E era assim, caminhavam sempre juntos, de mãos dadas,
nada os conseguia separar, dizia-se... A cumplicidade
entre os dois assustava aqueles que lhes chegavam mais
perto, com uma simples troca de olhares descreviam
tudo o que sentiam, e nós, nós por vezes nem com todas
as palavras do mundo conseguíamos descrever o que
sentíamos... Mas não temos de andar sempre de mãos dadas...
O espaço acaba por se tornar importante, e não há espaço
entre duas mãos dadas, talvez um dia se se separarem
não se voltem a juntar, e é talvez esse medo que os
obriga a andarem sempre juntos... E foram felizes...
Teriam sido? Ou será que nunca quiseram muito?!
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
A magia fugiu
E porque há uma altura em que acabamos por descobrir
que a magia, não mais é que a nossa capacidade de
imaginar de forma fantástica o que realmente acontece,
este Natal dei conta que já não é igual e ninguém me
venha dizer que é por causa da crise, porque o afecto
entre as pessoas não e demonstrado de forma tão
efusiva... Não, não tem nada a ver com isso, este ano,
este ano não recebi nem sequer um par de meias, nem um!!
E para aqueles que acham que não chega, acho que também
não recebi boxers, é o fim, o fim de toda a magia.
que a magia, não mais é que a nossa capacidade de
imaginar de forma fantástica o que realmente acontece,
este Natal dei conta que já não é igual e ninguém me
venha dizer que é por causa da crise, porque o afecto
entre as pessoas não e demonstrado de forma tão
efusiva... Não, não tem nada a ver com isso, este ano,
este ano não recebi nem sequer um par de meias, nem um!!
E para aqueles que acham que não chega, acho que também
não recebi boxers, é o fim, o fim de toda a magia.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
A todos vós
"Quando recordamos os Natais passados, normalmente, descobrimos que foram as coisas mais simples e não as ocasioes grandiosas que nos ofereceram o maior brilho de felicidade" Feliz Natal
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Até um dia
Da mesma forma que um recipiente furado vai perdendo o seu conteúdo, eu vou perdendo a capacidade de acreditar… Não o faço com propósito, deliberadamente, mas torna-se inevitável manter a mesma capacidade de acreditar que vai ser diferente. E assim, assim esperemos que antes de perder todo o “conteúdo”, a confiança valha a pena… Se não acontecer, recipientes há muitos, conteúdos, esperemos que voltem a aparecer.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Do dito pelo nao dito
Daqui, do sitio onde nos sentamos a analisar as nossas opçoes, de onde nos sentamos a lamentar ter arriscado tão pouco, aqui sentados, damos conta e ponderamos o que teria sido se tivessemos feito diferente. Aqui sentados... Mas quando as coisas são feitas fora deste lugar seguro parecem muito mais dificeis... E nessa altura sentimos que nem sequer deviamos ter arriscado tanto, sentimos que deviamos ter dito outra coisa... Digo eu.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
terça-feira, 29 de novembro de 2011
E foram os tempos que não passamos juntos
que nos deixam saudade, aqueles que poderiam
ter sido e acabarm por não ser, porque eu
coloquei sempre alguma coisa antes de ti.
E é disso que te queixas e é nisso que eu
insisto. O que não foi nunca poderia ter sido.
Um dia daremo-nos outra oportunidade e
vamos continuar a ser o que nunca fomos.
Não nos podemos queixar de falta de tempo,
ainda temos todas as oportunidades que nao
conseguimos desperdiçar ainda, ainda temos
a vontade que nao nos destruiram ao tentar.
E enquanto a morte brinca de maos dadas
com a vida, podemos fazer toda a batota
que conseguirmos, mas no fim há a certeza
que a morte acaba com tudo o que sonhaste.
que nos deixam saudade, aqueles que poderiam
ter sido e acabarm por não ser, porque eu
coloquei sempre alguma coisa antes de ti.
E é disso que te queixas e é nisso que eu
insisto. O que não foi nunca poderia ter sido.
Um dia daremo-nos outra oportunidade e
vamos continuar a ser o que nunca fomos.
Não nos podemos queixar de falta de tempo,
ainda temos todas as oportunidades que nao
conseguimos desperdiçar ainda, ainda temos
a vontade que nao nos destruiram ao tentar.
E enquanto a morte brinca de maos dadas
com a vida, podemos fazer toda a batota
que conseguirmos, mas no fim há a certeza
que a morte acaba com tudo o que sonhaste.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Os cortes
Ando completamente sem vontade de vir aqui,
com isto dos corte e não sei quê levei um
corte de 50% na criatividade, iniciativa e
inspiração. Se antes as coisas nao ficavam
muito bonitas, agora ainda há-de ser pior.
No fim da crise tento voltar, ou então pode
ser que consiga contornar este corte e fazer
alguma coisa... Até lá!!
com isto dos corte e não sei quê levei um
corte de 50% na criatividade, iniciativa e
inspiração. Se antes as coisas nao ficavam
muito bonitas, agora ainda há-de ser pior.
No fim da crise tento voltar, ou então pode
ser que consiga contornar este corte e fazer
alguma coisa... Até lá!!
