoro fazendo de tudo para não os magoar nem deixar que ninguém o faça na medida do possível. Mas a vida, talvez por ironia, ensinou-me que essas pessoas de quem cuido todos os dias à minha maneira são aquelas que hoje em dia mais me magoam. E, por destino ou não, são aquelas que eu jamais me imaginaria a viver sem. Quando dizem que tudo tem uma razão de ser é bem verdade. Porque aquelas que nos magoam são aquelas de quem mais gostamos. Caso contrário não nos sentiríamos tão magoados e irados com a vida. Hoje aprendi que nesta vida poucos vão ser aqueles que se vão realmente preocupar com o meu bem-estar e muito menos aqueles que me irão ajudar sem pedir nada em troca. Deixei de ser tona-da-bouça. Entendi que as desilusões fazem parte da vida e que as mais dolorosas vêm sempre da parte de quem mais gosto e a quem nunca falhei. É um soco no estomago. Percebi que cada palavra que possa dizer pode vir a magoar o coração da pessoa que daria a vida por mim e estúpida, para essas sou sempre mau feitio e exigente. Para os outros que me lixam estou sempre pronta e está sempre tudo bem. Sei agora que quando me magoam não tenho a obrigação de me fazer de forte. Posso e devo gritar, chorar, espernear e exprimir o que me vai na alma. Caguei! Tudo tem o seu lado mau. A pessoa que me faz sorrir mais em menos de um minuto, de repente, pode tornar-se na pessoa que mais me magoa, apenas com uma palavra inesperada. O momento mais importante da minha vida pode tornar-se no no mais complicado e difícil devido a facadas nas costas. As amizades que considerava verdadeiras e que pensava que iriam durar toda uma vida, tornaram-se apenas em pessoas que já não têm essa importância porque falharam uma, duas, três... muitas vezes. É difícil. É difícil perceber o porquê de tanta mudança em tão pouco tempo. Ou melhor é difícil ter de abrir os olhos depois de uma cegueira manipulada. Aprendi que nas costas dos outros vejo as minhas. Aprendi que para estas pessoas hoje alguém é bestial e amanhã é besta. Aprendi que abro muitas portas e sou muitas vezes um free-pass ao que nunca tinham vivido. Esqueci do que é ouvir "como estás?". Mas um "como estás" que abraça e reconforta. Apesar de tudo trago em mim a certeza de que a vida me vai compensar e dar-me o melhor que ela tem. Adormeço sem consciência pesada na mesma almofada onde já derramei muitas lágrimas e isso é impagável para quem tem princípios e valores firmes. As lágrimas são trocadas pelas melhores gargalhadas e as desilusões substituídas por surpresas inesquecíveis de quem ainda vale a pena. E para as pessoas que me desiludiram por amor ao próprio umbigo? Bem, para elas tenho apenas uma palavra: cotonete!"
D' "A xio quase que mara"
domingo, 27 de maio de 2012
Frase muito solta
Só vais encontrar o caminho certo quando deres conta dos errados...
Enquanto isso, resta-te pouco, resta-te errar até encontrares o que
procuras... Porque ninguém sabe o que procura até encontrar...
Sabes, que no meio de todos os objectivos que tinha traçado, não houve muitos
que conseguisse realizar... Sabes que houve outros tantos que não fazia ideia
que ia atingir e acabaram por me interceptar, numa viagem que acabou por não
ser só nossa... Houve gente no caminho que não tinha planeado, houve situações
para as quais não estava preparado, mas no meio de tudo isto nunca me esqueci
de ti... Mesmo quando tudo correu mal, apesar de te não culpar, perguntava
onde estavas... E agora, agradeço-te por me teres deixado ir, até onde sabias
que podias chegar a mim, com a mesma facilidade de sempre... Fizeste, embora
conscientemente o que eu fiz contigo inconscientemente... Se te chamo calculista?
não... Digo-te apenas que me conheces melhor que toda a gente e acima disso,
conheces-me melhor que eu próprio... Sim, também te conheço melhor que toda a
gente... És o unico objectivo que quase tentei traçar e falhei por completo
e me apareces no meio dos objectivos que eu acabei por esquecer... Se vai
correr bem?? Não sei, não sabesmos, mas que por enquanto não correu mal, ainda
não correu e se assim continuar, não vai acabar e acabamos por correr o risco
de tornar eterno aquilo de que ambos fugimos mais do que deviamos, de nós...
que conseguisse realizar... Sabes que houve outros tantos que não fazia ideia
que ia atingir e acabaram por me interceptar, numa viagem que acabou por não
ser só nossa... Houve gente no caminho que não tinha planeado, houve situações
para as quais não estava preparado, mas no meio de tudo isto nunca me esqueci
de ti... Mesmo quando tudo correu mal, apesar de te não culpar, perguntava
onde estavas... E agora, agradeço-te por me teres deixado ir, até onde sabias
que podias chegar a mim, com a mesma facilidade de sempre... Fizeste, embora
conscientemente o que eu fiz contigo inconscientemente... Se te chamo calculista?
não... Digo-te apenas que me conheces melhor que toda a gente e acima disso,
conheces-me melhor que eu próprio... Sim, também te conheço melhor que toda a
gente... És o unico objectivo que quase tentei traçar e falhei por completo
e me apareces no meio dos objectivos que eu acabei por esquecer... Se vai
correr bem?? Não sei, não sabesmos, mas que por enquanto não correu mal, ainda
não correu e se assim continuar, não vai acabar e acabamos por correr o risco
de tornar eterno aquilo de que ambos fugimos mais do que deviamos, de nós...
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Especial
Porque o mundo sem tiria faria todo o sentido,
mas para mim não seria bem bem a mesma coisa.
Sim, podia viver sem ti, mas como se diz, nao
era a mesma coisa, ou mais pessoal, nada seria
tão especial se não estivesses "por perto".
