Enquanto uns se escondem atrás de uma postura
que não é deles, atrás de uma imagem que os
protege das críticas da sociedade, dos olhos
que nada deixam escapar de uma massa social
que vive à custa das falhas dos que os rodeiam,
outros há que sem qualquer tipo de problema
enfrentam esses mesmos olhos, sem problema
algum em ser "criticado" por essa massa que
se arrasta sem objectivos, sem determinação.
Incluo-me nesses outros, porque felizmente
tenho amigos que não querem mesmo saber
do que os outros pensam deles. E nao querem
saber porque têm a noção daquilo que são e
sabem que sao melhores do que aqueles que um
dias os tentarão criticar. Um bem haja a voces.
São na sua essencia melhores e sabem jogar e
brincar com a falta de argumentos que esses
tais outros têm. Acabam por ridicularizar
quem tenta interferir com a forma como vivem
as suas vidas, porque eles sim, vivem e mais
que isso, vivem a vida deles, vivemos todos.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Sentimentos
"Os sentimentos que mais doem, as emoções que mais pungem, são os que são absurdos - a ânsia de coisas impossíveis, precisamente porque são impossíveis, a saudade do que nunca houve, o desejo do que poderia ter sido, a mágoa de não ser outro, a insatisfação da existência do mundo. Todos estes meios tons da inconsciência da alma criam em nós uma paisagem dolorida, um eterno sol-pôr do que somos...O sentirmo-nos é então um campo deserto a escurecer, triste de juncos ao pé de um rio sem barcos, negrejando claramente entre margens afastadas."
Bernardo Soares - O livro do desassossego
Espelho
Há pessoas que deviam, em vez de janelas, ter espelhos, para que antes de criticarem o "vizinho" vissem a mer** de vida que têm. Porque dizer a verdade implica responsabilidade, a maioria prefere mentir e viver a vida dos outros.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
A devida educação
Das coisas que mais custa ver é uma pessoa inteligente e criativa, quando nos está a contar uma opinião ou um acontecimento, ser diminuída pela falta de vocabulário – ou de outra coisa facilmente aprendida pela educação.
A distribuição humana de inteligência, graça, sensibilidade, sentido de humor, originalidade de pensamento e capacidade de expressão é independente da educação ou do grau de instrução. Em Portugal e, ainda mais, no mundo, onde as oportunidades de educação são muito mais desiguais, logo injustamente, distribuídas, é não só uma tragédia como um roubo.
Rouba-se mais aos que não falam nem escrevem com os meios técnicos de que precisam. Mas também são roubados aqueles, adequadamente educados, que não podem ouvir ou ler os milhões de pessoas que só não conseguem dizer plenamente o que querem, porque não têm as ferramentas que têm as pessoas mais novas, com mais sorte.
Mete nojo a ideia de a educação ser uma coisa que se dá. Que o Estado ou o patrão oferece. Não é assim. A educação, de Platão para a frente, é mais uma coisa que se tira. Não educar é negativamente positivo: é como vendar os olhos ou cortar a língua.
O meu pai, à maneira de tantos portugueses, chorava quando dizia que Portugal só precisava de “um bocadinho de educação”. Ele pensava que a educação tinha de ser acrescentada. Eu, seguindo a lição dele, choro que tenha sido tirada. Vem dar ao mesmo. A educação é-nos devida. Quem nos paga fica a ganhar com ela.
Miguel Esteves Cardoso
A distribuição humana de inteligência, graça, sensibilidade, sentido de humor, originalidade de pensamento e capacidade de expressão é independente da educação ou do grau de instrução. Em Portugal e, ainda mais, no mundo, onde as oportunidades de educação são muito mais desiguais, logo injustamente, distribuídas, é não só uma tragédia como um roubo.
Rouba-se mais aos que não falam nem escrevem com os meios técnicos de que precisam. Mas também são roubados aqueles, adequadamente educados, que não podem ouvir ou ler os milhões de pessoas que só não conseguem dizer plenamente o que querem, porque não têm as ferramentas que têm as pessoas mais novas, com mais sorte.
Mete nojo a ideia de a educação ser uma coisa que se dá. Que o Estado ou o patrão oferece. Não é assim. A educação, de Platão para a frente, é mais uma coisa que se tira. Não educar é negativamente positivo: é como vendar os olhos ou cortar a língua.
O meu pai, à maneira de tantos portugueses, chorava quando dizia que Portugal só precisava de “um bocadinho de educação”. Ele pensava que a educação tinha de ser acrescentada. Eu, seguindo a lição dele, choro que tenha sido tirada. Vem dar ao mesmo. A educação é-nos devida. Quem nos paga fica a ganhar com ela.
Miguel Esteves Cardoso
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Not Guilty
Muitas vezes sou acusado de me nao importar
o suficiente, de estar distante, de aparecer
pouco, de não ser "sincero", de esconder isto
ou aquilo, mas não, não é bem isso. Às vezes
as coisas mudam, a verdade de hoje passa a ser
a "mentira" de amanhã... Ou se não é, poderia
ser... Às vezes mudamos radicalmente o que
queremos e acabamos por prejudicar alguém nesse
processo de mudança. Bem sei que para quem
entende que tudo deveria ser mais, esta
justificação é muito vaga. Bem sei que podia
encontrar uma justificação mais "banal", do
género, olha descobri há bocadinho que tudo
o que disse era verdade, mas esqueci-me que
afinal não é isto que quero". Eh, seria muito
mais prático, provavelmente nem doía nada e
ficava logo tudo resolvido. Mas nao o posso
fazer, até porque não sei se amanhã não qurerei
o "hoje", como tal, nunca ponho o tal ponto
final que tantas vezes me é pedido, talvez
porque não acredite no fim de muita coisa,
talvez porque não saiba para onde devo ir,
continuo aqui, à espera que o que quero (que
nem eu sei o que é) me bata à porta...
o suficiente, de estar distante, de aparecer
pouco, de não ser "sincero", de esconder isto
ou aquilo, mas não, não é bem isso. Às vezes
as coisas mudam, a verdade de hoje passa a ser
a "mentira" de amanhã... Ou se não é, poderia
ser... Às vezes mudamos radicalmente o que
queremos e acabamos por prejudicar alguém nesse
processo de mudança. Bem sei que para quem
entende que tudo deveria ser mais, esta
justificação é muito vaga. Bem sei que podia
encontrar uma justificação mais "banal", do
género, olha descobri há bocadinho que tudo
o que disse era verdade, mas esqueci-me que
afinal não é isto que quero". Eh, seria muito
mais prático, provavelmente nem doía nada e
ficava logo tudo resolvido. Mas nao o posso
fazer, até porque não sei se amanhã não qurerei
o "hoje", como tal, nunca ponho o tal ponto
final que tantas vezes me é pedido, talvez
porque não acredite no fim de muita coisa,
talvez porque não saiba para onde devo ir,
continuo aqui, à espera que o que quero (que
nem eu sei o que é) me bata à porta...
BRAVEheart
"Sempre quis ser corajosa. Mas a coragem, para mim, era uma definição de não ter medo. Não temer. Sentia que coragem era poder fazer o que eu sempre quis, mas que ás vezes não podia por prudência ou juízo. Mas a vida, aos poucos, foi mostrando que coragem é muito mais que isso, coragem é chorar quando não se aguenta mais, é ter saudades, é pedir colo. Coragem também é desapego quando necessário. Também é expor sentimentos. É poder dizer o que pensa, sem culpa. Coragem talvez seja mostrar quem somos mesmo na realidade, sem pensar no que os outros vão dizer."
