segunda-feira, 20 de abril de 2015

E a seguir a ti não vai haver mais ninguém... Não haverá mais abraços perfeitos, mais noites encantadas... Contigo levarás toda a magia que um dia foi nossa... Contigo levas a vida perfeita da qual nunca abdiquei... Contigo levas o meu mundo, o que restar dele, se testar. Levas contigo os dias mais brilhantes, a vida mais perfeita, contigo vou eu, inteiro... E todo o meu amor, o amor que tive sempre, fica contigo para sempre. Não nos vamos despedir, porque nunca se tem tempo de dizer adeus a quem nos leva tudo, todo, para sempre. 
Não quero abraços misericordiosos, abraços sem o nosso sentido... Quero ficar para sempre em ti e viver pela metade a vida toda. Não haverá nunca ninguém que te ocupe o lugar, não haverá quem se atreva, não haverá ninguém que me volte a fazer inteiro como serei para sempre contigo...
Contigo levas o que de melhor tive para dar e o que de pior tive para magoar. Sei que vai comigo a dor do nunca te ter dito adeus, mas sei que comigo vai a felicidade de me teres dito olá a primeira vez. Para mim serás sempre sol, sempre primavera, para mim serás sempre a vida, para mim serás sempre tu... Simples, num emaranhado de mundos e realidades e coisas que nunca poderiam ser, ou nunca serão. Levas contigo a simplicidade da felicidade... Da minha felicidade... E vou guardar para sempre o teu mais sincero sorriso, o teu mais profundo olhar. Levarás contigo o sorriso que me fará sorrir sempre, serás para sempre casa. Serás sempre a nossa rua inteira... E sempre que a lua lá alto brilha,  sei que brilhariamos os dois se a vida não nos atropelasse... "fossem estes outros tempos" e seríamos felizes para sempre. Assim o tempo não quer, assim a vida não nos deixe... E foi sempre até que o fim nos separasse, sempre com medo, mas sempre com a vontade de quem gosta e a certeza de que sempre gostará. Serás para sempre a luz que me faz brilhar, serás para sempre. Sunshininho.  

segunda-feira, 13 de abril de 2015

É a tua verdade.

"Schh... sossega".

A verdade, nem mesmo a verdade, não a digas.
Não digas nada, não vamos entender, mesmo que
a verdade acabes por dizer, vamos ficar sem 
perceber o que é de verdade a realidade.
Vamos viver, só, como se a verdade valesse
tão pouco como a mentira. Só viver, sem dizer.
Com o tempo vamos-nos lembrar do que foi
de verdade real, do que não foi mentira, mas
acabou por não ser verdade. a verdade, o tempo.
Talvez outro dia, noutro sítio, pareça que não 
foi de verdade todo este caminho que nos 
trouxe até onde quis. Na verdade, foi o caminho
que nos escolheu, não fomos nós que escolhemos
o caminho. Hoje, sem dizer, sou feliz contigo,
de verdade. Sou feliz até onde me deixares.
Não digas nada, a verdade, essa é só tua e 
de mais ninguém, a verdade. E a verdade é
só tua e não é só minha. A realidade, só essa
pode ser nossa, como a rua que nos acolheu,
de verdade. Não sei se foi ela que nos escolheu,
se fomos nós que nos escolhemos, mas não
digas já a verdade. Talvez para sempre parece
uma coisa vã, mas não digas a verdade.
Vamos ser felizes, só felizes sem verdade e 
sem mentira, vamos só ser. Nem que seja
vão o nosso existir, agora sou feliz,
Vamos viver metade de verdade, metade a 
mentir. E a mentira será sempre o qeu não 
conseguimos ser e a verdade o que não 
podemos viver. Será sempre pela metade 
a verdade ou a mentira. Vivemos sem saber
aonde irá parar esta viagem, não digas nada.
Talvez amanhã não sejamos nada, talvez 
já sejamos tudo, mas não digas a verdade.
"Não digas nada." 

sábado, 11 de abril de 2015

Chegamos ao fim, aqui onde nada existe e tudo já foi,
Ao tempo incerto de uma vida, ou duas ou três,
Segredos já não há, as grandes charadas da vida já foram desvendadas,
ou criamos em nós a ideia de que já as desmistificamos,
As noites, essas, caem sempre a seguir aos dias e o sítio,
onde nos deitamos é o sítio onde ficamos acordados durante a noite.
A vida corre lá fora, como um dia já nos correu no corpo,
Não aguentamos mais, compreendemos a vida como eles ainda
não compreendem e eles compreendem a morte como nós já
não queremos compreender e com o resto das forças que não
temos, de mãos dadas, procuramos o fim, o nosso fim, como
quem encontrou o início sem procurar. Desta vez sem esperança.
A música que sempre suportamos já não aguenta o nosso corpo
imóvel, despido de vida com uma manta de rugas fundas, rugas
que contaram os anos, todos os anos sem avançar nenhum.
Estes olhos que um dia correram o mundo, correm agora uma
parede decorada com uma televisão que passa imagens imperceptíveis
e um relógio que conta horas, nós já não contamos horas meu amor,
contamos uma vida inteira. Objectos imóveis numa vida movida
a amor e água. O coração bate agora pausadamente, como fumávamos
aqueles cigarros naquela rua que juramos ser para sempre nossa
e de mais ninguém. E o tempo passa como passava, depressa.
Na parede o relógio continua a contar a horas (absurdo).
Já não somos vida, somos memória, os olhos já mal conseguimos
abrir, o olhar, esse nunca deixamos de trocar. Os segredos, são só nossos.
Tentamos contá-los, mas parecem palavras tontas a quem ouve. Como
poderia alguém ter sido tão feliz, perguntam-se, estão doidos é o que é.
Tiram-nos fotografias, dizem que são as últimas, como nós dissemos
tantas vezes que eram as primeiras de uma vida inteira. Coitados, ainda
não viveram tempo que chegue e nós já o gastámos todo. O relógio
continua a contar-nos os anos em horas e os dias em segundos.
Agora é absurda a relevância que demos ao tempo que se conta.
E o tempo não nos perdoou a falha e caímos onde todos os outros
corpos sem vida caem. Aos olhos de todos caímos inanimados, mas
como de todas as outras vezes, foi só aos olhos deles.
Continuámos de pé aqui deitados, nesta cama que nos há-de levar ao fim.
Juntos.

Acordou, como todos os outros dias, tudo mais não fora que um sonho
e ainda não fora feliz. A parede enfeita o relógio que enfeita o tempo.
Nunca seriam felizes para sempre, talvez nunca chegassem a ser, mas
o tempo, o tempo já não lhe significava nada. E estava deitado.
Sozinho.

Era uma vez... Um menino muito pequenino, sentado à janela do seu quarto. Dali via um pequeno riacho, umas escadas, daquelas que já não há, ...