A ti, que tens a capacidade de tornar o simples
em complexo, a ti que reparas em tudo o que me
escapa, a mim que reparo em tudo o que tu nao
queres ver, aos outros que "criticam" o que
vemos, a eles que nos acompanha, se riem, nos
fazem rir, a nós todos que apesar de andarmos
sempre "à bulha", acabamos por nos dar como
ninguém e acabamos por ser o que todos gostariam
de ser, os melhores. Porque ser melhor é isso, é
ser criticado pelos demais e adorados pelos de
menos, sim porque os de menos são os amigos
que cada vez são menos, menos, mas bons!!
mas para mim não seria bem bem a mesma coisa.
Sim, podia viver sem ti, mas como se diz, nao
era a mesma coisa, ou mais pessoal, nada seria
tão especial se não estivesses "por perto".
A ti, que tens a capacidade de tornar o simples
em complexo, a ti que reparas em tudo o que me
escapa, a mim que reparo em tudo o que tu nao
queres ver, aos outros que "criticam" o que
vemos, a eles que nos acompanha, se riem, nos
fazem rir, a nós todos que apesar de andarmos
sempre "à bulha", acabamos por nos dar como
ninguém e acabamos por ser o que todos gostariam
de ser, os melhores. Porque ser melhor é isso, é
ser criticado pelos demais e adorados pelos de
menos, sim porque os de menos são os amigos
que cada vez são menos, menos, mas bons!!
sábado, 19 de maio de 2012
A.C.
Por muito que me queira separar do que fomos, resta-me
sempre o tudo que poderíamos ter sido, apesar do nada que
acabamos por ser... E é essa sobra que me faz não querer ver
o futuro sem ti! É essa sobra que me não permite ninguém
ocupar esse espaço que sempre foi teu, é essa sobra que, por
vezes, me faz levantar e continuar a lutar pelo que, provavelmente,
nunca será... És tu, que indirectamente, me fazes acreditar que
ainda é possivel acreditar nas pessoas que nos rodeiam, és tu que
fazes com que não questione todos os meus princípios, que entretanto,
se foram desmoronando e acabaram por construir um caos que ainda
não consigo controlar... És tu que ainda me fazes esperar pelo
nada que aí vem... É em ti que penso quando nada faz sentido...
Mas é em mim que vais buscar muito daquilo que queres dos
outros e embora nunca me tenhas dito, é em mim que encontras
forças para continuar a lutar por tudo em que ainda acreditas....
Seria por nós que eu teria escrito isto, noutra altura, num passado
que em nada nos pertence, mas não, hoje escrevo só porque sim.
sexta-feira, 18 de maio de 2012
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Os que te conhecem verdadeiramente, conhecem os teus limites,
as tuas limitações, os teus medos, as tuas fraquezas, enfim, sabem
de tudo o que não és capaz, conhecem a tua falta de coragem em
relação a tantas e muitas coisas. Os outros, os que julgam que
te conhecem, têm a certeza de que és capaz de tudo, de que não
tens medo a nada, de que não há limites para a tua saudavel e
inagualavel loucura, esses sabem, com a certeza de quem viu a
terra nascer, que não há nada nem ninguém que te possa abalar
os principios, nada nem ninguém que te possa fazer questionar
todo o teu trajecto... Esses, esses não sabem nada e dizem para
que toda a gente ouça que te conhecem como ninguém, transparente.
Os que te conhecem verdadeiramente, nunca têm certezas e são
esses que te hão-de sempre fazer falta, para te darem o que te
falta quando não tens coragem ou vontade... Os outros apenas
te dirão o que queres e precisas ouvir para ficares onde estás...
as tuas limitações, os teus medos, as tuas fraquezas, enfim, sabem
de tudo o que não és capaz, conhecem a tua falta de coragem em
relação a tantas e muitas coisas. Os outros, os que julgam que
te conhecem, têm a certeza de que és capaz de tudo, de que não
tens medo a nada, de que não há limites para a tua saudavel e
inagualavel loucura, esses sabem, com a certeza de quem viu a
terra nascer, que não há nada nem ninguém que te possa abalar
os principios, nada nem ninguém que te possa fazer questionar
todo o teu trajecto... Esses, esses não sabem nada e dizem para
que toda a gente ouça que te conhecem como ninguém, transparente.
Os que te conhecem verdadeiramente, nunca têm certezas e são
esses que te hão-de sempre fazer falta, para te darem o que te
falta quando não tens coragem ou vontade... Os outros apenas
te dirão o que queres e precisas ouvir para ficares onde estás...
É o tudo ou nada!!
Há o passado e com ele a noção de muitos dos erros que cometeste,
vem o futuro e apercebes-te de que podes ou não voltar a repetir
esses erros... Deixas de pensar e agir de acordo com o coração e
ponderas todas as probabilidades, pensas no que poderá acontecer
se te voltares a deixar levar... Reparas que, no passado, sempre que
te deixaste levar, o que te restou foi nada e nada é precisamente o
que voltas a não precisar... Analisas todas as atitudes dos que te
rodeiam e pensas se essas atitudes te vão, ou não, te levar a nada...
E depois de tudo, perdeste a espontaneidade, mas sentes-te seguro,
nesse sítio onde não dás margem àqueles que te possam eventualmente
magoar, afasta-los conscientemente e acabas por te arrepender, mas
no fim dás conta de que pelo menos ainda te restou alguma coisa, e o
nada que temias está longe, mas no fundo percebes que perdeste tudo...
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Os Sábados à noite têm uma coisa fantástica que, pelo menos para mim,
me salvam de muitas e determinadas situações e naquilo que poderia
ser o que muitas pessoas chamam de peso de consciência... Quando saio
ao Domingo com pessoas que se me cruzaram na noite de Sábado, acabo
por descobrir coisas fantásticas acerca da noite anterior... Não percebo
bem porquê, mas depois de uns quantos copos, vagueio pela noite, ora
bem humorado, ora mal, vai do estado de espírito, sem qualquer seriedade.