Em: http://xio-quase-que-mara.blogspot.com/
Em: http://xio-quase-que-mara.blogspot.com/
A cada noite uma nova esperança,
dizes adormecer a pensar que tudo
pode mudar e as coisas precisam
ser diferentes. E dormes bem.
Acordas e nada fazes para mudar
até porque toda a esperança que
te "rodeava" se consumiu com um
sonho menos bom. E o dia corre mal.
Esperas pela mudança como quem espera
pelo autocarro, que vem já com
destino programado, um destino que não
é teu, um destinho de muitos, que serve
para outros tantos, que, como tu, se
deixam levar pelas vidas dos outros.
E assim, assim corres sempre atrás
daquilo que não é teu, daquilo que te
arrasta. E adormeces, adormeces e acabas
por nunca despertar para a tua vida.
E vives, só. E viver apenas não te devia
chegar. Até porque poderias ter escolhido.
dizes adormecer a pensar que tudo
pode mudar e as coisas precisam
ser diferentes. E dormes bem.
Acordas e nada fazes para mudar
até porque toda a esperança que
te "rodeava" se consumiu com um
sonho menos bom. E o dia corre mal.
Esperas pela mudança como quem espera
pelo autocarro, que vem já com
destino programado, um destino que não
é teu, um destinho de muitos, que serve
para outros tantos, que, como tu, se
deixam levar pelas vidas dos outros.
E assim, assim corres sempre atrás
daquilo que não é teu, daquilo que te
arrasta. E adormeces, adormeces e acabas
por nunca despertar para a tua vida.
E vives, só. E viver apenas não te devia
chegar. Até porque poderias ter escolhido.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Justiça ao nome
Perdidos, andamos todos, porque ninguém
sabe no que este caminho vai dar. Acho
piada áqueles que se enaltecem por saberem
por onde vão, julgam-se os não perdidos e
acabam por ser os mais perdidos de todos.
Esses que julgam saber por onde vão, não
vão a lado algum, pelo menos que saibam.
Podem eventualmente ter a sorte de irem
para onde pensam e pensarem não estarem
perdidos. Tenho pena, se eles soubessem,
se eles soubessem, nao seriam assim tão
"críticos", nao olhavam à sua volta a
considerarem-se os melhores só porque
pensam ter um rumo, que afinal não têm.
E assim caminhamos todos, perdidos, sem
um amanha que nos aconchegue, sem um ontem
que nos garanta um hoje. Caminhamos, com
esperança de nao irmos muito perdidos,
enfim deambulamos por aí e o amanha
virá, esperamos nós!!!
E entre partirem um mundo falso, o que
é que eles fazem? Constroem outro mundo
falso em cima deste e quando damos conta
é tudo uma grande mentira, e assim, todos
enganados, todos a mentir lá nos deixamos
ir, na esperança que haja mais um mundo,
um mundo supostamente melhor, que se calhar
mais não é do que o mais falso dos mundos.
E depois de morrerem e nada acontecer, não
se venham queixar, eu avisei, aquilo deve
ser entediante, e não deve ter aquecimento.
Nem inferno vá...
(Diambulices - Caminhadas diárias, com ou
sem sentido, a palavra foi inventada)
sabe no que este caminho vai dar. Acho
piada áqueles que se enaltecem por saberem
por onde vão, julgam-se os não perdidos e
acabam por ser os mais perdidos de todos.
Esses que julgam saber por onde vão, não
vão a lado algum, pelo menos que saibam.
Podem eventualmente ter a sorte de irem
para onde pensam e pensarem não estarem
perdidos. Tenho pena, se eles soubessem,
se eles soubessem, nao seriam assim tão
"críticos", nao olhavam à sua volta a
considerarem-se os melhores só porque
pensam ter um rumo, que afinal não têm.
E assim caminhamos todos, perdidos, sem
um amanha que nos aconchegue, sem um ontem
que nos garanta um hoje. Caminhamos, com
esperança de nao irmos muito perdidos,
enfim deambulamos por aí e o amanha
virá, esperamos nós!!!
E entre partirem um mundo falso, o que
é que eles fazem? Constroem outro mundo
falso em cima deste e quando damos conta
é tudo uma grande mentira, e assim, todos
enganados, todos a mentir lá nos deixamos
ir, na esperança que haja mais um mundo,
um mundo supostamente melhor, que se calhar
mais não é do que o mais falso dos mundos.
E depois de morrerem e nada acontecer, não
se venham queixar, eu avisei, aquilo deve
ser entediante, e não deve ter aquecimento.
Nem inferno vá...
(Diambulices - Caminhadas diárias, com ou
sem sentido, a palavra foi inventada)
|||||||||||||
Caminhas livre, sem preocupaçao, sem peso, leve.
Tentas aproveitar o presente como se o futuro te
nao interessasse. Procuras o prazer imediato,
esqueces-te,como muitas vezes tem acontecido, que
o que realmente interessa demora a construir e
pouco tempo a ser destruído. Continuas a cometer
os mesmos erros de sempre, à espera que te os
aceitem como teus e irremediáveis. Escondes-te
aí, nesse cantinho só teu, onde tal será possivel.
Deixas que a tua vida corra ao sabor das
oportunidades que se te vão aparecendo à
frente. Não te lembras de que, como sempre
defendeste, as coisas têm de ser um bocadinho
calculadas. Coisa que de ti nao fará calculista,
mas leva-te a calcular os riscos e a riscar o
que não queres para o teu futuro. Esqueceste,
amanhã arrependeste e prometes que nunca mais.
E o amanhã chega e deixas-te levar por mais
um momento que sacrifica o teu tempo. Tempo
esse que vais desperdiçando com momentos
"insignificantes", muitos momentos, muito tempo.
E um dia, um dia olharás para trás e quererás
mudar tudo, esses nadas que te ocuparam a
cabeça durante tanto tempo, durante tanto
tempo que te trocaram a noção do que realmente
querias. Foste atraiçoado por essa vontade
incessante de querer aproveitar o momento.
Agora resta-te ficar aí à espera de mais um
momento que não vai chegar, até porque as
vontades mudam e porque nem sempre as oportunidades
surgem. Agora ficas aí a ver aquilo que queres
e a imaginar como seria se fosse "teu". Sim,
porque enquanto viveste o momento, esquecestete
da "eternidade" e ela, ela nao esperou por ti.
Tentas aproveitar o presente como se o futuro te
nao interessasse. Procuras o prazer imediato,
esqueces-te,como muitas vezes tem acontecido, que
o que realmente interessa demora a construir e
pouco tempo a ser destruído. Continuas a cometer
os mesmos erros de sempre, à espera que te os
aceitem como teus e irremediáveis. Escondes-te
aí, nesse cantinho só teu, onde tal será possivel.
Deixas que a tua vida corra ao sabor das
oportunidades que se te vão aparecendo à
frente. Não te lembras de que, como sempre
defendeste, as coisas têm de ser um bocadinho
calculadas. Coisa que de ti nao fará calculista,
mas leva-te a calcular os riscos e a riscar o
que não queres para o teu futuro. Esqueceste,
amanhã arrependeste e prometes que nunca mais.
E o amanhã chega e deixas-te levar por mais
um momento que sacrifica o teu tempo. Tempo
esse que vais desperdiçando com momentos
"insignificantes", muitos momentos, muito tempo.
E um dia, um dia olharás para trás e quererás
mudar tudo, esses nadas que te ocuparam a
cabeça durante tanto tempo, durante tanto
tempo que te trocaram a noção do que realmente
querias. Foste atraiçoado por essa vontade
incessante de querer aproveitar o momento.
