UM OUTRO POEMA DE AMOR
o nosso amor não tem cultura,
não tem competências ou uma só entidade
que possa ser contactada
em caso de pré-morte;
não contempla todas as regiões
de um sábado ao fim da tarde, sinos
que reverberam na lembrança
imediatamente anterior, fazendo
ligar todo o tempo.
o nosso amor não tem inesquecibilidades
penduradas ao pescoço, um coração
cercado por uma bênção branca,
não tem categorias vocais,
fundamentalismos que sejam passagens
e pontes, transições para registos
graves e inerentes à singularidade
de um perceber-se a si mesmo
em cada segundo-ilha.
o nosso amor não tem amor
e mesmo a palavra que o assinala
vai perdendo as suas sílabas.
Sylvia Beirute
inédito
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