Faço coisas malucas, tento espancar alguém, quase que choro por não sei
quê, atravesso o carro algures, fico insuportável, tudo isto sem dar conta.
E ao outro dia acordo e digo, "Eh pa, grande noite, curti que ui!!", depois
ouço o lado dos outros e penso... "Estes não são nada divertidos", eu sou
capaz de, nessas noites, quando o alcool ultrapassa os valores aceites
pela sociedade, sou capaz de ver coisas que não lembra a ninguém, a ninguém.
Mas vá, já começo a encontrar uma ou outra pessoa que partilha do mesmo
problema, se assim lhe podermos chamar. E somos todos uns perdidos, dizem
os outros, como se nos conhecessem de algum lado, ou se conhecem, não
conhecem esse tal "outro mundo" que nós construimos nessas noites...
P.S. Não me lembro de puto de grande parte dessas noites, principalmente quando envolve conversas
sérias, nas quais sóbrio teria uma certa dificuldade em lhes dar continuidade. Eu não consigo sequer
contar 1€ sozinho, geralmente é o empregado do bar a ir-me ao bolso buscar o que falta... Tenho dito.
me salvam de muitas e determinadas situações e naquilo que poderia
ser o que muitas pessoas chamam de peso de consciência... Quando saio
ao Domingo com pessoas que se me cruzaram na noite de Sábado, acabo
por descobrir coisas fantásticas acerca da noite anterior... Não percebo
bem porquê, mas depois de uns quantos copos, vagueio pela noite, ora
bem humorado, ora mal, vai do estado de espírito, sem qualquer seriedade.
Faço coisas malucas, tento espancar alguém, quase que choro por não sei
quê, atravesso o carro algures, fico insuportável, tudo isto sem dar conta.
E ao outro dia acordo e digo, "Eh pa, grande noite, curti que ui!!", depois
ouço o lado dos outros e penso... "Estes não são nada divertidos", eu sou
capaz de, nessas noites, quando o alcool ultrapassa os valores aceites
pela sociedade, sou capaz de ver coisas que não lembra a ninguém, a ninguém.
Mas vá, já começo a encontrar uma ou outra pessoa que partilha do mesmo
problema, se assim lhe podermos chamar. E somos todos uns perdidos, dizem
os outros, como se nos conhecessem de algum lado, ou se conhecem, não
conhecem esse tal "outro mundo" que nós construimos nessas noites...
P.S. Não me lembro de puto de grande parte dessas noites, principalmente quando envolve conversas
sérias, nas quais sóbrio teria uma certa dificuldade em lhes dar continuidade. Eu não consigo sequer
contar 1€ sozinho, geralmente é o empregado do bar a ir-me ao bolso buscar o que falta... Tenho dito.
Há gente que de manhã, antes de sair de casa, devia dar uma ou outra cabeçada
na porta, não é por nada, mas há pessoas completamente insuportaveis e eu só
começo a acordar por volta do meio dia... Portanto, pessoas que acordam muito
mal dispostas, quando precisarem falar para mim de manhã não o façam, porque
a única coisa que retenho e digo mesmo, a única coisa, é um "nhnhnh nhnhnhnnh"
e só me lembro que as pessoas que falam alto não têm razão, já dizia alguém que
me não lembro, e acabo por mandar essa pessoa para o (...), porque penso que
nunca na vida será importante!! Não és tu, é o assunto e depois do assunto és tu!
Nunca, em toda a minha vida, ou do que restar dela, whatever, me será importante.
Não é por mal, é por feitio, no meu feitio pessoas como tu não encaixam... Lego.
na porta, não é por nada, mas há pessoas completamente insuportaveis e eu só
começo a acordar por volta do meio dia... Portanto, pessoas que acordam muito
mal dispostas, quando precisarem falar para mim de manhã não o façam, porque
a única coisa que retenho e digo mesmo, a única coisa, é um "nhnhnh nhnhnhnnh"
e só me lembro que as pessoas que falam alto não têm razão, já dizia alguém que
me não lembro, e acabo por mandar essa pessoa para o (...), porque penso que
nunca na vida será importante!! Não és tu, é o assunto e depois do assunto és tu!
Nunca, em toda a minha vida, ou do que restar dela, whatever, me será importante.
Não é por mal, é por feitio, no meu feitio pessoas como tu não encaixam... Lego.
Eu não devia dizer isto, mas...
Sabes, Cidade, que esta semana o teu sangue é negro porque te corre nas artérias a rapaziada de capa e batina.
Sabes, Cidade, que nesta semana é por ti que se alinham nas margens das ruas as mães e os padrinhos, os irmãos mais novos e as lágrimas dos avós. Sabes que é por ti que se lançam no ar os ramos de flores, que se enfeitam os carros, que se afinam as guitarras portuguesas e os cavaquinhos. Sabes que é por ti que cantamos. Sabes que é em teu nome que brindamos.
Sabes, Cidade, que é para ti que nesta semana se agitam fileiras de malta em alvoroço, que é por ti que se levantam no ar estandartes de todas as cores, que é por ti que eles se abraçam, se comovem, que neles se entranham palavras de ternura e saudade.
Sabes que no fim da noite, Cidade, no silêncio de cada quarto, no abandonar da sebenta, no despir das capas e batinas, é de ti que eles se lembram...Lembra-te deles também.
Cidade nossa!
A sempre tua
"Academia"
Magnum Consilium Veteranorum
Roubado aqui: http://pensamentossomeusponto.blogspot.pt/
Sabes, Cidade, que nesta semana é por ti que se alinham nas margens das ruas as mães e os padrinhos, os irmãos mais novos e as lágrimas dos avós. Sabes que é por ti que se lançam no ar os ramos de flores, que se enfeitam os carros, que se afinam as guitarras portuguesas e os cavaquinhos. Sabes que é por ti que cantamos. Sabes que é em teu nome que brindamos.
Sabes, Cidade, que é para ti que nesta semana se agitam fileiras de malta em alvoroço, que é por ti que se levantam no ar estandartes de todas as cores, que é por ti que eles se abraçam, se comovem, que neles se entranham palavras de ternura e saudade.