Agora resta-te ficar aí à espera de mais um
momento que não vai chegar, até porque as
vontades mudam e porque nem sempre as oportunidades
surgem. Agora ficas aí a ver aquilo que queres
e a imaginar como seria se fosse "teu". Sim,
porque enquanto viveste o momento, esquecestete
da "eternidade" e ela, ela nao esperou por ti.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Se é importante ou nao
Eu continuo a achar, ao contrário de todos
aqueles cépticos, que dormir é um desperdício
de tempo. Só concordo com eles ao acordar
cedo para trabalhar. Portanto, concluo com
facilidade que trabalhar e dormir, são um
desperdício de tempo, cada um à sua maneira.
aqueles cépticos, que dormir é um desperdício
de tempo. Só concordo com eles ao acordar
cedo para trabalhar. Portanto, concluo com
facilidade que trabalhar e dormir, são um
desperdício de tempo, cada um à sua maneira.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Viver
Andam por aí uns que quase vivem e morrem
Outros há que vivem e quase nao morrem.
Aqueles que quase vivem passam
discretos até pelas próprias vidas, nada
de exagerado se lhe é conhecido, tudo o que
fazem vai ao encontro do que a sociedade lhe
exige. Aqueles que vivem com poucas regras,
sem corresponder ao que a sociedade lhes
exige, a ultrapassar de longe os limites
que se impoem por uma sociedade nada criativa
e extremamente critica, tao critica que acaba
por imortalizar aqueles que ataca. Aos que vivem,
deixo desde já a minha enorme admiraçao por
viverem melhor que os outros todos.
Outros há que vivem e quase nao morrem.
Aqueles que quase vivem passam
discretos até pelas próprias vidas, nada
de exagerado se lhe é conhecido, tudo o que
fazem vai ao encontro do que a sociedade lhe
exige. Aqueles que vivem com poucas regras,
sem corresponder ao que a sociedade lhes
exige, a ultrapassar de longe os limites
que se impoem por uma sociedade nada criativa
e extremamente critica, tao critica que acaba
por imortalizar aqueles que ataca. Aos que vivem,
deixo desde já a minha enorme admiraçao por
viverem melhor que os outros todos.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Deixar sair
Vou começar a riscar pessoinhas pequenas
da minha vida... É só para avisar ta??
Sim, porque da mesma forma que se deixam
as pessoas entrar devemos deixá-las sair
e se por acaso elas até nem quiserem ir,
temos de as atirar para bem longe...
da minha vida... É só para avisar ta??
Sim, porque da mesma forma que se deixam
as pessoas entrar devemos deixá-las sair
e se por acaso elas até nem quiserem ir,
temos de as atirar para bem longe...
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Futuro
Enquanto esperas por um passado que se
mantém imóvel à tua constante caminhada
em direcção ao futuro, independentemente
de o quereres ou nao, foge-te um presente
coerente. Continuas ali, preso a um passado
extinto, preso a um passado que nao podes
mudar. Tu que sempre prometeste nao esperar
pelo que nao vem, pelo impossivel, dizes
agora que podes esperar um bocadinho e que
os milagres até acontecem. Tu que nunca
quiseste acreditar, tu que sempre quiseste
viver o presente, sem olhar para os erros
do passado, tu que sempre prometeste manter-te
igual a ti próprio ponderas agora atirar
com tudo aquilo que te diferenciou durante
tanto tempo, juntando-te àqueles que tanto
criticaste num passado que se foi tornando
presente e se adivinha num futuro incontornável.
Mas não, não tens de te sentir mal, a evoluçao
permite-te ser flexivel, crescer faz-te bem
e faz-te entender o que ainda te parecia
absurdo. E afinal o absurdo vai-se tornando
a realidade mais toleravel. E mudas.
mantém imóvel à tua constante caminhada
em direcção ao futuro, independentemente
de o quereres ou nao, foge-te um presente
coerente. Continuas ali, preso a um passado
extinto, preso a um passado que nao podes
mudar. Tu que sempre prometeste nao esperar
pelo que nao vem, pelo impossivel, dizes
agora que podes esperar um bocadinho e que
os milagres até acontecem. Tu que nunca
quiseste acreditar, tu que sempre quiseste
viver o presente, sem olhar para os erros
do passado, tu que sempre prometeste manter-te
igual a ti próprio ponderas agora atirar
com tudo aquilo que te diferenciou durante
tanto tempo, juntando-te àqueles que tanto
criticaste num passado que se foi tornando
presente e se adivinha num futuro incontornável.
Mas não, não tens de te sentir mal, a evoluçao
permite-te ser flexivel, crescer faz-te bem
e faz-te entender o que ainda te parecia
absurdo. E afinal o absurdo vai-se tornando
a realidade mais toleravel. E mudas.
Imagine
"6:30 da tarde. Oxford Street muito vazia. Muitas lojas fechadas, algumas com anúncios nas montras avisando que não há stock no interior. Estação de metro de Oxford Circus. A habitual confusão dá lugar a espaços vazios. A caminho da plataforma, no local destinado a músicos amadores, um homem toca e canta «Imagine» de John Lennon. Não poderia ser mais apropriado e mais triste. A cara de Londres é, indiscutivelmente, outra."
De: http://abonecarussa.blogspot.com/
De: http://abonecarussa.blogspot.com/
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Vive-se
Uns saltam, outros correm, uns ficam
em casa, os outros saem, uns criticam,
outros sao criticados. Uns traem outros
sao traidos, uns gritam, outros escutam,
uns sao bons, a maioria é má... Uns brancos,
outros amarelos, pretos ou vermelhos...
O importante, o importante é conseguir
coexistir e provar aos outros que se vive.
em casa, os outros saem, uns criticam,
outros sao criticados. Uns traem outros
sao traidos, uns gritam, outros escutam,
uns sao bons, a maioria é má... Uns brancos,
outros amarelos, pretos ou vermelhos...
O importante, o importante é conseguir
coexistir e provar aos outros que se vive.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
O amor nao espera.
Josefino, um miúdo nascido e criado numa pequena aldeia, que nunca dali tinha saído, exceptuando uma ou outra vez que o levaram a uma cidade. Josefino cresceu a ouvir boa musica, a ler bons livros, conviveu com pessoas cultas, algumas das quais das grandes cidades. Quando atingiu os 18 anos, resolveu partir para uma aventura. Atrás de conhecimento, de vivencias que jamais a sua pequena aldeia lhe poderia proporcionar. Despediu-se então de todos os seus amigos com especial carinho da sua “confidente” Maria Lúcia.
(Todos julgavam que aqueles dois estariam predestinados a ficar juntos, não fossem eles inseparáveis desde tenra idade.) Maria Lúcia já se tinha apercebido que sentia algo mais especial por Josefino, mas como as suas conversas se mostravam sempre um bocadinho mais profundas e interessantes, não se julgou à altura de uma tal relaçao, até porque não convivia com as pessoas intelectuais que acabavam por rodear Josefino.
Este por sua vez tinha a plena noção de que Maria Lúcia jamais seria capaz de atingir o seu estereótipo de mulher.
Josefino parte atrás do seu sonho. Maria Lúcia, ainda meio atordoada com a perda, fica recolhida em sua casa dias a fio, sem saber o que fazer, é então que lê o primeiro livro e se começa a interessar pela leitura, (Josefino esquecera-se do livro que levava para a viagem quando se fora despedir de Maria Lúcia.) até então Maria Lúcia dava muito mais valor às brincadeiras lá fora, às sensações quotidianas, às aventuras pelos campos, nunca se importara até então com o futuro, com a perda, sempre viveu, simplesmente.
Josefino acaba de partir, entra no comboio e lembra-se que deixou o livro para a viagem em casa de Maria Lúcia.
