terça-feira, 31 de maio de 2011

Edgar Alan Poe

"From childhood's hour I have not been
As others were; I have not seen
As others saw; I could not bring
My passions from a common spring.
From the same source I have not taken
My sorrow; I could not awaken
My heart to joy at the same tone;
And all I loved, I loved alone.
Then- in my childhood, in the dawn
Of a most stormy life- was drawn
From every depth of good and ill
The mystery which binds me still:
From the torrent, or the fountain,
From the red cliff of the mountain,
From the sun that round me rolled
In its autumn tint of gold,
From the lightning in the sky
As it passed me flying by,
From the thunder and the storm,
And the cloud that took the form
(When the rest of Heaven was blue)
Of a demon in my view."

Copos

À medida que a noite se vai prolongando
Vais distorcendo o que é real e confundes
O irreal com a mais pura das realidades.
As bebidas vão ficando mais quentes.

Começas por te alienar do que se passa
À tua volta e vais cometendo uma ou outra
Loucura, que te parece agora acertadíssima.
Cometes um, outro e mais outro erro.

Acordas agora com um sentimento de que nao
Devia ter sido assim, tentas angustiadamente
Culpar aquele copo a mais que te foi quase
Impingido pela tua incessante sede.

Agora, agora é tarde para remediar, mas talvez
Seja a altura certa de tentares corrigir os
erros que já te deste conta de cometer vezes
Sem conta, talvez seja a hora de mudares.

Mudares aquilo que sempre soubeste estar
Errado. Bem sei que é muito mais fácil viver
A noite adulterada com nao sei quantos copos
Vazios de responsabilidade a ser responsável.

Mas assim, assim continuas vazio, continuas sem
Ir conquistar aquilo que nem sempre há-de esperar
Por ti. Continuas a afastar uma realidade que te
Pertence. Copos vazios de sentimentos, de realidade.

Ninguém.

Vens à rua e o que vês além dos vizinhos
Conhecidos que desconheces por completo?
O que vês além dos que correm apressadamente
Para a sua rotina inabalável, inalterável?

O que ves além de uma sociedade desanimada,
Destruída por tudo o que corrompe o que é fraco
E sem valor? O que ves quando olhas para outros?
Esses outros que conheces como ninguém…

Ninguém… Chegamos a um ponto em que ninguém
Conhece ninguém, os próprios melhores amigos
São-nos, apenas porque há uma certa afinidade,
Uma certa partilha de ideias, uma certa semelhança.

O meu melhor amigo poderia ser perfeitamente um
Arrumador de carros, um daqueles que todos olham
Com desprezo, com pena, com repúdio, com um certo
Ódio, com uma certa inveja, talvez, pela leveza com que vivem.

Sim, não damos conta da forma como os valores se
Perderam, não damos o verdadeiro valor às pessoas
Que nos rodeiam, que se tentam aproximar de nos,
Excluímo-las pelo que aparentam, com o que dirão.

“Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”
Acabas por ser mais um estereótipo social´
Acabas por ser um sem-abrigo com “amigos”
De boa aparência, tentas ser aquilo que nunca serás.

Não das conta de que além de todos os que trais
Por tentares seres o que não és, trais-te a ti própria,
Tentaras ser aquilo que nunca serás e a única coisa
Que ganhas é a imagem, a imagem que de nada te vale.

Tenho orgulho em todos os meus amigos, em todos
Aqueles em que posso confiar, não são todos geniais,
Não são todos ricos, não são todos “certinhos”, não
São todos bem vistos pelos que os olham de fora.

Até porque o que eles são verdadeiramente, encontra-se
Muito além da imagem que possam transparecer e essa
Essência que me e importante, que me vai ser benéfica.
Os meus amigos estão não querem saber o que os outros pensam.

Os meus amigos são o que pensam. São o que são…
E ninguém, ninguém lhes pode tirar a essência…
Ninguem…

Retrato de uma fuga

Foges de um passado, em direcção ao incerto
Com a ânsia de quem procura com um certo
Desespero uma pequena fuga a uma realidade
Há muito indesejada, há muito temida.

Não percebes agora que com esse desespero
A única coisa que vais encontrar é mais um
Motivo para fugir… Assim serás enquanto não
Lutares contra tudo aquilo que te persegue.

Fumo um cigarro à varanda, enquanto te imagino
Aflita nessa tua fuga, nessa tua fuga para o que
Menos queres, para o que te mais assusta,
Para o que menos és... cobarde, inconsequente.

Enquanto reparo na forma descontraída como
Este miserável cigarro se aproxima do fim, observo
E questiono-me até que ponto é justo para nós
Adiar o inevitável, fugir do certo, ate que ponto?

Será que vale a pena largar todas as guerras e
Fugir inocentemente para um inimigo cada vez
Maior, cada vez mais incerto, até que ponto
Seremos capazes de lutar com os nossos medos?

Pergunto-me ainda se não seria mais fácil ficar e
Aguentar o aparente fim, para descobrir o que
Surgirá deste fim inevitável, que afinal pode até
Ser um inicio de um futuro alicerçado e calculado.

Nunca foste calculista, bem o sei, mas sempre
Soubeste analisar os riscos e escolher o
Que seria melhor para ti, agora, vives à velocidade
Da tua fuga, à velocidade do teu fim… E agora?