Sabes que no fim da noite, Cidade, no silêncio de cada quarto, no abandonar da sebenta, no despir das capas e batinas, é de ti que eles se lembram...Lembra-te deles também.
Cidade nossa!
A sempre tua
"Academia"
Magnum Consilium Veteranorum
Roubado aqui: http://pensamentossomeusponto.blogspot.pt/
domingo, 13 de maio de 2012
Às vezes, só dás conta do impacto do que pensas, quando acabar por
E enquanto estava por aqui a escrever, a ideia de suicidio atravessou-me
o pensamento... O suicídio por exemplo do passos coelho, com o cinto
apertadinho, ao pescoço, assim em tom de austeridade e de poupar...
o dizer a alguém... Em voz alta... Quando ouves as tuas próprias palavras
aquela que parecia apenas uma ideia, passa a ser um compromisso...
Um compromisso que até nem querias assumir, mas já foi dito...
E enquanto estava por aqui a escrever, a ideia de suicidio atravessou-me
o pensamento... O suicídio por exemplo do passos coelho, com o cinto
apertadinho, ao pescoço, assim em tom de austeridade e de poupar...
quinta-feira, 10 de maio de 2012
"Sei que um dia te vais lembrar de mim, e os números da tua agenda passarão claramente à tua frente e não terás nenhum para marcar. Talvez até tentes o meu, mas até lá posso não atender ou talvez aquele já nem seja o meu número. Vais tentar chamar alguém, mas não vai haver ninguém que largue tudo para te ir dar um abraço. Nessa fracção de segundo, quando os teus pés perderem o chão, vais lembrar-te do meu carinho e do meu sorriso inocente, virão súbitas memórias dos nossos momentos, abraços ou até do sossego quando adormecias no meu peito. Só haverá uma música a tocar no teu rádio, a nossa... E num novo momento vais sentir um aperto no peito, uma pausa na respiração e vais torcer bem forte para ter o nosso mundo de voltar. Vais estar deitada na tua cama, a ver televisão, como mais uma das muitas noites que aí passas, vais ouvir a chuva a cair e vais sentir um imenso vazio por não teres um grande amor para compartilhar esse momento. Não terás ninguém para brincar contigo, admirar o pôr-do-sol, ou até mesmo partilhar as tuas histórias com um grande entusiasmo, como o fazias. O nome disso é saudade, aquilo que eu tinha tanto e te faltava sempre, quando finalmente bateres na minha porta, ela estará trancada, ou se aberta, mostrará uma casa vazia. Os teus olhos vão ensinar-te o que são lágrimas, aquelas que eu te disse que ardiam tanto e vais lembrar-te das festas que eu fazia nas tuas costas para adormeceres, da minha inocência que ria de tudo o que dizias. Do meu jeito de te tentar fazer feliz. O nome do enjoo que vais sentir é arrependimento e a falta de fome será tristeza, a mesma que eu senti por tanto tempo. Um dia quando te deitares e olhares para o tecto do teu quarto escuro, vais lembrar-te que as estrelas poderiam lá estar, para iluminar todas as tuas noites frias, mas tudo o que vais ver é a escuridão. E quando os dias passarem e eu não te ligar, quando nada de bom te acontecer e ninguém te olhar como eu te olhava, vais encontrar a solidão. E vais ver que diante de tanta merda, alguns dos meus defeitos poderiam ter sido perdoáveis... "
Com aspas fica sempre mais bonito... Mas vá e só para que fique registado, eu tenho uma playstation 3, dinheiro para minis (às vezes)!
O tempo passa a uma velocidade alucinante,
dizem todos os donos da razao e da verdade.
Passam pois, para aqueles que nao querem,
ou nao podem parar um bocadinho, misturarem-se
com a rotina daqueles que nao fazem outra
coisa, além da mesma coisa de sempre...
O tempo para esses tem contornos bem mais
lentos, passam devagar, como a paisagem
estactica que observamos lá fora, que
passa por nós a uma velocidade estonteante
e quando bem vistas as coisas, nós e que
passamos a "voar", como sempre...
dizem todos os donos da razao e da verdade.
Passam pois, para aqueles que nao querem,
ou nao podem parar um bocadinho, misturarem-se
com a rotina daqueles que nao fazem outra
coisa, além da mesma coisa de sempre...
O tempo para esses tem contornos bem mais
lentos, passam devagar, como a paisagem
estactica que observamos lá fora, que
passa por nós a uma velocidade estonteante
e quando bem vistas as coisas, nós e que
passamos a "voar", como sempre...
E o amanhã chega e deixas-te levar por mais
um momento que sacrifica o teu tempo. A tua
vida, dizes só para ti que é só hoje e este "hoje"
tornou-se em dias demais, demais para apagares,
demais para esqueceres, "hoje" não te sai da
cabeças, prendes-te ao passado incoerente
do pensamento e amanhã ainda vives o "hoje"
e o que realmente queres começa a tornar-se
inalcansável. Não voltes a viver o "hoje" diz
a vozinha de culpa que vai perdendo força ao
passar do tempo, essa vozinha da razão...
um momento que sacrifica o teu tempo. A tua
vida, dizes só para ti que é só hoje e este "hoje"
tornou-se em dias demais, demais para apagares,
demais para esqueceres, "hoje" não te sai da
cabeças, prendes-te ao passado incoerente
do pensamento e amanhã ainda vives o "hoje"
e o que realmente queres começa a tornar-se
inalcansável. Não voltes a viver o "hoje" diz
a vozinha de culpa que vai perdendo força ao
passar do tempo, essa vozinha da razão...
terça-feira, 8 de maio de 2012
À medida que cresces e vais conhecendo as pessoas, esperas que elas,
de uma certa forma, te "acompanhem", se deixem de joguinhos e sejam
francas, francas com elas e francas com as pessoas que as rodeia. Mas
infelizmente, vais conhecendo muita gente, que vive no meio de tantos
joguinhos que a tua vontade é apagar tudo o que ficou para trás, tudo
o que fizeste para que um dia chegasses perto de conhecer essas pessoas,
mas todos temos o direito de errar e o facto de eu estar certo não
implica necessariamente que estejas errada, implica sim que sejamos
incompatíveis, que as nossas realidades nunca se cruzem...