“Como é que me fui esquecer da porcaria do livro, logo em casa da Lúcia que nem sequer o abrirá, bem o sei, básica e desinteressada como é. Dá demasiado valor à simplicidade para perder tempo com um livro, que a poderá até levar a questionar todo o seu passado.” Pensou Josefino, convicto de que a distancia intelectual que os separava não tinha fim.
Após 3 horas de viagem Josefino chega à próxima paragem, é uma aldeia maior. Pega então no telefone (ainda não havia aquela peste chamada telemóvel, caso contrario Josefino nem sentiria tanto a falta do livro, bom companheiro de viagem) e liga a Maria Lúcia.
Mãe de Lúcia: Estou?
Josefino: Olá boa tarde, fala o Josefino, podia chamar a Maria por favor?
Mãe de Lúcia: Só um bocadinho que ela está no quarto…
(“Estranho, a Maria nunca está fechada em casa a esta hora, anda sempre lá fora a correr pelos campos e a pregar partidas a toda a gente” pensou Josefino esquecendo rapidamente o pormenor e não lhe dando a devida importância.)
Maria: Josefino, então como está a correr a viagem?
Josefino: Está a ser fantástica por enquanto, a paisagem é extraordinária mesmo. Irias adorar ter vindo comigo. (Por se ter esquecido do livro foi-se distraindo com a paisagem. Não e a primeira vez que faz esta viagem, mas nunca se tinha dado ao trabalho de contemplar a paisagem)
Maria: Oh, partiste assim de repente, nem me perguntaste se gostaria de ir também. Assumiste desde logo que eu nao ia. (Maria sabia que Josefino partira atrás de um sonho, já mais que uma vez lhe tinha dito que na aldeia nunca iria encontrar uma mulher à sua altura)
Josefino: Mas tu com toda a certeza não irias gostar da viagem, vou para a cidade grande, não te ias adaptar. Só irias gostar deste pequeno bocadinho que em nada se compara ao tipo de viagem que programei.
Maria: Por vezes não é a viagem que conta, é o percurso que fazemos, são os pequenos pormenores que fazem com que uma viagem inteira valha a pena.
Josefino: Sim, em parte tens razão. (Josefino, que falara tantas vezes com pessoas intelectuais, ligadas à ciência, à educação e a outras áreas eruditas nunca ouvira uma afirmação do género)
Maria: Deixaste cá um livro, acabei por começar a lê-lo, a tua recente falta quebrou-me a rotina.
Josefino: Em pouco tempo volto, vais voltar à tua vida normal.
Maria: Não sabes, essa tua viagem pode mudar a tua vida e por consequência a minha.
Josefino: Pois, de facto, mas não creio que em tão pouco tempo tanta coisa possa mudar. (Josefino deixava de ter argumentos válidos para as afirmações de Maria.)
Maria: Pronto Josefino, espero que a viagem corresponda a todas as tuas expectativas, bem sei o quanto desejavas esta viagem.
Josefino: Até breve Maria.
Josefino não ligou a mais ninguém, apesar do pequeno diálogo, houve vários momentos de silêncio, momentos esses que se assemelham áqueles em que 2 pessoas que têm imensa saudade uma da outra e acabam por nao dizer muita coisa.
Josefino volta a entrar no comboio em direcção à grande cidade. As paisagens vão-se-lhe aproximando e fugindo sem lhe dar o tempo que ele gostaria para reparar nos pormenores. Tinham-lhe dito que os pormenores eram muito importantes e ele não tinha tempo.
Três dias teriam passado, eis então que chega à cidade grande. Olha à sua volta e sente-se completamente perdido, vê pessoas “estranhas”, pessoas que caminham apressadamente atrás do que lhes não foge. Tenta meter conversa com um senhor que apressadamente desce a rua, tinha boa aparencia, diria que pertencia ao tribunal, ou a uma agencia de advogados, acartava consigo um livro da constituição da republica portuguesa.
Josefino: Boa tarde, poderia por favor dizer-me onde poderei almoçar?
Senhor: Jovem, não me parece que consigas frequentar os sítios que costumo frequentar. (Escusado seria dizer que Josefino aparentava precisamente aquilo que era, um miúdo da aldeia perdido numa grande cidade).
Josefino sentou-se num restaurante, não se importava nada com o dinheiro que poderia vir a gastar, afinal, a sua viagem poderia terminar assim que ele quisesse.
Não acostumado a cardápios como lá lhe chamavam, perguntou ao senhor da mesa, que por sinal seria garçon, quais os pratos que aquele estabelecimento dispunha.
- Não se importaria, por favor, de consultar o cardápio? responde-lhe.
- O quê? Retorquiu Josefino.
- O cardápio, a carta, a ementa, como lhe deseje chamar.
- Ah sim, peço imensa desculpa.
Josefino não percebia quase nada do que se lhe era oferecido na carta. Acabou por pedir um “bife a cavalo”, o qual teve de descrever ao garçon, que desconhecia por completo a expressão. Afinal Josefino, que se julgava bem superior à sociedade da sua pequena aldeia, no meio da cidade era um completo ignorante.
Passadas duas semanas de ter chegado, já se tinha ambientado à cidade e à sua funcionalidade, já saía à noite, já começara a falar com mulheres aparentemente inteligentes, que bebiam, sorriam e tinham um comportamento social muito requintado.
Ao que parece parte do seu objectivo começava a ser atingido. Na manhã seguinte decide ligar a Maria. Já tinha ligado à família a dizer que ninguém conhecia o "típico" ovo a cavalo, “cambada de estúpidos” chamou-lhes na conversa com o pai. Liga entao a Maria.
Atende a mãe de Maria que lhe explica que a sua amiga de sempre tinha saído para ir ao teatro com um tal de Manuel, que estudou fora e voltara há poucos dias. A mãe fez logo questão de explicar a Josefino que Manuel era um rapaz extremamente inteligente, filho de boa gente e tirara Direito. Tencionava abrir um escritório mesmo ali na aldeia.
Josefino ficou intrigado. “Como é que será que alguém que esteve fora durante tanto tempo, conheceu a fundo pessoas extremamente inteligentes, alargou os seus horizontes, conviveu de perto com arte, literatura e teatro, que enfim, fez tudo aquilo que eu sonhei volta para a aldeia com o objectivo de ali fazer a sua vida? E ainda sai com a Maria, que nada deve ter a ver com ele” Pensou de si para si, afinal ainda não tinha feito um único amigo desde que chegara. A falta que Maria lhe fazia nesta altura “Nem que fosse para dizer um simples: É maluco, só pode”.
Já se encontrava na cidade há vários meses, já saíra com algumas mulheres, daquelas que ostentam alguém que não são e deu conta de que Maria seria uma companhia bem melhor, “agora até vai ao teatro” pensou.
Muitos dias não passaram até que Josefino decidiu voltar para casa. Afinal todas as histórias que ouvira acerca da grande cidade não passam disso mesmo. Histórias.
A vida na cidade ainda consegue ser mais rotineira que no campo pensou de si para si, reparara que ao fim de quase oito meses continuava sem amigos.
Entra no comboio de volta à sua pequena aldeia, passados 3 dias está em casa. Qual o seu espanto ao descobrir, à chegada, que Maria tinha mudado imenso desde que tinha partido nesta sua viagem. Dirige-se ao seu café de sempre para encontrar os amigos de sempre, finalmente poderia contar as suas peripécias e aventuras, que devido às suas limitações (Limitações culturais) iriam achar as suas histórias fascinantes.
Após alguns dias reencontra-se com Maria, “finalmente” pensou. Maria já não se vestia como antigamente, também se não vestia como as mulheres fúteis que encontrou na cidade. Parecia uma mulher, não parecia a menina de 18 anos que tinha visto crescer e que nunca se tinha preocupado com a sua aparência.