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Greve
Fiz greve mais ou menos meia hora, porque nao consegui acordar a tempo.
E só porque ontem foi uma noite extremamente complicada e os copos nao
acabavam. Ninguem entrava em como alcoolico, e o frio nao assustava.
E só porque ontem foi uma noite extremamente complicada e os copos nao
acabavam. Ninguem entrava em como alcoolico, e o frio nao assustava.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Fu*
E eu que já estava mesmo mesmo quase a entrar de fim de semana, às 15:00 diga-se de passagem e fui obrigado a ficar a trabalhar até sei lá quando??!! Fuc*
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Esperamos que o futuro chegasse e nos dissesse
alguma coisa acerca do que seria de nós. Ao que
parece, o futuro chegou e estava à espera que
tivessemos feito alguma coisa por ele. Agora
reparamos que já não há um nós no futuro, porque
desistimos dele. Nada há a fazer por um futuro
perdido num passado coerente e incontornavel.
alguma coisa acerca do que seria de nós. Ao que
parece, o futuro chegou e estava à espera que
tivessemos feito alguma coisa por ele. Agora
reparamos que já não há um nós no futuro, porque
desistimos dele. Nada há a fazer por um futuro
perdido num passado coerente e incontornavel.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Olhas lá para fora e ves que o tempo mudou
o sol já não nos entra pela janela dentro,
as folhas já não dançam ao sabor do vento.
Agora, pelo contrário, a chuva faz-se cair
impiedosamente por essas mesmas folhas que
um dia dançaram felizes ao sol. A força
desta precipitação faz com que caiam mortas
num chão coberto pelas suas semelhantes,
agora é tarde demais para voltar a dançar.
para elas o tempo chegou ao fim e os teus
olhos ficam tristes ao ver este triste fim.
o sol já não nos entra pela janela dentro,
as folhas já não dançam ao sabor do vento.
Agora, pelo contrário, a chuva faz-se cair
impiedosamente por essas mesmas folhas que
um dia dançaram felizes ao sol. A força
desta precipitação faz com que caiam mortas
num chão coberto pelas suas semelhantes,
agora é tarde demais para voltar a dançar.
para elas o tempo chegou ao fim e os teus
olhos ficam tristes ao ver este triste fim.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Sei que tudo ser em vão é triste, mas é.
"Aqui estamos, animados dos mesmos desejos, guiados pela mesma consciencia: que cada um contribua para a fogueira comum com a sua chama pessoal..." Era bonito se assim fosse... Já não é, talvez já tenha sido, não sei. E acaba tudo por ser em vão, porque o que realmente vale a pena arde harmoniosamente.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
GPS
E tu que não sabias por onde ir foste, sem
medo do que se avizinhava desenhaste o teu
caminho por entre mato e pedras e tempestades
e noites assustadoras e caminhos de ninguém.
Os outros que sabiam perderam-se e nao mais
se voltaram a encontrar. Os outros não sabiam,
mas queriam ir atrás dos outros que sabiam.
Perderam-se juntamente com eles e voltaram,
não continuaram a acreditar, descobriram "errar".
É a diferença de quem não segue ninguém, esses,
esses nunca se perdem, porque não sabem para
onde vão e só esses correm o risco de ser felizes.
Eu fui, voltei, voltei a ir e voltei, mas eu tenho GPS.
E ai de mim se não tou a falar mesmo do GPS.
medo do que se avizinhava desenhaste o teu
caminho por entre mato e pedras e tempestades
e noites assustadoras e caminhos de ninguém.
Os outros que sabiam perderam-se e nao mais
se voltaram a encontrar. Os outros não sabiam,
mas queriam ir atrás dos outros que sabiam.
Perderam-se juntamente com eles e voltaram,
não continuaram a acreditar, descobriram "errar".
É a diferença de quem não segue ninguém, esses,
esses nunca se perdem, porque não sabem para
onde vão e só esses correm o risco de ser felizes.
Eu fui, voltei, voltei a ir e voltei, mas eu tenho GPS.
E ai de mim se não tou a falar mesmo do GPS.
Diferente
Julgaste-te diferente. Julgaste não haver ninguem
igual a ti, olhavas à tua volta e pensavas que
não haveria ninguém capaz de te compreender, que
os teus medos eram tão absurdos que não fazia sequer
sentido partilhá-los, mas afinal, afinal esses medos
que dizes sentir, esses absurdos que te têm impedido
de viver como se continuasse a não haver amanhã
(pensamento e filosofia que foram muito teus), são
partilhados, afinal, por aqueles que sempre te foram
exemples de força e caracter. E afinal, o mal dos
outros acaba por te fazer bem e tu acabas por
não ser má pessoa. A culpa não é tua, sossega...
igual a ti, olhavas à tua volta e pensavas que
não haveria ninguém capaz de te compreender, que
os teus medos eram tão absurdos que não fazia sequer
sentido partilhá-los, mas afinal, afinal esses medos
que dizes sentir, esses absurdos que te têm impedido
de viver como se continuasse a não haver amanhã
(pensamento e filosofia que foram muito teus), são
partilhados, afinal, por aqueles que sempre te foram
exemples de força e caracter. E afinal, o mal dos
outros acaba por te fazer bem e tu acabas por
não ser má pessoa. A culpa não é tua, sossega...