Espera!!!!
Olhas para ela, recordas-te de quando "ela" era tua.
Recordas-te das coisas sem sentido que por vezes dizia,
lembras-te de todas as brincadeiras parvas que ela te
levou a fazer, ao olhar para ela voltam-te as fotografias
parvas, o medo que ela tinha de voar, voltam as birras
sem qualquer sentido, nas quais ela tinha sempre razão,
recordas a quantidade de vezes que olhaste para trás à
procura dela quando sentias um perfume parecido com o
dela. Recordas as figuras parvas que fizeram em tudo
quanto era sítio. Agora, que olhas para ela e te recordas
de alguns dos defeitos dela, quase te faz ter saudade de
voltar a aturar todos os seus dias mal humorados, todas
as suas noites de desdém... Apetece-te voltar a ouvi-la
lamentar-se pelo exame que correu mal, tens vontade de
voltar a receber a chamada dela a dizer que afinal tirou
19... Tens vontade de voltar a acordar com ela a gritar
por causa da desarrumação, que não estacionaste o carro
no parque de casa dela, que não compraste o chá certo.
Tens saudades de caminhar junto à praia, numa noite gelada
a contar as estrelas de uma noite cheia de nuvens, sentes
falta de dar conta que eram lâmpadas. Tens saudades das
viagens sem sentido, que acabavam, por norma em sítios
tão estranhos que mos obrigava a voltar zangados e a
discutir o resto da viagem. Tens saudade de a levares ao
extremo, tens vontade de lhe voltar a dizer que fica
insuportável antes de grandes acontecimentos, tens
vontade de lhe voltar a dizer que por mais que ela tente
nunca vai conseguir perceber o teu ponto de vista, agora
até te dava vontade de lhe dar razão, porque no fim de
contas, ela tinha razão. Olhas para ela e recordas-te
a muito custo que um dia foste tu que a deixaste partir,
foste tu que lhe deste o espaço que ela precisava depois
de tantas guerras que lhe arranjaste, foste tu.
Tens saudades e vais ter. E vais arrepender-te sempre.
Mas agora é tempo de seguir em frente, porque ela não
vai esperar e tu não hás-de ter muito quem espere por ti.
Recordas-te das coisas sem sentido que por vezes dizia,
lembras-te de todas as brincadeiras parvas que ela te
levou a fazer, ao olhar para ela voltam-te as fotografias
parvas, o medo que ela tinha de voar, voltam as birras
sem qualquer sentido, nas quais ela tinha sempre razão,
recordas a quantidade de vezes que olhaste para trás à
procura dela quando sentias um perfume parecido com o
dela. Recordas as figuras parvas que fizeram em tudo
quanto era sítio. Agora, que olhas para ela e te recordas
de alguns dos defeitos dela, quase te faz ter saudade de
voltar a aturar todos os seus dias mal humorados, todas
as suas noites de desdém... Apetece-te voltar a ouvi-la
lamentar-se pelo exame que correu mal, tens vontade de
voltar a receber a chamada dela a dizer que afinal tirou
19... Tens vontade de voltar a acordar com ela a gritar
por causa da desarrumação, que não estacionaste o carro
no parque de casa dela, que não compraste o chá certo.
Tens saudades de caminhar junto à praia, numa noite gelada
a contar as estrelas de uma noite cheia de nuvens, sentes
falta de dar conta que eram lâmpadas. Tens saudades das
viagens sem sentido, que acabavam, por norma em sítios
tão estranhos que mos obrigava a voltar zangados e a
discutir o resto da viagem. Tens saudade de a levares ao
extremo, tens vontade de lhe voltar a dizer que fica
insuportável antes de grandes acontecimentos, tens
vontade de lhe voltar a dizer que por mais que ela tente
nunca vai conseguir perceber o teu ponto de vista, agora
até te dava vontade de lhe dar razão, porque no fim de
contas, ela tinha razão. Olhas para ela e recordas-te
a muito custo que um dia foste tu que a deixaste partir,
foste tu que lhe deste o espaço que ela precisava depois
de tantas guerras que lhe arranjaste, foste tu.
Tens saudades e vais ter. E vais arrepender-te sempre.
Mas agora é tempo de seguir em frente, porque ela não
vai esperar e tu não hás-de ter muito quem espere por ti.
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Imagem retirada da internet... Se tava lá não é roubado!!
E agora, vou evitar ser deixado para trás, o que quer dizer
que vou começar a correr, porque isso de escolher a minha
própria direcção é coisa para me dar muito trabalho...
E depois quem escolhe o seu próprio caminho corre o risco
de bater com a cabeça e se for pelo caminho dos outros, vou
logo atrás e evito umas quantas cabeçadas, dores de cabeça
já tenho muitas e se poder evitar essas já é um bom atalho.
Mas continuo a achar que vou fugir de certas e determidas
pessoas que valem tanto como um chapéu numa noite estrelada.
E agora, vou evitar ser deixado para trás, o que quer dizer
que vou começar a correr, porque isso de escolher a minha
própria direcção é coisa para me dar muito trabalho...
E depois quem escolhe o seu próprio caminho corre o risco
de bater com a cabeça e se for pelo caminho dos outros, vou
logo atrás e evito umas quantas cabeçadas, dores de cabeça
já tenho muitas e se poder evitar essas já é um bom atalho.
Mas continuo a achar que vou fugir de certas e determidas
pessoas que valem tanto como um chapéu numa noite estrelada.
