quarta-feira, 24 de julho de 2013

São noites

São noites de copos, talvez muitos, mas são noites que nos atiram para trás, para quando tudo era fácil, para quando ainda decidíamos sonhar e lutar contra a tendência, voltámos a fazer promessas, daquelas que sabemos não conseguir cumprir. Histórias de viagens, concertos, aventuras, "acidentes", imprevistos lavavam-nos a alma, enquanto uma cerveja a encharcava. Entre um trago e outro falava-se de política, percebíamos pouco, mas não é preciso perceber muito para não dizer nada, falava-se de vida, de sonhos, até se falava de tristeza com uma certa alegria. O bar, que outrora foi nosso, voltou a sê-lo, até a música parece que recuou 10 anos. Falava-se do oculto, das histórias de encantar que assustam, bruxas que os outros adivinhavam sê-lo, não se sabe se seriam, o velho juntar de fichas (moedas), que outrora também foi costume, para mandar vir mais uma rodada de 5, que não éramos mais. O sentido de humor apurado fez com que a noite voasse e com que de repente viéssemos sozinhos com as histórias, assustados, sempre à espera de ver um gato preto atravessar-se-nos à frente. Hoje devia estar cansado, estou. Mas no entanto fica a franca certeza de que valeu a pena e de que momentos destes não se repetem dia sim dia sim.

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