sábado, 30 de março de 2013

Promessa

Já confiei sem medo, já tive medo de confiar, já acertei, já errei.
Recusei o que tinhas para me dar, porque sabia que seria certamente
perdido e teria de ser chorado pelos dois, porque afinal ambos
havíamos perdido. Acariciei as tuas promessas, porque essas sim,
jamais seriam desperdiçadas, não passariam disso mesmo, de promessas
não cumpridas, de promessas para sempre. O conforto do que não
foi nunca vivido, nunca estragado, é guardar para mim a recordação
do que teria sido da promessa que nunca aproveitámos. É continuar a
sonhar com o que nunca foi, é continuar a acreditar que vamos sempre
a tempo, é confiar que as promessas são para sempre e que a qualquer
momento as podemos chamar, e é assim que acredito em nós. Vivo
assim sem desgosto, sem aquele sentimento miudinho de perda,
sem a culpa que teria tido se as promessas fossem mais que isso.

Meu bom amigo, vamos beber

Meu bom amigo, lá teremos nós de sofrer, afinal, "a vida é sempre a perder", não há muito por onde fugir, então se assim é amigo, vamos ser o que sempre fomos, vamos perder a noção da realidade, vamos perder-nos por entre desgraças alheias, por entre copos vazios, por entre cigarros fumados, vamos aproveitar o que de pior a vida nos pode dar e tentar sofrer, ao menos, como quem vive feliz, vamos esquecer que o mal nos bate à porta constantemente, vamos olhar para o mundo e gritar em voz baixa que ninguém nos pode calar, vamos calar o mundo com mais um gole de cerveja barata. E depois disso vamos rir-nos dos que não podem, como nós, sofrer sem medo, ser odiados por não nos importarmos, vamos beber até cair, porque a
dor assim não dói e se dói não nos lembramos. Amigo... Vamos beber, vamos ser felizes como os infelizes não conseguiram, vamos ser ébrios em tempo de carros híbridos, vamos atirar lixo para o caixote, vamos atirar pedras para o rio, ou rios para a pedra, vamos atirar comida aos que tem fome ou fome aos que tem comida, vamos levantar os que caíram, vamos tombar os que nos sufocam, vamos beber, porque meu amigo, no fim disto tudo, o que afinal fomos foi...
Felizes.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Nem de titulo precisa

"Nesta janela faz-se alquimia de pensamentos (...) E desta alquimia de pensamentos nasce a essência daquele que poderá ser considerado o diálogo mais eloquente entre dois doidos que se sentem capazes de cheirar o infinito..."

terça-feira, 26 de março de 2013

Ah, o governo e o viagra

O consumo de viagra aumentou em Portugal no período de crise... É caso para dizer que o governo se tem esforçado e não tem olhado a meios para nos fod**!!

A Nossa Família

"Se não fosse o NHS — o sistema de saúde do Reino Unido, onde nasceram, muito prematuramente, as minhas filhas — elas não teriam sobrevivido. Elas devem a vida ao NHS. E eu devo-lhe o amor e a alegria de conhecer a Sara e a Tristana, para não falar no meu neto, António, igualmente devedor, mais as netas e netos que aí vêm. Se não fosse o SNS (Serviço Nacional de Saúde) eu teria morrido em 2005, com uma hepatite alcoólica causada unicamente por culpa minha. Seria também coxo, quando me deram uma prótese para anca. E, sobretudo, teria morrido, se o SNS não me tivesse dado o antibiótico caríssimo (Linozelid) que me salvou do MRSA assassino que me infectou durante a operação.

Se não fosse o SNS, a Maria João, o meu amor, estaria morta.
Se não fossem o IPO e o Hospital de Santa Maria, pagos pelo SNS, ela não estaria viva, por duas vezes.

Sem a NHS e o SNS, eu seria um morto, sem mulher, filhas ou netos. Estaríamos todos mortos ou condenados à inexistência.

Não é difícil chegar à conclusão, atingida desde os meus dezanove anos, de que as melhores ideias de todas são a social democracia e o Estado-providência: não tanto no sentido ideológico como na prática.

A nossa família e as nossas famílias só existem e podem existir se não tiverem morrido. Damos graças aos serviços nacionais de saúde — a esse empenho ideológico e caríssimo — que nos tratam como se fizéssemos parte deles."



Miguel Esteves Cardoso

Público

sábado, 23 de março de 2013

Eu sei lá!!