Não é por acaso, mas com o passar do tempo, dás conta
dos que valem a pena, dos que não valem e dos que nunca
deveriam ter valido. Quando olhas para o lado, à procura
de alguém a quem deitaste a mão, ou caíste junto ao tentar
ajudar, reparas que essa mesma mão não lá está para
fazer por ti o que terias feito por ela, sem nem sequer
pensar uma segunda vez à procura de coerência...
Ficam os outros, os que nunca caíram contigo, os que
valem mesmo a pena, e os outros, os outros podes
deixá-los partir, porque não te farão grande falta, fogem
demais, não ficam o tempo suficiente para te valerem a pena.
dos que valem a pena, dos que não valem e dos que nunca
deveriam ter valido. Quando olhas para o lado, à procura
de alguém a quem deitaste a mão, ou caíste junto ao tentar
ajudar, reparas que essa mesma mão não lá está para
fazer por ti o que terias feito por ela, sem nem sequer
pensar uma segunda vez à procura de coerência...
Ficam os outros, os que nunca caíram contigo, os que
valem mesmo a pena, e os outros, os outros podes
deixá-los partir, porque não te farão grande falta, fogem
demais, não ficam o tempo suficiente para te valerem a pena.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Vida
Muitos dos que dizem não temer a morte, temem a vida...
De tal forma que só estão à espera do que não temem...
quarta-feira, 2 de maio de 2012
História fictícia de um dia no Pingo Doce
Eu ontem vi uma senhora que trazia 400 euros de pão, naquele
hipermercado que oferecia violações com o apoio policial, estou
em crer que há uma família que vai comer pão recesso de Janeiro
a Janeiro. Também me dei conta de que uma família comprou
fraldas para o bebé no valor de 900 euros, há-de o miúdo ter
16 anos e ainda vai usar fralda, que neste país não há margem
para desperdícios... Caso para dizer "bando de cagões"!!! Ah e
lembrei-me agora que duas crianças andaram à bulha por causa
de 2 pacotes de chicletes trident, ao que parece eram as últimas!
Isto tudo para dizer que construímos um país, onde os ricos
controlam até as economias daqueles que menos têm, da classe
trabalhadora, precisamente no dia deles, dia do trabalhador...
E isto também acaba por ser uma crítica aos pobres, ou melhor,
os pobres de espírito, que parecem pombos atrás de pão podre!
terça-feira, 1 de maio de 2012
Nós que corremos atrás do tempo perdido e do tempo que
se perde, quando conseguimos chegar perto dele, ele, por
instinto, magoa-nos... Não o podemos tentar controlar, se
o fizermos começam a chegar aquelas doenças malucas que
matam num abrir e fechar de olhos, aqueles acidentes de que
ninguém esperava, aquelas desgraças familiares que ninguém
adivinhava, é o princípio do fim, só porque tentamos controlar
aquilo que de mais selvagem e incontrolável e inimaginável
há... O tempo, a vida, a forma como seguimos em frente...
Por isso, às vezes, recuar para a frente é uma óptima solução,
estás sempre num bom sitio de partida para correr para trás...
se perde, quando conseguimos chegar perto dele, ele, por
instinto, magoa-nos... Não o podemos tentar controlar, se
o fizermos começam a chegar aquelas doenças malucas que
matam num abrir e fechar de olhos, aqueles acidentes de que
ninguém esperava, aquelas desgraças familiares que ninguém
adivinhava, é o princípio do fim, só porque tentamos controlar
aquilo que de mais selvagem e incontrolável e inimaginável
há... O tempo, a vida, a forma como seguimos em frente...
Por isso, às vezes, recuar para a frente é uma óptima solução,
estás sempre num bom sitio de partida para correr para trás...
É nos dias chuvosos, frios e cinzentos, onde a alegria parece
difícil de encontrar, que o calor do teu olhar chegava para
me alegrar... Entre uma e outra música deprimente, sinto
o aconchego do teu abraço que me não chega, pela distância
que nos impusemos!! Aqui, com um copo de vinho tinto, à
lareira recordo-me de todos os dias que perdi contigo,
em situações semelhantes, era como quem dava a volta
ao mundo, sentado nas palavras que ias proferindo à
medida que o calor do vinho nos subia à alma e sem
sair daqui maravilhava-me com a tua facilidade de nos
fazer viajar... Agora, as viagens são mais pequenas,
viajo dentro de mim, à procura de uma solução para o
nós que não se prolongou como tanto esperávamos...
segunda-feira, 30 de abril de 2012
domingo, 29 de abril de 2012
Nos restos de dia, acabo por pensar no porquê de existirem.
Passamos o dia a correr e no fim sobra vida, sobra tempo,
é quase como quem bebe uma garrafa de água de uma vez
e passa o resto da viagem com sede. Acabamos por ficar à
espera de mais alguma coisa, sempre... Temos sede de
viver e vivemos tão depressa que no fim resta-nos pouca
energia para continuar a viver... E assim nos vamos destruindo,
sem nos darmos conta, sem nos abrandarmos, sem vivermos.
E a realidade cansa-te, desorienta-te e não te encontra...
terça-feira, 24 de abril de 2012
Roubo de comboio!!
Acerca do corte da linha entre Caíde e Marco de Canaveses... Eu conheço um senhor alcoólico de profissão, ou de ocupação, como lhe queiram chamar. Frequenta diariamente a tasquinha da estação do Marco e de Caíde. Faz-se deslocar sempre de comboio entre estes sítios de eleição. Tem viatura própria, mas a sua consiciência apela a que se desloque de comboio, não por motivo de insuficiência económica, mas por respeito à vida daqueles que se poderão atravessar-se-lhe no caminho, literalmente. Para evitar acidentes, usa o comboio... Ora portanto se este senhor, que a partir de agora terá de se deslocar de carro, atropelar 3 ou 4 prostitutas que se vendem pelas ruas entre esses dois sitios e ao dar conta do que aconteceu perder o controlo do carro atropelar 2 velhinhas e o netinho de uma delas, que fazem a caminhada diária, indirectamente a culpa será daqueles que hoje se recusam a dormir descansados na Régua?? Sim, porque este senhor já expôs o seu ponto de vista, claro que ele diz que nada irá correr mal, mas por entre a 3ª ou a 4ª garrafa de vinho nunca se sabe o que pode acontecer. E esses outros, cheios de benefícios não podem dormir na Régua, que até tem um ambiente agradável e de Verão tem uma barraquinha de gelados e se não estou em erro passa lá rio o ano inteiro...
