quarta-feira, 10 de julho de 2013

Dos dias quentes

Era um dia quente, tal como outros tantos que já o tinham sido. Entretanto veio o frio e levou-os, levou-os para longe. Não se percebe se este dia quente foi dos que foram, se é novo, mas de uma ou outra forma, já não é tão quente como os outros. A temperatura pode ser a mesma, mas até já não nos caça de surpresa. Quase conseguimos fazer de conta que não está ali, ignorá-lo, fazer dele banal. O céu, azul rasgado sem fim à vista, é lindo. No entanto é só mais um, de tantos que já foram, perde um bocadinho por não ser diferente dos outros céus azuis. O facto de ser perfeito já não o faz especial, porque já houve muitos céus perfeitos. E tal como os dias diferentes e quentes se vão tornando iguais, talvez a vida assim o seja. E se não inventarmos nada de novo a cada bocadinho que passe, os dias dessa vida passarão a ser apenas uns atrás dos outros. Não é mau ter o céu da vida a variar entre tons de cinza e azul forte e quente. É sinal que os dias não são apenas uma compilação de dias perdidos que não têm por onde serem encontrados

2 comentários:

Era uma vez... Um menino muito pequenino, sentado à janela do seu quarto. Dali via um pequeno riacho, umas escadas, daquelas que já não há, ...