domingo, 11 de maio de 2014

Nunca se perde inteiramente

Quando o mundo se juntava para o derrubar fazia-se rodear das pessoas que lhe seguravam o mundo... Os seus pilares... Enquanto aqueles pilares, os que sempre o sustentaram e sempre o apoiaram e nunca o questionaram, o aguentassem não perdia, não se perdia... Era neles que se tentava segurar, eram eles que lhe diziam calados quem era. E mesmo quando tudo se julgava perdido respirava fundo, perto daquele ou daquela que um dia poderia ir, mas que ainda ficava e ficaria para sempre mesmo que fosse. Era como que se na calma deles encontrasse o próprio equilíbrio, num mundo falso de vaidades e de mentira, de invenções e desilusões. Era o estar aflito e aos poucos ser abalroado por uma calma que lhe dava força para mais um dia. E enquanto assim fosse diz-se que aguentaria uma vida ou duas. Enquanto todos os que o julgavam ter derrubado o achavam, ele recuperava perto daqueles que se não importam de se entregar como derrotados por uma vitória maior. A vitória da amizade, do amor, do que é verdadeiro... E enquanto os outros, aqueles que não sabiam o verdadeiro sentido de poder sossegar abraçado a alguém que só sossegaria depois de o respirar ser possível sem esforço e pesar, julgavam ter ganho mais uma batalha, ele sabia que tinha ganho um bocadinho mais de amor, de esperança, de vida, um bocadinho mais de alegria. E depois, um dia, quando todos o julgassem destruido, todo ele era reconstruído de coisas verdadeiras, de momentos perfeitos, de lágrimas sinceras, de alegria inquestionável. E enquanto assim fosse ele e os outros, os que com ele seguravam mundos e destruíam pesadelos, poderia sonhar todas as noites. Podia sonhar em ser feliz e poderia julgar-se intocável, inteiro. Podia julgar-se "invicto" ele e os que se deixaram perder para poderem ganhar.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Era uma vez... Um menino muito pequenino, sentado à janela do seu quarto. Dali via um pequeno riacho, umas escadas, daquelas que já não há, ...