Conheço também a história de uma amigo do anterior, trabalhor consciente e responsável, que se desloca diariamente para o Porto, dizem que recebe 600€, dizem que o dinheiro que recebe mal sobra para as deslocações, dizem que ganharia mais se ficasse em casa e "exigisse" o rendimento mínimo, era coisa para lhe dar mais lucro. O problema é que estes dois amigos quando se juntam bebem até o mundo ficar entoldado por tons alucinados de uma realidade que lhes não pertence, mas que acaba por ser mais tolerável que a "real realidade". O que separa estes dois bons amigos é o facto deste último trabalhar... Ao acabarem com este transporte vão juntá-los... Por um lado parece-me bem, por outro parece-me mais uma vítima do tal acidente que poderá vir a acontecer entre a 6ª e a 8ª garrafa, sim agora são 2 a beber... E se o primeiro não tinha família este segundo tem 2 filhos... E eu continuo a dizer que a vistão não é ruim da Régua!
Conheço também a história de uma amigo do anterior, trabalhor consciente e responsável, que se desloca diariamente para o Porto, dizem que recebe 600€, dizem que o dinheiro que recebe mal sobra para as deslocações, dizem que ganharia mais se ficasse em casa e "exigisse" o rendimento mínimo, era coisa para lhe dar mais lucro. O problema é que estes dois amigos quando se juntam bebem até o mundo ficar entoldado por tons alucinados de uma realidade que lhes não pertence, mas que acaba por ser mais tolerável que a "real realidade". O que separa estes dois bons amigos é o facto deste último trabalhar... Ao acabarem com este transporte vão juntá-los... Por um lado parece-me bem, por outro parece-me mais uma vítima do tal acidente que poderá vir a acontecer entre a 6ª e a 8ª garrafa, sim agora são 2 a beber... E se o primeiro não tinha família este segundo tem 2 filhos... E eu continuo a dizer que a vistão não é ruim da Régua!
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Primavera
Se já encontrei o amor? Claro que sim... Vinha a mãos dadas
com uma menina lorinha de olhos verdes, cheirava a flores
de Primavera, corria ao sabor do vento,como ela, brincava
com os meus cabelos, caminhava por entre a multidão e era
inconfundivel, de manhã acordava como se a noite anterior
ainda não tivesse acabado, desordenava tudo à sua passagem
e sorria, sorria como se não houvesse maldade nos defeitos
que todos me apontavam, tal como ela, esse amor tinha um
sentido de humor tão especial que me fazia sorrir sempre.
Recordo-me também de que esse amor, era especial, não havia
nada nem ninguém que não quisesse ajudar, não havia sítio
que não quisesse visitar, não havia noite normal sempre que
estava por perto, todos o olhavam como a eterna criança,
esse tal amor que tendia a parecer não crescer, tornou-se o
que muitos acabaram por invejar, tal como a tal menina
dos olhos verdes, que acabou por se tornar um ídolo para
todos os que a adoraram. Ainda me lembro da sua doçura e
ternura nos momentos menos bons, recordo-me de como ficava
assustada quando a tempestade se fazia mais violenta que
todas as outras, lembro-me do medo que a invadia de cada
vez que o vento soprava mais forte, da descontracção com
que caminhava, daquela confiança que se lhe era evidente
a cada passo, aquela confiança de quem não tem qualquer
tipo de preconceito e não tem medo de todos os preconceitos
de quem nos rodeia. Ah, o tal cheiro a flores de Primavera,
esse cheiro que nunca se conseguiu descrever, esse que
nunca se conseguiu confundir ou classificar, afinal não
seria mais do que tudo o que se associava a esse tal amor.
Houve uma altura até em que cheguei a confundir esse tal
amor com a tal menina dos olhos verdes, flores de Primavera.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
A vida é feita de vitórias e derrotas, só poderás prosseguir
se conseguires contornar as derrotas... Serão muitas, claro,
mas provavelmente serão muitas mais as vitórias que vão
passar por ti discretamente, até porque muitas das tuas derrotas
não mais serão que as vitórias daqueles que mais gostas...
E tu, que não és egoísta, não podes ficar desolado com a tua
derrota, quando ela levou alguém de quem gostas, à vitória
que tanto esperava, ninguém te recriminará por isso... Só serás
egoísta se prenderes quem quer prosseguir à tua derrota.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Tu, que te olhas ao espelho, não passas do reflexo da opinião dos outros, não passas da figura que construíste, és inconscientemente o fruto do que querias ser, do que querias que os outros te achassem. Consciente ou inconscientemente querias ser vista pelos outros dessa forma, e foste agindo para que assim fosses vista. Agora, inconscientemente, continuas a fazer o que sempre fizeste, digamos que já te é uma característica. Sem querer convenceste toda a gente de que eras assim e se calhar és. Ou então não passas do que não és afinal, poderás eventualmente ter-te
enganado a ti próprio quando quiseste dizer aos outros o que não és. Acabas por manipular as pessoas e iludir-te de que és tu e não és. E ficas com essa falsa sensação de que és livre, quando até do teu próprio pensamento és escravo...
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Daquele momento em diante, não havia
diferença entre correr, voar ou dormir sob reflexos
dos olhos de um anjo.
Nada que se fizesse para ludibriar o tempo
significava enganar a dama de cabelos esvoaçantes
e de pele rubra de um sol negro.....!
Nada seria tão importante, ou solene
e em minhas mãos pousava um resto de sombra
esquecida pela nuvem de sereias das quais nada eu sabia...nem de ti.
