terça-feira, 31 de maio de 2011

Ninguém.

Vens à rua e o que vês além dos vizinhos
Conhecidos que desconheces por completo?
O que vês além dos que correm apressadamente
Para a sua rotina inabalável, inalterável?

O que ves além de uma sociedade desanimada,
Destruída por tudo o que corrompe o que é fraco
E sem valor? O que ves quando olhas para outros?
Esses outros que conheces como ninguém…

Ninguém… Chegamos a um ponto em que ninguém
Conhece ninguém, os próprios melhores amigos
São-nos, apenas porque há uma certa afinidade,
Uma certa partilha de ideias, uma certa semelhança.

O meu melhor amigo poderia ser perfeitamente um
Arrumador de carros, um daqueles que todos olham
Com desprezo, com pena, com repúdio, com um certo
Ódio, com uma certa inveja, talvez, pela leveza com que vivem.

Sim, não damos conta da forma como os valores se
Perderam, não damos o verdadeiro valor às pessoas
Que nos rodeiam, que se tentam aproximar de nos,
Excluímo-las pelo que aparentam, com o que dirão.

“Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”
Acabas por ser mais um estereótipo social´
Acabas por ser um sem-abrigo com “amigos”
De boa aparência, tentas ser aquilo que nunca serás.

Não das conta de que além de todos os que trais
Por tentares seres o que não és, trais-te a ti própria,
Tentaras ser aquilo que nunca serás e a única coisa
Que ganhas é a imagem, a imagem que de nada te vale.

Tenho orgulho em todos os meus amigos, em todos
Aqueles em que posso confiar, não são todos geniais,
Não são todos ricos, não são todos “certinhos”, não
São todos bem vistos pelos que os olham de fora.

Até porque o que eles são verdadeiramente, encontra-se
Muito além da imagem que possam transparecer e essa
Essência que me e importante, que me vai ser benéfica.
Os meus amigos estão não querem saber o que os outros pensam.

Os meus amigos são o que pensam. São o que são…
E ninguém, ninguém lhes pode tirar a essência…
Ninguem…

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