Havia alguém que dizia que um crente era muito mais feliz que um céptico e que isto mais não era que um bêbado ser mais feliz que um sóbrio... Subentende-se que o senhor tinha a definição de felicidade, ou será apenas a resposta que todos procuram? Onde estará a felicidade? Será um conceito relativo, ou será que há de facto uma fórmula para a encontrar? Será que o crente não é tão dependente como o ébrio que se faz passear acompanhado pela sua crença, pelo seu "vinho"? Será que o crente não mais é que um dependente de informação que o vicia e o destrói? Eu sei lá!

sexta-feira, 22 de março de 2013

quinta-feira, 21 de março de 2013

Marinho, vá lá a pedir desculpa ao senhor!!


«[...] O primeiro-Ministro, se ainda possui alguma réstia de dignidade e de moralidade, tem de explicar por que é que os magistrados continuam a não pagar impostos sobre uma parte significativa das suas retribuições; tem de explicar por que é que recebem mais de sete mil euros por ano como subsídio de habitação; tem de explicar por que é que essa remuneração está isenta de tributação, sobretudo quando o Governo aumenta asfixiantemente os impostos sobre o trabalho e se propõe cortar mais de mil milhões de euros nos apoios sociais, nomeadamente no subsídio de desemprego, no rendimento social de inserção, nos cheques-dentista para crianças e pasme-se? No complemento solidário para idosos, ou seja, para aquelas pessoas que já não podem deslocar-se, alimentar-se nem fazer a sua higiene pessoal.

O primeiro-ministro terá também de explicar ao país por que é que os juízes e os procuradores do STJ, do STA, do Tribunal Constitucional e do Tribunal de Contas, além de todas aquelas regalias, ainda têm o privilégio de receber ajudas de custas (de montante igual ao recebido pelos membros do Governo) por cada dia em que vão aos respectivos tribunais, ou seja, aos seus locais de trabalho.

Se o não fizer, ficaremos todos, legitimamente, a suspeitar que o primeiro-ministro só mantém esses privilégios com o fito de, com eles, tentar comprar indulgências judiciais.»

"A vida corre atrás de nós para nos roubar aquilo que em cada dia temos menos." 




terça-feira, 19 de março de 2013

Seria uma carta de despedimento?

Há pouco, enquanto me dirigia para casa, pensava no seguinte: "Será que o Sr. Primeiro Ministro quando disse que ia fazer acordos de despedimento amigáveis para colocar pessoas mais qualificadas nos seus lugares, queria, subtilmente dizer aos portugueses mais distraídos que chegou a altura de admitir que não é capaz de estar à frente do país? Teria ele colocado o seu lugar à disposição? Teria ele usado um eufemismo para a sua demissão??"


segunda-feira, 18 de março de 2013

Ao lado também é bom!!

Era um miúdo .. Passava a vida a queixar-se, para si nada fazia sentido, passava a vida a dizer que tudo lhe passava ao lado, que nada caminhava na sua direcção, dizia até, em tom exagerado mas convincente, que para si nada faria sentido enquanto continuasse tudo a passar-lhe ao lado! Foi então, num dia solarengo, daqueles de Primavera a cheirar a Verão que, na precisa altura em que atravessava a rua para comprar um gelado, levou com um autocarro mesmo em cheio, uma pancada tão bem dada que pouco mais lhe restou, além de um breve suspiro... Diz-se que teria sido de satisfação. Finalmente alguma coisa não lhe passara ao lado, foi pena ser logo um autocarro. Diz quem viu, que se lhe restasse um bocadinho mais que aquele breve suspiro, se teria arrependido de sempre ter desejado que as coisas não lhe passassem ao lado.

Imaginado

Será que me engano ao pensar que há demasiados sentimentos em mim,
estou em crer até que amo o que não devia, que odeio quem não queria,
que gosto do que ninguém quer, que menosprezo o que todos procuram.
Mas depois, ao olhar para dentro, chego à conclusão que tudo não vai
além do pensamento, que se calhar o meu sentir é um não sentir enganador,
acabo por perceber que este meu gostar sempre foi racional, controlado.
E pelo que aí dizem, os sentimentos sentem-se, não se pensam ou escolhem.

Todos temos para nós uma realidade que se vive e uma que se imagina.
Ficamos sempre com a percepção de que a imaginada é muito melhor que
a vivida e acabamos sempre por viver divididos entre o que é errado e o
que é imaginado, sem nunca perceber ou entender que errado é imaginar.