Eu pensava no que pensar enquanto bastaria apenas saber....
qual era o rumo dos elefantes foragidos e que em suas
gaiolas douradas deixaram o perdão para cada um
dos meus pecados.
E de repente vi realmente aquilo que sempre fui....
Um nada dentro de uma casa de botão abandonada
rastejando na areia fina de uma ampulheta quebrada
que jazia na fronte de um sinal sobre o olho
lacrimejante de sangue de Polifemo atingido pela lança de Odisseu....
diferença entre correr, voar ou dormir sob reflexos
dos olhos de um anjo.
Nada que se fizesse para ludibriar o tempo
significava enganar a dama de cabelos esvoaçantes
e de pele rubra de um sol negro.....!
Nada seria tão importante, ou solene
e em minhas mãos pousava um resto de sombra
esquecida pela nuvem de sereias das quais nada eu sabia...nem de ti.
Eu pensava no que pensar enquanto bastaria apenas saber....
qual era o rumo dos elefantes foragidos e que em suas
gaiolas douradas deixaram o perdão para cada um
dos meus pecados.
E de repente vi realmente aquilo que sempre fui....
Um nada dentro de uma casa de botão abandonada
rastejando na areia fina de uma ampulheta quebrada
que jazia na fronte de um sinal sobre o olho
lacrimejante de sangue de Polifemo atingido pela lança de Odisseu....
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Now you know
"Darling, i'll never be true
You see, for so long i was blue
I'm not the lonely one
and if i hurt, then you will too
Oh honey I always lose,
Now you know"
Não tenho essa coisa de me arrepender de ter gostado e confiado nas pessoas que já me não dizem rigorosamente nada... Foram cruciais para o meu desenvolvimento, ou a falta dele em algumas situações... Mas se me arrependesse teria de admitir que não sei escolher bem as pessoas e não podia continuar a confiar em todas as pessoas em quem confio...
sábado, 7 de abril de 2012
Recordo-me de todas as pessoas que passaram na minha
Sou um bocadinho de ti, um bocadinho de todos, e pouco meu.
vida, como se ainda estivessem presentes, sei que levo
um bocadinho de cada uma delas, sei que cada opção
que tomo, é influenciada por alguém, ou por muita gente.
Toda essa gente que acabou por construir a minha personalidade
e acabo por descobrir que muito do que sou, se deve ao facto
de tentar, embora inconscientemente, se deve a tentar ser
quem tu querias, a ser o que tu sempre procuraste...
Sou um bocadinho de ti, um bocadinho de todos, e pouco meu.
Agora, pergunto-te, se algum dia terias de fazer alguma coisa
para seres quem eu queria, para seres o que eu procurava e
tu acabas por me convencer de que sempre foste quem procurei.
E agora... Agora é tarde... Mas sempre foste quem eu queria...
E eu sempre fui aquilo que tu querias que eu fosse e eu já não
o sou.. Se nos restasse um bocadinho do que quer que fosse
ainda poderíamos ser quem queríamos, sem tentarmos...
sexta-feira, 6 de abril de 2012
É de manhã, sinto o cheiro do teu cabelo molhado a
Tens tudo "preparado", já sabes para onde vamos,
voltar para a cama, sinto o teu calor voltar a encher o
vazio de tudo aquilo que me fugiu quando parti, ouço,
de novo, o teu respirar trémulo de quem tomou banho
a correr para votar para a cama, nunca mudaste...
Acordo por entre todas estas familiaridades e vou
fazer o pequeno almoço, sim, recordei-me de que
odiavas ter de te levantar para o fazer e lá te ouço
preparar para vir para a mesa, sabes que não sou
menino de te servir na cama, até porque os tempos
de te conquistar já voam alto, já não são esses
pequenos nadas que nos fazem ficar juntos uma
e outra vez. Vens, como sempre a saltitar pelo
corredor, tens o acordar mais divertido e energético
que me recordo ter encontrado em alguém.
Deixas fluir todas as tuas vontades e desejos para
mais um dia, sabes que eu não gosto de programar
nada para daqui a muito tempo, até porque foram
esses pensamentos que acabaram por ditar muito
do que não deveria ter sido e muito do que foi.
Tens tudo "preparado", já sabes para onde vamos,
o que vamos fazer de manhã, o filme que vamos ver
à tarde, a viagem que teremos de fazer à noite, quem
poderemos encontrar pelo caminho, onde iremos jantar,
o tempo que poderemos demorar em cada sitio.
De inicio seguimos o teu "plano", depois deixas que
seja eu a alterar-te todos os objectivos, todas as
tuas vontades e acabas, pelo meio de uma ou outra
discussão, a admitir que ainda bem que assim foi e
eu acabo por te deixar continuar com o que querias.
Eh, no meio de tanto, fazes-me falta, às vezes.
E sim, eu faço-te falta, eu ainda me lembro como
gostas de que as coisas não sejam como tu queres
ainda gostas de ser surpreendida por entre os teus
planos, e eu ainda gosto que me imponham planos
apesar de te dizer sempre que não gosto de planos,
sabes que às vezes preciso de alguém, que me guie
pelo meu "caos perspectivado".
E ao fim volto a dizer-te o que tu tanto odeias ouvir
E ao fim volto a dizer-te o que tu tanto odeias ouvir
e tanto sabes que é verdade, eu consigo viver sem
ti, consigo... E pior, tu consegues ainda mais facilmente.
E acabamos sempre por voltar ao mesmo, sempre...
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Era uma vez... Um menino muito pequenino, sentado à janela do seu quarto. Dali via um pequeno riacho, umas escadas, daquelas que já não há, ...
-
Às vezes o simples entender do andar do tempo e do desenrolar do seu processo fazia-lhe impressão ao olhar para os que lhe eram de perto......
-
Mais uma manhã de chuva, daquelas manhãs que dá vontade de não deixar ir embora porque nos embala num sono em que se fica acordado e se par...