Mais uma manhã de chuva, daquelas manhãs que dá vontade de não deixar ir embora porque nos embala num sono em que se fica acordado e se parece sonhar, quando, no fundo, o que acontece é pensar com o coração... Por ali se deixou ficar, a imaginar, a deixar-se levar pelo que o faria feliz, por entre a chuva que se atirava à janela com vontade de lhe calar a vontade... Durante esta tempestade pequena pensava como seria se simplesmente não pensasse do outro lado, se por momentos pensasse em si, se por um instante conseguisse dizer o que sentia sem pensar nas repercussões do que seria dito... Seria feliz com toda a certeza, mesmo que o que dissesse não surtisse qualquer efeito!! Poderia dizer para não ir, podia dizer o que ir significaria para ele, poderia explicar como seria o mundo se... Poderia tentar pelo menos... Por entre a chuva caiu um trovão, todos estes pensamentos idiotas de quem gosta e não pensa se foram embora e saiu daquele transe!! Continuou a gostar calado pela tempestade, ficou ali, a olhar apaixonado, a pedir baixinho que tudo corresse bem, pelo menos àquele lado, ficou a ouvir a chuva que se não calava, mesmo com os gritos dos trovões... E ele, calado com o medo à felicidade que poderia nunca ser, ficou ali deitado até adormecer... Com medo de não a fazer tão feliz como ela merecia, deixou-a ser feliz como já era antes dele. E por entre os trovões que lhe gritavam ao ouvido percebeu que era o que deveria fazer, porque acima dele estava a felicidade de outra pessoa, que poderia ser uma pessoa qualquer, mas não, era a felicidade de quem queria mesmo ver feliz, ver brilhar pelo mundo como só ela poderia. E isso, isso também o faria ser feliz com toda a certeza. Assim adormeceu, embalado pela ideia de que pelo menos lhe se lhe não atravessou à frente e nunca foi um entrave ao seu brilho que o cativava ainda mais de cada vez que sorria. Era como que se o seu sorriso para ele fosse como a sua felicidade, e sentia que a cada sorriso gostava ainda mais. E sabia que pelo menos nunca silenciara aquele sorriso, nunca calara aquela alegria. Podia dormir, por fim, descansado. Ela seria feliz e ele, se tivesse sorte, poderia continuar a vê-la ser todos os dias.
sábado, 4 de janeiro de 2014
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Era uma vez... Um menino muito pequenino, sentado à janela do seu quarto. Dali via um pequeno riacho, umas escadas, daquelas que já não há, ...
-
Às vezes o simples entender do andar do tempo e do desenrolar do seu processo fazia-lhe impressão ao olhar para os que lhe eram de perto......
-
Mais uma manhã de chuva, daquelas manhãs que dá vontade de não deixar ir embora porque nos embala num sono em que se fica acordado e se par...
lindo
ResponderEliminarObrigado Laura ;) Um beijinho *
ResponderEliminar
ResponderEliminarAi estes pensamentos que assaltam com a intensidade da chuva e da trovoada; este sentir que se sente e que faz sentir bem; ai esta necessidade de abdicar da felicidade para que o outro/a outra tenha a felicidade...
Coisas de quem ama! Gostei!
Beijinho
Que nos fazem sentir vivos, que nos fazem sentir que ainda somos capazes de sentir, apesar de tudo ;) E ser feliz deve ser mesmo saber que os que gostamos o são, pelo menos... E se não podermos ser tanto como eles, seremos menos, mas tentaremos ser...
ResponderEliminarBeijinho
A chuva é húmida , fria e desagradável, pede conforto e carinho. Um coração em chamas, um altruísmo magnífico e a beleza na imagem dum sorriso.
ResponderEliminarAdorei. Fábio. Obrigada pela companhia. Gostei daqui.
Um beijo. D
http://acontarvindodoceu.blogspot.pt
Obrigado pela visita e muito obrigado pelas palavras... Sinta-se sempre muito bem vinda ;)
ResponderEliminarUm beijo
A chuva faz-nos sonhar, faz-nos dar a volta à consciência e também nos faz voltar. A chuva molha, mas sobretudo limpa e purifica-nos a alma.
ResponderEliminarGostei bastante do teu outro blog, o das músicas. Segui ambos :)
Obrigado Bárbara ;) Beijinho e obrigado pela(s) visistas...
ResponderEliminara chuva é necessária, mas acho-a desagradável, costumo dizer, que gosto mais do frio porque ele não me prende os movimentos.
ResponderEliminarmas confesso que este texto inspirado na chuva está muito belo.
eu gostei!
beijo
:)
a chuva é necessária, mas acho-a desagradável, costumo dizer, que gosto mais do frio porque ele não me prende os movimentos.
ResponderEliminarmas confesso que este texto inspirado na chuva está muito belo.
eu gostei!
beijo
:)
Obrigado Piedade!! Beijinho *
ResponderEliminarBom dia, Fábio
ResponderEliminarEntrei aqui por acaso e confesso que gostei muito deste espaço.
Dei uma vista de olhos (forçosamente rápida...), mas foi o suficiente para me induzir a fazer-me seguidora e voltar sempre que possível.
Este texto é muito interessante e... altruísta. Pensar, antes de mais, na felicidade da pessoa amada, deixando para segundo lugar o nosso próprio "eu" não é para todos... mas é muito digno de louvor.
Parabéns!
Se quiseres dar-me o prazer da tua presença na minha «CASA» serás recebido de braços abertos.
Um muito feliz 2014.
Beijinhos
Mariazita
(Link para o meu blog principal)
Bom dia Mariazita...
ResponderEliminarÉ um enorme prazer saber que gostou de cá passar e se sentir confortável volte sempre... E muito obrigado...
Vou passar em sua "casa" e tentarei visitá-la sempre que possível.
Beijinhos
De um contexto muito interessante, Fábio. A coerência está boa e a gramática também; parabéns!
ResponderEliminarBom dia John L.S. Obrigado...
ResponderEliminar