Se arriscarmos demais e tentarmos viver o imaginado, corremos o risco de
acertar, podemos por fim acreditar que o imaginado podia ter sido o vivido.
Mas corremos também o risco da realidade não passar de um projecto bem
arquitectado pela nossa mente e podemos na realidade nem ter chegado a
viver. Ficamos então com a certeza que não nos devemos dividir, devemos
sempre ter os pés na realidade e nunca acreditar no que foi imaginado.

domingo, 17 de março de 2013

A perder de vista

Longe vão aqueles dias de absoluta irresponsabilidade, a realidade
aos poucos foi ganhando peso, diria que teria sido naquela altura em
que começamos a temer o futuro, naquela altura em que temíamos
que o passado se perpetuasse pelo futuro. Vão longe também aquelas
noites rodeadas de bons amigos e de uma mesa vazia de ausências.
Aos poucos, a mesa foi ficando mais pequena, já não era vazia de
ausências. Aquelas conversas sem sentido, aquelas divagações
filosóficas que acabavam num cliché qualquer, foram-se tornando
mais raras. Todos nos lembramos de como era fácil chegar e ficar.
Com o passar do tempo fomos perdendo, fomos ficando poucos,
estou em crer que até o hábito de nos sentarmos "à mesa" perdemos.
Começamos a aparecer menos, a vida talvez nos tenha levado a isso,
talvez tenhamos levado a vida a levar-nos a isso. Foram as meninas
a puxarem-nos para elas, foi a falta de apetite e acabou per a falta
de apoio que não demos a quem precisava. Não estivemos presentes
o suficiente para perceber que nem tudo estava bem. Mas agora,
voltamos, como se tornou evidente ontem, e voltamos com o mesmo
à vontade de sempre, com a mesma energia de antes, com as mesmas
conversas da treta. Voltamos e havemos de voltar sempre...


sexta-feira, 15 de março de 2013

Union Car Wash Tornado Close Up

A uma certa altura disse à minha namorada que "não era assim tão diferente das outras", a resposta dela acabou por ter este resultado.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Algures em Roma

- Por acaso tem aqui "com que lave"?

- Já não, acabou ontem!!

Meanwhile em Portugal

E foi então que surgiu aquela pergunta mais complicada:
- Então e qual acha ser a melhor forma de combater a toxicodependência?
- Bom, na minha opinião era distribuir seringas usadas por toda comunidade. Eu sei que não seria bonito e até seria um bocadinho aborrecido, mas parece-me uma medida adequada ao panorama actual.
- Mas estamos a falar de drogas pesadas. E relativamente às drogas não injectáveis?
- A meu ver, apenas tínhamos de viciar esses meninos nas drogas pesadas, sim porque quem se mete na droga tem de se meter a fundo, não é fumar uns charritos e dar uns risquinhos!! E pronto, distribuímos os tais kits infectados e já está.
- Ainda bem que estamos apenas a falar de uma situação hipotética, caso contrário seria de temer as medidas que o vosso governo poderia tomar nos mais variadíssimos assuntos!!
- Ai queria falar em soluções hipotéticas?? Peço imensa desculpa.

Quem seria o ministro com este discurso, quem seria?

quarta-feira, 13 de março de 2013

De hoje para sempre

E acabamos por esquecer que,
de todas as derrotas que se nos
impuseram, houve vitórias que nos
continuam a manter no caminho.
Que de todas as vezes que nos
perdemos, um novo caminho se nos
surgiu, que de todos os que fomos
perdendo, outros houve que nos
foram ganhando, devagar, a medo,
mas ganharam-nos. E que a cada
pancada mais forte, surgiu uma mão
mais suave e mais meiga que nos
embalou. E que de cada vez que nos
arrependemos, outros se orgulharam,
e que de cada vez que nos orgulhamos,
outros houve que se arrependeram.
E que o ontem faz parte do amanhã,
mas nem sempre devia ser tão importante
como o ontem. E que só o hoje pode
mudar o amanhã. Hoje.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Dever cumprido

E enquanto caminho sem destino, vejo no rosto dos
outros o sorriso de dever cumprido. Mal sabem eles
que o meu dever é continuar a caminhar, porque, sem
destino acabo por não estar onde queria e assim não 
corro o risco de voltar a estragar tudo. Compromissos
assustam-me, fazem-me perder ainda mais o sentido,
sinto-me apertado, como se a cada encontro, nada
mais me esperasse que mais um desencontro. Julgo-me
assim livre, como que se um compromisso não fosse a
melhor definição de liberdade que encontrara até hoje.
Só num compromisso somos completamente livres,
livres de ficar ou ir. Fora deles mais não somos que 
um preso pela parte de fora, que há-de ser a pior
prisão de todas. Mergulho no imenso mar da minha
imaginação e imagino-me preso pela parte de dentro
e entendo que a vontade de fugir diminui consideravelmente.
E enquanto caminho sem destino vejo nos outros o 
sorriso de dever cumprido, presos por dentro a um
compromisso e eu lá vou caminhando na direcção 
deste magnífico desencontro que se tornou a vida.
A minha, a deles e a daqueles que nunca se hão-de
encontrar e sorrio com o mesmo sentido de dever cumprido,
com a ténue diferença de que eu sei porque sorrio.