- Maria, tinha tantas saudades tuas, como eu te queria contar como estavam a correr as coisas na cidade. Cheguei a ligar-te, mas recordo-me que tinhas saído, devias andar a correr pelos campos como é teu costume.
- Não, ligaste-me um dia em que tinha ido com o Manuel ao teatro, gostaria de ter retornado a chamada, mas nunca tive um contacto teu, queria muito que soubesses que finalmente me começara a apaixonar.
- A apaixonar?? (Estas palavras caíram em cima de Josefino como a lâmina de uma guilhotina cai em cima do pescoço de um ladrão de maças)
- Sim, lembras-te do Manuel, filho do Sr. Hipólito da mercearia? Voltou da universidade e fomos saindo, tínhamos algumas coisas em comum, uma das quais o livro preferido. Livro esse que deixaste lá em casa antes de partires. Foste, por assim dizer, o grande propulsor da minha relação, devo agradecer-te. Parece destino, separamo-nos os dois, tu porque vais atrás da mulher dos teus sonhos, eu porque não passava pelos teus sonhos e deixas-me a "chave" da felicidade, quando julguei que tudo estava perdido. Então e tu? Conta-me como foi lá na grande cidade.
- Eu… o livro… o Manuel?? Não conheço…
- Vá eu não tarda apresento-vos. Mas conta lá da viagem.
- A viagem… A viagem não foi nada do que estava à espera, eu acho que as pessoas quando falam dela enaltecem qualidades que nem sequer as chegam a ser. Percorri ruas inteiras, sem ninguém com quem comentar o degredo que as ruas se revelavam. Gostei dos espaços culturais, de algumas conversas, de algumas amizades, se assim lhe posso chamar, que travei com uma ou outra pessoa, mas nada, nada que se possa comparar às pessoas daqui. Lá vive-se a um ritmo alucinante, não se pode confiar em ninguém e as pessoas esquecem-se de quem entra nas suas vidas. (Talvez Josefino começasse a perceber que afinal Manuel teria voltado porque já há muito se teria apercebido da decadente sociedade que habita as cidades)
- A serio? Tenho visitado cidades com o Manuel, se bem que viajo esporadicamente, nunca fiquei por lá o tempo suficiente para me aperceber dos defeitos, mas todos me pareceram muito simpáticos e acolhedores. Mesmo os espaços nocturnos, apesar do fumo que lhes é característico (Maria sempre odiou vícios estúpidos) me pareceram sítios fantásticos. Bom, vou andando Josefino, o Manuel espera-me na mercearia.
- Mas vocês namoram?
- (A afastar-se apressadamente) Eu depois conto-te, até logo!
Josefino ficou agarrado ao chão, o seu corpo mostrava-se agora incapaz de dar um passo que fosse, enquanto, na sua cabeça as ideias, os pensamentos voavam alucinantemente.
Partiu atrás da mulher dos seus sonhos (que ao que parece estaria sempre na sua vida), voltou sem a encontrar e ainda por cima perdera a sua amiga de sempre. Que mudara, entretanto para a mulher que ele sempre procurou. Tornou-se na mulher culta, apreciadora de artes, intelectual, inteligente, com um sorriso estonteante, como nunca lhe dissera.
E continuou sempre igual a si mesma. Nada nela mudou, nada nela se extinguiu, pelo contrário, toda ela renascera, toda ela o atraía. “Tenho de lhe dizer o que sinto, tenho de lhe explicar que afinal toda esta viagem só deu para perceber o quanto é importante para mim.”
Josefino dirige-se a casa de Maria.
- Maria!!! Maria!!! Preciso falar contigo. (Parecia aflito)
- Sim, o que aconteceu. (assustada)
- Maria, tenho de te contar e confessar o que tenho vindo a sentir. Desde que parti fui-me apercebendo da falta que me tens vindo a fazer. Procurei por alguém que sempre tive. E só depois de ter partido dei conta de que quem realmente queria eras tu.
- Josefino, quando partiste passei precisamente pelo que me descreves, mas fiquei, nada poderia fazer. Decidiste partir sozinho, parti do principio que querias romper com o passado. E esperei. Curiosamente no livro que me emprestaste li o seguinte “O que é teu por ti espera ou a ti virá”. Entretanto conheci o Manuel, que a meu ver veio até mim. Se é "meu" ou não o tempo o dirá.
- Mas Maria, não podes apagar o nosso passado.
- Não, não posso, mas parece que apagamos o nosso futuro, pelo menos o futuro de que falas.
- Mas como é que em tão pouco tempo foste capaz de te esquecer de mim?
- Da mesma forma de que durante tanto tempo não foste capaz de "olhar para mim. Talvez tenha sido isso. Além disso, o Manuel mostrou-me muitas coisas que eu não conhecia e fez questão de me explicar como funcionam. Apaixonei-me desde logo pela maneira como ele olhava para o que para mim era simples e banal e transformava tudo isso em algo fantástico e fascinante. Ele ia ao ínfimo de cada coisa simples que eu conhecia e tornava-a complexa. Comecei não só a apaixonar-me por ele, mas também pelas coisas que comecei a ver com ele.
Josefino, que partira com a ideia de que Maria não era nada mais do que uma amiga, voltou com a certeza de que desde sempre fora apaixonado por ela. E agora, agora mesmo que volte a partir não vai encontrar Maria, nem outra pessoa que seja parecida com ela. E se o for, certamente não o irá atrair. O amor é como a magia, cada paixao é um “truque” e um truque só é fascinante até o entendermos, depois torna-se banal.
Outras viagem esperam o Josefino, outros truques aparecerão, pensa ele.
Um dia destes no Wood surgiu a ideia de fazer uma peça de teatro, ideia de Fábio Barbosa, portanto comecei a treinar, so me falta conseguir fazer dialogos. ora aí está.
(Todos julgavam que aqueles dois estariam predestinados a ficar juntos, não fossem eles inseparáveis desde tenra idade.) Maria Lúcia já se tinha apercebido que sentia algo mais especial por Josefino, mas como as suas conversas se mostravam sempre um bocadinho mais profundas e interessantes, não se julgou à altura de uma tal relaçao, até porque não convivia com as pessoas intelectuais que acabavam por rodear Josefino.
Este por sua vez tinha a plena noção de que Maria Lúcia jamais seria capaz de atingir o seu estereótipo de mulher.
Josefino parte atrás do seu sonho. Maria Lúcia, ainda meio atordoada com a perda, fica recolhida em sua casa dias a fio, sem saber o que fazer, é então que lê o primeiro livro e se começa a interessar pela leitura, (Josefino esquecera-se do livro que levava para a viagem quando se fora despedir de Maria Lúcia.) até então Maria Lúcia dava muito mais valor às brincadeiras lá fora, às sensações quotidianas, às aventuras pelos campos, nunca se importara até então com o futuro, com a perda, sempre viveu, simplesmente.
Josefino acaba de partir, entra no comboio e lembra-se que deixou o livro para a viagem em casa de Maria Lúcia.
“Como é que me fui esquecer da porcaria do livro, logo em casa da Lúcia que nem sequer o abrirá, bem o sei, básica e desinteressada como é. Dá demasiado valor à simplicidade para perder tempo com um livro, que a poderá até levar a questionar todo o seu passado.” Pensou Josefino, convicto de que a distancia intelectual que os separava não tinha fim.
Após 3 horas de viagem Josefino chega à próxima paragem, é uma aldeia maior. Pega então no telefone (ainda não havia aquela peste chamada telemóvel, caso contrario Josefino nem sentiria tanto a falta do livro, bom companheiro de viagem) e liga a Maria Lúcia.