Agora, será tarde para parar? Sera tarde para lutar?

terça-feira, 24 de maio de 2011

Brutal



Gostaria de dizer que apenas achei piada
à fotografia e que eventualmente nao
contribuirei para o senhor ir para o
desemprego.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

É como

É como se fosses dar um passo incerto,
é como se tudo o que até agora fazia
sentido, deixasse de o fazer, é como
quem adivinha que nada irá ser como
antes... É como que o chão que por
tanto tempo nos agarrou e nos deixou
cair estonteantemente, de repente,
quisesse que entendessemos que nem
sempre a queda é o pior dos cenários.
Nao, nao estou a dizer que o que aí
se aproxima será pior, nao... Mas a
certeza do que temos quando trocado
pelo que poderemos ter parece fácil.
Nao, também nao é... É como atirar com
um passado imperfeito, muito bem cimentado,
para o que nos persegue e caminharmos
levemente em direcçaão ao próximo
desafio... É como se caíssemos para
cima, com a sensação que estavamos muito
melhor em baixo, a cair no chão duro
que tantas vezes desprezamos e odiamos.
É como se fosse um principio de fim,
quando afinal o fim já foi... Começar
implica o fim... E isso, isso é muito
estranho, para quem fuma apenas um cigarro
na varanda... Digo eu...
"Cigarro após cigarro, a vida –
traduzida em mais um copo
que se partilha ao balcão.

É sempre assim quando regressas

à terra que mais te reconhece –
(ou julgas reconhecer) ou por outra:


onde te reencontras por automáticos
reencontros que se perpetuam –
para além desta breve existência.


Há um copo que se estilhaça (des-
cuidado) na firmeza do chão –
há uma nuvem de fumo no ar


(que eterniza a nossa efémera
presença) confundida em conversas
de um puro regresso ao passado.


E ao final da noite regressas a ti –
[à bagagem de toda uma vida] ou
à incerteza: de uma ida sem volta. "

Miguel Pires Cabral

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Passado presente futuro...

O futuro que te foge no presente não é mais que
o futuro que perdeste no passado e que vives hoje...
Não assusta assim tanto...

terça-feira, 17 de maio de 2011

"Márcia"

Márcia - "A pele que há em mim" from Tiago Pereira on Vimeo.

Amor electro


Nao está muito mal até... Bem pelo contrário...

Land Art


Dizem que é a vagina da terra... Malucos



Espiral no "Great Salt Lake" por Robert Smithson

O lado artistico...


Deixar de ser EU

Todos acabamos por chegar a uma altura
em que ser eu deixa de ser o ideal, temos
de começar ponderar as nossas atitudes, as
nossas escolhas, temos de pensar no que o
"proximo" irá pensar, no impacto que certas
decisões irá ter no futuro, na maneira como
os outros nos vêem... E acaba por ser essa a
nossa prioridade. Deixamos de fazer aquilo
que "gostamos" para fazermos aquilo que os
outros vao achar um comportamento socialmente
correcto. Portanto, ao longa da vida o que é
que nos vai acontecendo?? Vamos acabando por
perder a identidade, vamos sendo um qualquer
outro, até que deixamos de ser nós...
Convencemo-nos de tal forma de que afinal
somos o outro que mesmo quando o EU se
manifesta tentamos retrai-lo julgando
afinal que é o outro... Pois bem, eu ainda
tento ser eu, olhado de lado por certas e
determinadas atitudes... Guardo ser outro
para quando já nao aguentar ser eu... Sim,
porque ser EU Cansa!!!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Pequeno infinito

' Amo todos os sonhos que se calam
de corações que sentem e não falam,
tudo o que é infinito e pequenino.'

Quando o 8 se deita, torna-se infinito...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Círculos perfeitos


Não, nao acredito em círculos perfeitos...
Falta-lhes aquele cantinho, aquele pequeno
"defeito", que seja... Falta-lhe algo, um
bocadinho de "loucura", um bocadinho de
extravagância, e nao há perfeição onde
tudo é perfeito, aliás o circulo torna-se
imperfeito devido à sua perfeiçao...
São demasiado previsiveis, demasiado perfeitos!!

Noite


Às vezes um mau início de dia não
deixa adivinhar o grande fim de
noite que aí se poderá aproximar.
Talvez por isso tenha ganho um
carinho tao grande pela noite,
que tantas vezes me fez acreditar
que no final o dia valeu a pena...
E acabam por ser essas mesmas noites
a lembrar-me que vale a pena e que
por vezes os maus monentos que
atravessamos e que acabamos por
perspectivar para o futuro, nao
mais sao que pequenas ou grandes
obstáculos para chegar à merecida
"Grande Noite". E aconchegado por
esta noite vou dormir, "quentinho".

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Luz

Se, para possuir o que me é dado,
Tudo perdi e eu própio andei perdido,
Se, para ver o que hoje é realizado,
Cheguei a ser negado e combatido.

Se, para estar agora apaixonado,
Foi necessário andar desiludido,
Alegra-me sentir que fui odiado
Na certeza imortal de ter vencido!

Porque, depois de tantas cicatrizes,
Só se encontra sabor apetecido
Àquilo que nos fez ser infelizes!

E assim cheguei à luz de um pensamento
De que afinal um roseiral florido
Vive de um triste e oculto movimento

António Botto

Aquela tempestade


E sem nada que o fizesse esperar, chega
a tempestade, barulhenta, desarrumada,
sem grande selecçao do que destroi...
E é precisamente nessa altura que deves
manter a serenidade, ser consciente e
fazer com que a tempestade te ignore
nesse seu caos organizado. E serás
mais forte, apesar de ignorado...

Era uma vez... Um menino muito pequenino, sentado à janela do seu quarto. Dali via um pequeno riacho, umas escadas, daquelas que já não há, ...