Do arquivo fechado... O chamado de fantasma

Não fica,
no limite, nada por fazer,
dissemos a quem amamos
o que tínhamos de dizer,
escolhemos entre dúvidas
sempre a resposta certa,
e sempre errámos,
mas

se errar é adormecer
aconchegado por um novo dia
pelo qual toda a noite esperámos -
os cãoes ladrando
na distância, a bruma assentando na terra,
e um último carro na estrada
a caminho de casa -
gostava de poder errar
outra vez,
para no limite
para as horas vincadas
pelo sono e achar que foram
a única vida que tive.

domingo, 10 de março de 2013

Primitivo

Cresci assim, nunca dei sentido à viagem. Sempre confiei no vento que me soprava suavemente ao ouvido e não dizia nada. Fui encontrando no mundo o conforto que julgava ser suficiente, sem dar conta que tudo
caminhava para o torto, e a única coisa que ainda sei é que vou a tempo e não estou morto. Não é que me sinta seguro, percebo que estar vivo pode não ser assim tão diferente de não estar, a linha não é assim tão distante e pelo que entendo ou vou atrás ou continuo na estante. Não é que me sinta perdido, apenas não já não encontro o melhor sentido. Acredito e entendo que não foram as escolhas que me enganaram, tenho noção que fui eu que me fui perdendo. Cresci assim, pensava que tudo podia ser leve e que não tinha de sentir às costas o peso do mundo. Acreditei que não precisava pensar para escolher, pensei que qualquer opção me levaria onde julgava querer. Tinha a certeza que a minha presença ia mudar a atitude de muitos, vim tarde a perceber que a opinião de muitos acabou por me moldar. Tinha para mim que podia ser diferente de todos, talvez melhor, talvez não, acabei por perceber que não era nem melhor nem pior, era só mais um igual a tantos outros. Sonhava com a perfeição, mal sabia eu que procurar acaba por ser uma maldição. Não acreditava em crenças, não tinha percebido ainda que "não acreditar em crenças" por si só
e uma crença, daquelas que nos levam só a não acreditar. Olhava para os outros e ria-me com as suas vidas miseráveis, não podia adivinhar que a felicidade era só isso, ser miserável, era novo. Entretanto cresci, tentei ser feliz e ainda não consegui. Não é que tenha tentado assim tantas vezes, afinal de contas julgo-me um simples espantalho, posso esperar. O espantalho sozinho no meio do campo, quando dá conta tem todos
os pássaros pousados aos seus braços. Assim faço eu, espero que todos os meus sonhos acabem pousados em mim. Sei que tenho sonhos que voam alto, mas tenho a certeza de que se hão-de cansar e eu aqui estarei espantalho de braços abertos para os ver descansar. E então aí, o espantalho que tanto espera, vai ficar feliz por nunca ter corrido e ter sido ouvido por uma crença que ainda não o havia corrompido. E enquanto muitos me possam chamar paspalho, eu manterei aquele sorriso no rosto, aquele sorriso de quem sabe que é bem mais que um paspalho, é um espantalho.

Eu cresci como crescem os primitivos,
cresci sem objectivos.

Consultório

Professor Ribeiro, resolvo problemas de amor, sexo, dinheiro, profissionais, curo doenças (incluindo pé de atleta), encontro animais perdidas e conjuges que tenham fugido. Jogo cartas, bilhar e Poker, jogo PES, footbal manager. Só não lavo a louça e aspiro a casa. Contacto: ________

sexta-feira, 8 de março de 2013

Itália ali

Não estás aqui, se estivesses seria para ti que corria, como sempre... Não estás,
não tenho vontade de correr para mais lado nenhum. Mas no meio de uma caminhada
nunca sabe o que se encontra. Não te posso prometer o que não me podes dar,
não posso garantir o que não te consigo dar... Se estivesses aqui, tudo seria diferente,
não me sentiria só, abandonada, desconfiada dos que mesmo por bem se aproximam.