Mãe de Lúcia: Estou?
Josefino: Olá boa tarde, fala o Josefino, podia chamar a Maria por favor?
Mãe de Lúcia: Só um bocadinho que ela está no quarto…
(“Estranho, a Maria nunca está fechada em casa a esta hora, anda sempre lá fora a correr pelos campos e a pregar partidas a toda a gente” pensou Josefino esquecendo rapidamente o pormenor e não lhe dando a devida importância.)
Maria: Josefino, então como está a correr a viagem?
Josefino: Está a ser fantástica por enquanto, a paisagem é extraordinária mesmo. Irias adorar ter vindo comigo. (Por se ter esquecido do livro foi-se distraindo com a paisagem. Não e a primeira vez que faz esta viagem, mas nunca se tinha dado ao trabalho de contemplar a paisagem)
Maria: Oh, partiste assim de repente, nem me perguntaste se gostaria de ir também. Assumiste desde logo que eu nao ia. (Maria sabia que Josefino partira atrás de um sonho, já mais que uma vez lhe tinha dito que na aldeia nunca iria encontrar uma mulher à sua altura)
Josefino: Mas tu com toda a certeza não irias gostar da viagem, vou para a cidade grande, não te ias adaptar. Só irias gostar deste pequeno bocadinho que em nada se compara ao tipo de viagem que programei.
Maria: Por vezes não é a viagem que conta, é o percurso que fazemos, são os pequenos pormenores que fazem com que uma viagem inteira valha a pena.
Josefino: Sim, em parte tens razão. (Josefino, que falara tantas vezes com pessoas intelectuais, ligadas à ciência, à educação e a outras áreas eruditas nunca ouvira uma afirmação do género)
Maria: Deixaste cá um livro, acabei por começar a lê-lo, a tua recente falta quebrou-me a rotina.
Josefino: Em pouco tempo volto, vais voltar à tua vida normal.
Maria: Não sabes, essa tua viagem pode mudar a tua vida e por consequência a minha.
Josefino: Pois, de facto, mas não creio que em tão pouco tempo tanta coisa possa mudar. (Josefino deixava de ter argumentos válidos para as afirmações de Maria.)
Maria: Pronto Josefino, espero que a viagem corresponda a todas as tuas expectativas, bem sei o quanto desejavas esta viagem.
Josefino: Até breve Maria.
Josefino não ligou a mais ninguém, apesar do pequeno diálogo, houve vários momentos de silêncio, momentos esses que se assemelham áqueles em que 2 pessoas que têm imensa saudade uma da outra e acabam por nao dizer muita coisa.
Josefino volta a entrar no comboio em direcção à grande cidade. As paisagens vão-se-lhe aproximando e fugindo sem lhe dar o tempo que ele gostaria para reparar nos pormenores. Tinham-lhe dito que os pormenores eram muito importantes e ele não tinha tempo.
Três dias teriam passado, eis então que chega à cidade grande. Olha à sua volta e sente-se completamente perdido, vê pessoas “estranhas”, pessoas que caminham apressadamente atrás do que lhes não foge. Tenta meter conversa com um senhor que apressadamente desce a rua, tinha boa aparencia, diria que pertencia ao tribunal, ou a uma agencia de advogados, acartava consigo um livro da constituição da republica portuguesa.
Josefino: Boa tarde, poderia por favor dizer-me onde poderei almoçar?
Senhor: Jovem, não me parece que consigas frequentar os sítios que costumo frequentar. (Escusado seria dizer que Josefino aparentava precisamente aquilo que era, um miúdo da aldeia perdido numa grande cidade).
Josefino sentou-se num restaurante, não se importava nada com o dinheiro que poderia vir a gastar, afinal, a sua viagem poderia terminar assim que ele quisesse.
Não acostumado a cardápios como lá lhe chamavam, perguntou ao senhor da mesa, que por sinal seria garçon, quais os pratos que aquele estabelecimento dispunha.
- Não se importaria, por favor, de consultar o cardápio? responde-lhe.
- O quê? Retorquiu Josefino.
- O cardápio, a carta, a ementa, como lhe deseje chamar.
- Ah sim, peço imensa desculpa.
Josefino não percebia quase nada do que se lhe era oferecido na carta. Acabou por pedir um “bife a cavalo”, o qual teve de descrever ao garçon, que desconhecia por completo a expressão. Afinal Josefino, que se julgava bem superior à sociedade da sua pequena aldeia, no meio da cidade era um completo ignorante.
Passadas duas semanas de ter chegado, já se tinha ambientado à cidade e à sua funcionalidade, já saía à noite, já começara a falar com mulheres aparentemente inteligentes, que bebiam, sorriam e tinham um comportamento social muito requintado.
Ao que parece parte do seu objectivo começava a ser atingido. Na manhã seguinte decide ligar a Maria. Já tinha ligado à família a dizer que ninguém conhecia o "típico" ovo a cavalo, “cambada de estúpidos” chamou-lhes na conversa com o pai. Liga entao a Maria.
Atende a mãe de Maria que lhe explica que a sua amiga de sempre tinha saído para ir ao teatro com um tal de Manuel, que estudou fora e voltara há poucos dias. A mãe fez logo questão de explicar a Josefino que Manuel era um rapaz extremamente inteligente, filho de boa gente e tirara Direito. Tencionava abrir um escritório mesmo ali na aldeia.
Josefino ficou intrigado. “Como é que será que alguém que esteve fora durante tanto tempo, conheceu a fundo pessoas extremamente inteligentes, alargou os seus horizontes, conviveu de perto com arte, literatura e teatro, que enfim, fez tudo aquilo que eu sonhei volta para a aldeia com o objectivo de ali fazer a sua vida? E ainda sai com a Maria, que nada deve ter a ver com ele” Pensou de si para si, afinal ainda não tinha feito um único amigo desde que chegara. A falta que Maria lhe fazia nesta altura “Nem que fosse para dizer um simples: É maluco, só pode”.
Já se encontrava na cidade há vários meses, já saíra com algumas mulheres, daquelas que ostentam alguém que não são e deu conta de que Maria seria uma companhia bem melhor, “agora até vai ao teatro” pensou.
Muitos dias não passaram até que Josefino decidiu voltar para casa. Afinal todas as histórias que ouvira acerca da grande cidade não passam disso mesmo. Histórias.
A vida na cidade ainda consegue ser mais rotineira que no campo pensou de si para si, reparara que ao fim de quase oito meses continuava sem amigos.
Entra no comboio de volta à sua pequena aldeia, passados 3 dias está em casa. Qual o seu espanto ao descobrir, à chegada, que Maria tinha mudado imenso desde que tinha partido nesta sua viagem. Dirige-se ao seu café de sempre para encontrar os amigos de sempre, finalmente poderia contar as suas peripécias e aventuras, que devido às suas limitações (Limitações culturais) iriam achar as suas histórias fascinantes.
Após alguns dias reencontra-se com Maria, “finalmente” pensou. Maria já não se vestia como antigamente, também se não vestia como as mulheres fúteis que encontrou na cidade. Parecia uma mulher, não parecia a menina de 18 anos que tinha visto crescer e que nunca se tinha preocupado com a sua aparência.
- Maria, tinha tantas saudades tuas, como eu te queria contar como estavam a correr as coisas na cidade. Cheguei a ligar-te, mas recordo-me que tinhas saído, devias andar a correr pelos campos como é teu costume.
- Não, ligaste-me um dia em que tinha ido com o Manuel ao teatro, gostaria de ter retornado a chamada, mas nunca tive um contacto teu, queria muito que soubesses que finalmente me começara a apaixonar.
