sábado, 12 de outubro de 2013

Uma questão de tempo

Corriam todos na sua direcção... Parecia que o mundo se queria aproximar dele, decidiu esperar... Vinham de todas as direcções, vinham longe, decidiu esperar, mas ainda estavam todos muito longe, tão longe que ao ao fim de 3 longos dias ainda pareciam estar no mesmo sítio. E ao fim desse tempo, todos pareciam à mesma distância, ou então seria da fome, sede não seria que tinha uma garrafa de água que ia bebendo lentamente, como que a adivinhar que demorariam muito. Continuou à espera, mais tarde ou mais cedo chegariam à beira sua beira e trariam, com certeza, comida, bebida e ofertas várias. No fim de contas ele era o centro do mundo e todos vinham na sua direcção. Ao fim de uns quantos dias, não se sabe bem quantos caiu. Diz-se agora que morreu ao fim de uns 8 dias. Diz quem o conhece que se julgava importante, talvez o centro do mundo e de todas as suas atenções. Morreu sem perceber que as pessoas iam e vinham, na sua rotina habitual e nem deram pela sua presença no centro de um verde parque. Quem o conhecia disse também que mesmo que lhe dissessem que ninguém vinha na sua direcção ele teria continuado à espera porque também se julgava o dono da razão. E assim viveu e assim morreu, sempre dono da razão... E se não fosse a sua razão estar errada, teria vivido com sentido. Os que não o conheciam disseram que quando percebeu que ninguém vinha para si tentou ir para os outros, mas andou às voltas porque não conseguiu perceber quem tinha mais perto e esquecendo-se de que o caminho deve ser sempre em frente, sempre que lhe parecia ter alguém mais perto voltava para trás, para os que pareciam mais perto. E assim morreu, longe dos que teria alcançado se tivesse continuado.

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