Postcars from Italy with love.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Conversas improváveis

- Boas ma friend!! Tudo? Por acaso não queres comprar um baixo?
- Não estou interessado, a minha cena é guitarra!!
- Então vai-te fod**!!!
- Ouve lá o que vende baixo não me atinge, pó caral**!!

Quem nasce surdo

Há uma coisa que me deixa confuso, em que língua pensa uma pessoa que nasce surda?

Nostalgia

Ela na altura ligou-me e disse, "sabes, falar contigo traz-me uma certa nostalgia"
É claro que o que eu percebi foi "Nós (e) tal (or) gia!!" Ela nunca mais quis
saber de mim... A sorte foi que uma das miúdas da orgia era bem jeitosa!!
Há males que vêm por bem, e estou em crer que foi uma óptima troca...

The proposal

Ia levá-la a jantar fora com o objectivo de a pedir em casamento,
mas na altura em que o empregado perguntou:
- Boa noite, o que deseja?
Não resisti e pedi uma postinha à mirandesa e esqueci a parte
do pedido em casamento... Por enquanto não  me arrependi!!!

Lembranças

E foi então que fui ao museu do automóvel! Trouxe lembranças para toda a gente,
entreguei a toda a gente, e é aí que me pergunta a minha namorada:
- E então para mim não trouxeste nada?
- Claro que trouxe querida, a ti trouxe-te o amor... o amortecedor!!

Pastelaria Brasil

Fazia já muito tempo que não ia à pastelaria Brasil, estaria em crer
que faria uns 6 ou 7 anos. Ao passar entrei, já me não recordava bem
do funcionária, provavelmente já não seria a mesma. Ao entrar, perguntei:
- Tem pão?
- Tempão mesmo meu caro amigo!!
E pronto ficámos ali agarrados a chorar os bons tempos passados!

sábado, 2 de março de 2013

O frio... Cá dentro

O frio faz-se sentir lá fora, onde tantas e tantas vezes nos sentámos juntos a
contemplar o nada, que ainda mal adivinhávamos ser nosso um dia, nessas
noites, mal sabíamos ainda que um dia nos pareceriam perdidas, desperdiçadas,
e é nesse frio que te sinto, o vazio por ti deixado faz com que este espaço
pequeno se torne cheio de frio, cheio de nada, as tuas gargalhadas espontâneas
já se não fazem ecoar pelo prédio, o barulho do mar, que um dia nos parecera
harmonioso, não passa disso mesmo hoje, de barulho, um barulho que por
muito que não queira vai acabando por se tornar irritante. O frio, esse entra-me
na alma a cada travo de um cigarro fumado na esperança de te ouvir apenas a
praguejar este maldito vício que no fim, acaba por ser o pouco presente de ti
aqui, nesta noite fria. Ao longe os mesmos barcos que rumam sem destino, com
a esperança de que a manhã os traga ao mesmo sítio, os mesmos barcos que
observámos, perdidos num horizonte que julgávamos ser nosso, num destino
sem rumo, que, esperávamos nós trazer-nos sempre até nós, tal como os
barcos que se afastam, sem medo, sem destino e que como tantas e tantas
vezes confirmamos, acabam por voltar. Parece que o destino dos barcos que
se perdem ao longe é mais certo, não é assim tão imprevisível como julgávamos
quando eram abanados por uma onda maior... Esses, esses resistem a tempestades,
a infortúnios, a uma noite de pesca infrutífera. Esses, ao contrário de nós, voltam
ao porto seguro, de onde nunca queriam sair, sentiam-se seguros, tal como
nós nos sentíamos aqui sentados. Eles voltam, encontram o caminho de regresso,
nós, nós descobrimos todos os caminhos para longe de nós. Sempre seguros.
Os miudos continuam lá em baixo, a fazer o mesmo barulho de sempre, mas
hoje ate não incomodam tanto, afinal não silenciam a tua vós doce, serena,
que lá me ia embalando entre um ou outro trago de uma garrafa perdida num
frigorífico ainda mais frio que o vazio que me fazes sentir, nesta varanda
virada para o horizonte, para o futuro incerto, com a certeza de que nada
voltará a ser o que foi, com a certeza de que um dia não vão haver mais
garrafas perdidas, com a certeza de que os miudos um dia crescem e não
vão fazer barulho lá em baixo, com a certeza de que um dia um barco não
volta ao seu porto seguro, com a certeza de que um dia a varanda voltará
a ser quente, mas sem ti, será um calor que pouco mais será que o frio de hoje.

Era uma vez... Um menino muito pequenino, sentado à janela do seu quarto. Dali via um pequeno riacho, umas escadas, daquelas que já não há, ...