- A apaixonar?? (Estas palavras caíram em cima de Josefino como a lâmina de uma guilhotina cai em cima do pescoço de um ladrão de maças)
- Sim, lembras-te do Manuel, filho do Sr. Hipólito da mercearia? Voltou da universidade e fomos saindo, tínhamos algumas coisas em comum, uma das quais o livro preferido. Livro esse que deixaste lá em casa antes de partires. Foste, por assim dizer, o grande propulsor da minha relação, devo agradecer-te. Parece destino, separamo-nos os dois, tu porque vais atrás da mulher dos teus sonhos, eu porque não passava pelos teus sonhos e deixas-me a "chave" da felicidade, quando julguei que tudo estava perdido. Então e tu? Conta-me como foi lá na grande cidade.
- Eu… o livro… o Manuel?? Não conheço…
- Vá eu não tarda apresento-vos. Mas conta lá da viagem.
- A viagem… A viagem não foi nada do que estava à espera, eu acho que as pessoas quando falam dela enaltecem qualidades que nem sequer as chegam a ser. Percorri ruas inteiras, sem ninguém com quem comentar o degredo que as ruas se revelavam. Gostei dos espaços culturais, de algumas conversas, de algumas amizades, se assim lhe posso chamar, que travei com uma ou outra pessoa, mas nada, nada que se possa comparar às pessoas daqui. Lá vive-se a um ritmo alucinante, não se pode confiar em ninguém e as pessoas esquecem-se de quem entra nas suas vidas. (Talvez Josefino começasse a perceber que afinal Manuel teria voltado porque já há muito se teria apercebido da decadente sociedade que habita as cidades)
- A serio? Tenho visitado cidades com o Manuel, se bem que viajo esporadicamente, nunca fiquei por lá o tempo suficiente para me aperceber dos defeitos, mas todos me pareceram muito simpáticos e acolhedores. Mesmo os espaços nocturnos, apesar do fumo que lhes é característico (Maria sempre odiou vícios estúpidos) me pareceram sítios fantásticos. Bom, vou andando Josefino, o Manuel espera-me na mercearia.
- Mas vocês namoram?
- (A afastar-se apressadamente) Eu depois conto-te, até logo!
Josefino ficou agarrado ao chão, o seu corpo mostrava-se agora incapaz de dar um passo que fosse, enquanto, na sua cabeça as ideias, os pensamentos voavam alucinantemente.
Partiu atrás da mulher dos seus sonhos (que ao que parece estaria sempre na sua vida), voltou sem a encontrar e ainda por cima perdera a sua amiga de sempre. Que mudara, entretanto para a mulher que ele sempre procurou. Tornou-se na mulher culta, apreciadora de artes, intelectual, inteligente, com um sorriso estonteante, como nunca lhe dissera.
E continuou sempre igual a si mesma. Nada nela mudou, nada nela se extinguiu, pelo contrário, toda ela renascera, toda ela o atraía. “Tenho de lhe dizer o que sinto, tenho de lhe explicar que afinal toda esta viagem só deu para perceber o quanto é importante para mim.”
Josefino dirige-se a casa de Maria.
- Maria!!! Maria!!! Preciso falar contigo. (Parecia aflito)
- Sim, o que aconteceu. (assustada)
- Maria, tenho de te contar e confessar o que tenho vindo a sentir. Desde que parti fui-me apercebendo da falta que me tens vindo a fazer. Procurei por alguém que sempre tive. E só depois de ter partido dei conta de que quem realmente queria eras tu.
- Josefino, quando partiste passei precisamente pelo que me descreves, mas fiquei, nada poderia fazer. Decidiste partir sozinho, parti do principio que querias romper com o passado. E esperei. Curiosamente no livro que me emprestaste li o seguinte “O que é teu por ti espera ou a ti virá”. Entretanto conheci o Manuel, que a meu ver veio até mim. Se é "meu" ou não o tempo o dirá.
- Mas Maria, não podes apagar o nosso passado.
- Não, não posso, mas parece que apagamos o nosso futuro, pelo menos o futuro de que falas.
- Mas como é que em tão pouco tempo foste capaz de te esquecer de mim?
- Da mesma forma de que durante tanto tempo não foste capaz de "olhar para mim. Talvez tenha sido isso. Além disso, o Manuel mostrou-me muitas coisas que eu não conhecia e fez questão de me explicar como funcionam. Apaixonei-me desde logo pela maneira como ele olhava para o que para mim era simples e banal e transformava tudo isso em algo fantástico e fascinante. Ele ia ao ínfimo de cada coisa simples que eu conhecia e tornava-a complexa. Comecei não só a apaixonar-me por ele, mas também pelas coisas que comecei a ver com ele.
Josefino, que partira com a ideia de que Maria não era nada mais do que uma amiga, voltou com a certeza de que desde sempre fora apaixonado por ela. E agora, agora mesmo que volte a partir não vai encontrar Maria, nem outra pessoa que seja parecida com ela. E se o for, certamente não o irá atrair. O amor é como a magia, cada paixao é um “truque” e um truque só é fascinante até o entendermos, depois torna-se banal.
Outras viagem esperam o Josefino, outros truques aparecerão, pensa ele.
Um dia destes no Wood surgiu a ideia de fazer uma peça de teatro, ideia de Fábio Barbosa, portanto comecei a treinar, so me falta conseguir fazer dialogos. ora aí está.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Poema à boca fechada
"Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.
Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.
Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.
Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.
Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo."
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.
Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.
Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.
Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.
Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo."
O fim como nao deve ser
Deambulas perdido num passado que te
afastou de viveres o presente, e te
impediu de ponderar o futuro. Foste
vivendo à cabra cega e até nem correu
muito mal, até à altura em que tiveste
de pensar nos objectivos que tinhas
traçado no passado. E qual o teu
espanto quando te dás conta que
caminhas à deriva num presente
cinzento e enfadonho, compensado por
uma garrafa de rum que te faz esquecer,
que te permite nao pensar, nao olhar
para a frente. Agarraste a toda a força
a um lema que não é teu e tentas viver
cada dia como se fosse o ultimo.
Quando o que devias ter feito era ter
aproveitado o ontem para hoje teres
alguma coisa que te faça pensar no
amanha. E assim vais vivendo, sem
sentido, sem medo, sem tempo, sem
esperança. Assim te deixas ir até
ao fim, ao fim de ti, ao fim de tudo.
afastou de viveres o presente, e te
impediu de ponderar o futuro. Foste
vivendo à cabra cega e até nem correu
muito mal, até à altura em que tiveste
de pensar nos objectivos que tinhas
traçado no passado. E qual o teu
espanto quando te dás conta que
caminhas à deriva num presente
cinzento e enfadonho, compensado por
uma garrafa de rum que te faz esquecer,
que te permite nao pensar, nao olhar
para a frente. Agarraste a toda a força
a um lema que não é teu e tentas viver
cada dia como se fosse o ultimo.
Quando o que devias ter feito era ter
aproveitado o ontem para hoje teres
alguma coisa que te faça pensar no
amanha. E assim vais vivendo, sem
sentido, sem medo, sem tempo, sem
esperança. Assim te deixas ir até
ao fim, ao fim de ti, ao fim de tudo.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Good-night
Then the bright lamp is carried in,
The sunless hours again begin;
O'er all without, in field and lane,
The haunted night returns again.
Now we behold the embers flee
About the firelit hearth; and see
Our faces painted as we pass,
Like pictures, on the window glass.
Must we to bed indeed? Well then,
Let us arise and go like men,
And face with an undaunted tread
The long black passage up to bed.
Farewell, O brother, sister, sire!
O pleasant party round the fire!
The songs you sing, the tales you tell,
Till far to-morrow, fare you well!
By: Robert Louis Stevenson
The sunless hours again begin;
O'er all without, in field and lane,
The haunted night returns again.
Now we behold the embers flee
About the firelit hearth; and see
Our faces painted as we pass,
Like pictures, on the window glass.
Must we to bed indeed? Well then,
Let us arise and go like men,
And face with an undaunted tread
The long black passage up to bed.
Farewell, O brother, sister, sire!
O pleasant party round the fire!
The songs you sing, the tales you tell,
Till far to-morrow, fare you well!
By: Robert Louis Stevenson
Time
As from the house your mother sees
You playing round the garden trees,
So you may see, if you will look
Through the windows of this book,
Another child, far, far away,
And in another garden, play.
But do not think you can at all,
By knocking on the window, call
That child to hear you. He intent
Is all on his play-business bent.
He does not hear, he will not look,
Nor yet be lured out of this book.
For, long ago, the truth to say,
He has grown up and gone away,
And it is but a child of air
That lingers in the garden there.
By: Robert Louis Stevenson
You playing round the garden trees,
So you may see, if you will look
Through the windows of this book,
Another child, far, far away,
And in another garden, play.
But do not think you can at all,
By knocking on the window, call
That child to hear you. He intent
Is all on his play-business bent.
He does not hear, he will not look,
Nor yet be lured out of this book.
For, long ago, the truth to say,
He has grown up and gone away,
And it is but a child of air
That lingers in the garden there.
By: Robert Louis Stevenson
The Happiest day
The happiest day -- the happiest hour
My sear'd and blighted heart hath known,
The highest hope of pride and power,
I feel hath flown.
Of power! said I? yes! such I ween;
But they have vanish'd long, alas!
The visions of my youth have been-
But let them pass.
And, pride, what have I now with thee?
Another brow may even inherit
The venom thou hast pour'd on me
Be still, my spirit!
The happiest day -- the happiest hour
Mine eyes shall see -- have ever seen,
The brightest glance of pride and power,
I feel- have been:
But were that hope of pride and power
Now offer'd with the pain
Even then I felt -- that brightest hour
I would not live again:
For on its wing was dark alloy,
And, as it flutter'd -- fell
An essence -- powerful to destroy
A soul that knew it well.
By: Edgar Allan Poe
My sear'd and blighted heart hath known,
The highest hope of pride and power,
I feel hath flown.
Of power! said I? yes! such I ween;
But they have vanish'd long, alas!
The visions of my youth have been-
But let them pass.
And, pride, what have I now with thee?
Another brow may even inherit
The venom thou hast pour'd on me
Be still, my spirit!
The happiest day -- the happiest hour
Mine eyes shall see -- have ever seen,
The brightest glance of pride and power,
I feel- have been:
But were that hope of pride and power
Now offer'd with the pain
Even then I felt -- that brightest hour
I would not live again:
For on its wing was dark alloy,
And, as it flutter'd -- fell
An essence -- powerful to destroy
A soul that knew it well.
By: Edgar Allan Poe
A Dream
In visions of the dark night
I have dreamed of joy departed-
But a waking dream of life and light
Hath left me broken-hearted.
Ah! what is not a dream by day
To him whose eyes are cast
On things around him with a ray
Turned back upon the past?
That holy dream- that holy dream,
While all the world were chiding,
Hath cheered me as a lovely beam
A lonely spirit guiding.
What though that light, thro' storm and night,
So trembled from afar-
What could there be more purely bright
In Truth's day-star?
By: Edgar Alan Poe
I have dreamed of joy departed-
But a waking dream of life and light
Hath left me broken-hearted.
Ah! what is not a dream by day
To him whose eyes are cast
On things around him with a ray
Turned back upon the past?
That holy dream- that holy dream,
While all the world were chiding,
Hath cheered me as a lovely beam
A lonely spirit guiding.
What though that light, thro' storm and night,
So trembled from afar-
What could there be more purely bright
In Truth's day-star?
By: Edgar Alan Poe
Um dia alguém me disse...
"Ainda bem que não nos é concedido tudo aquilo que pedimos, porque com o tempo percebemos que o que queremos nem sempre é o melhor para nós no preciso momento em que o pedimos." Até hoje nem sempre recebi o que queria de forma imediata, mas olhando para trás, posso dizer que sempre me aconteceu o que era mais benéfico para mim. Daí que por muitas voltas que possamos dar, chega sempre o dia em que agradecemos por tudo o que nos aconteceu, tal e qual como aconteceu, porque é aí que percebemos como todos os acontecimentos estão interligados na perfeição. E eu agradeço. É por essas e por outras que nunca acreditei em coincidências.
In: http://blackandwhitereality.blogspot.com
In: http://blackandwhitereality.blogspot.com
...
A falta de inspiraçao é assim como que
uma tremenda falta de vontade de fazer
alguma coisa, mas ter de fazer à mesma.
Há pouco pediram-me que escrevesse um
nao sei quê acerca de nao sei quem, que
só por acaso não faço ideia de quem seja,
o que facilita extremamente a tarefa
num momento de desinspiração e vontade
de dormir. Agradeço desde já este pedido
humilde e sincero, que me vai custar um
quilo de desinspiração e 500 gramas de
falta de vontade, sim trata-se de alguma
coisa para uma cozinheira. Almoço...
uma tremenda falta de vontade de fazer
alguma coisa, mas ter de fazer à mesma.
Há pouco pediram-me que escrevesse um
nao sei quê acerca de nao sei quem, que
só por acaso não faço ideia de quem seja,
o que facilita extremamente a tarefa
num momento de desinspiração e vontade
de dormir. Agradeço desde já este pedido
humilde e sincero, que me vai custar um
quilo de desinspiração e 500 gramas de
falta de vontade, sim trata-se de alguma
coisa para uma cozinheira. Almoço...
Pick One
Poucas vezes arrasto a minha vida particular
para este cantinho, talvez hoje o faça, com
uma certa reserva. (So porque hoje nao ha sol.)
É estranho cruzarmo-nos com aquilo que poderia
ter sido o nosso presente, caso nao tivessesmos
seguido outro caminho, ou feito outra escolha.
Apercebemo-nos, por fim, que o presente que
um dia imaginamos pouco provavel, se revela
tal qual desejariamos que fosse... No presente
de uma outra qualquer pessoa... Só porque
no tal passado, menosprezamos, ou talvez
tenhamos dado demasiado valor, a atitudes
completamente despropositadas no passado,
insignificantes no Presente...
para este cantinho, talvez hoje o faça, com
uma certa reserva. (So porque hoje nao ha sol.)
É estranho cruzarmo-nos com aquilo que poderia
ter sido o nosso presente, caso nao tivessesmos
seguido outro caminho, ou feito outra escolha.
Apercebemo-nos, por fim, que o presente que
um dia imaginamos pouco provavel, se revela
tal qual desejariamos que fosse... No presente
de uma outra qualquer pessoa... Só porque
no tal passado, menosprezamos, ou talvez
tenhamos dado demasiado valor, a atitudes
completamente despropositadas no passado,
insignificantes no Presente...
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Era uma vez... Um menino muito pequenino, sentado à janela do seu quarto. Dali via um pequeno riacho, umas escadas, daquelas que já não há, ...
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Às vezes o simples entender do andar do tempo e do desenrolar do seu processo fazia-lhe impressão ao olhar para os que lhe eram de perto......
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Mais uma manhã de chuva, daquelas manhãs que dá vontade de não deixar ir embora porque nos embala num sono em que se fica acordado e se par...