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Vida -> Chama
A vida é em tudo parecido com a chama.
Vai crescendo, consome de tudo o que
a rodeia e no fim extingue-se, e é
esquecida. Tal como a vida, vista de
longe é um espectáculo magnifico, vivida
de perto é um caos absoluto. E vale a
pena não esquecer que há sempre uns
quantos que querem acabar tanto com
a chama como com a nossa vida. Igual.
Vai crescendo, consome de tudo o que
a rodeia e no fim extingue-se, e é
esquecida. Tal como a vida, vista de
longe é um espectáculo magnifico, vivida
de perto é um caos absoluto. E vale a
pena não esquecer que há sempre uns
quantos que querem acabar tanto com
a chama como com a nossa vida. Igual.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Passado -> Futuro
Rompi com uma parte do meu passado
e inconscientemente continuo à espera
que ele me apareça no futuro... Estranho
e inconscientemente continuo à espera
que ele me apareça no futuro... Estranho
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Outono
Mais um Outono, ao que parece, acaba de chegar.
E o Verão nada fez para evitar que as folhas
caiam e elas, elas com toda a certeza irão cair.
Nós fomos o Verão, deixamos ao fim, que tudo
caísse. E ao que parece não é um fim do Mundo,
amanhã outro Verão virá e tudo ficará como foi.
E assim sucessivamente. Nada temos de fazer para
que as coisas corram bem, elas simplesmente correm.
E o Verão nada fez para evitar que as folhas
caiam e elas, elas com toda a certeza irão cair.
Nós fomos o Verão, deixamos ao fim, que tudo
caísse. E ao que parece não é um fim do Mundo,
amanhã outro Verão virá e tudo ficará como foi.
E assim sucessivamente. Nada temos de fazer para
que as coisas corram bem, elas simplesmente correm.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
terça-feira, 18 de outubro de 2011
A vaca que secou
"Era uma vez uma vaca, que comia feno e produzia leite.
A vaca era de todos e todos precisavam de organização.
- Quem dá de comer à vaca?
- Eu dou.
- Eu não.
- Quem ordenha a vaca?
- Eu faço.
- Eu vou.
- Eu não.
Mas que grande confusão!
De entre todos, alguns assumiram a responsabilidade de gerir a situação.
Para facilitar a distribuição de tarefas, a vaca foi “dividida”, metade era tratada por uns, outra metade por outros e ficava assim a situação resolvida.
Uns tratavam de arranjar o feno, outros tratavam da ordenha.
Tudo se resolveu, que bem que funcionava este sistema!
Mas pouco a pouco, um facto emergiu, era preciso tanto feno para produzir tão pouco leite, algo que nunca se viu.
Arranjou-se mais feno e mais feno e mais feno mas não vinha nem leite, nem queijo, nem manteiga!
Tanta gente a tratar do feno, porque não havia mais leite, algo que se veja?
Foram então uns perguntar a outros:
- Então? Nós que damos tanto feno, recebemos tão pouco leite, por que razão? – a resposta foi breve
- Não sabemos quando o feno pode acabar, estamos a gerir o leite para o assegurar.
Parecia lógico, bem pensado, uma boa precaução.
Mas algum tempo depois, veio o mau tempo e o feno escasseou.
Preocupados, uns foram ter com outros:
- Não temos mais feno, ainda bem que guardaram algum leite.
- Não há leite guardado – disseram os outros e isto gerou confusão.
- Como podem não ter leite se não nos deram a nossa parte para o caso de um dia não haver feno?
- Que disparate! Sem feno não há leite, palermas. – isto gerou uma grande discussão.
- Onde está o nosso leite?
- O leite é nosso. Sai da nossa metade.
- Mas sem feno não têm leite.
- Exacto, sem feno não têm leite.
- Queremos o que temos direito.
- Tragam feno e nós damo-vos leite.
- Já vos demos tanto feno e vocês não nos deram a nossa parte do leite.
- Querem o que têm direito? Tomem o estrume, já ajuda para o feno.
Uns ficaram sem leite e outros beberam o leite que tinham… até já não ter.O leite acabou. Sem feno, a vaca secou, definhou.
Foi então que com a aflição todos se aperceberam, uma vaca que não dá leite, é uma vaca que dá carne e todos foram a correr para a comer.
Quando só o esqueleto ficou, todos discutiram para perceber o que falhou.
- Foi o feno que faltou.
- Foi o leite que não chegou.
Até que uma voz se ouviu:
“Foi a divisão que não resultou. Uns alimentavam e outros bebiam. Uns descuravam e outros abusavam. Partilhar as metades, partilhar o fardo da alimentação e a alegria da produção, era essa a divisão.”
Que triste conclusão, depois de tanta disputa e porque não souberam partilhar, comeram a vaca do quintal, a vaca de seu nome Portugal.
- Que fazemos agora? – perguntavam com aflição.
outra voz surgiu e indicou:
“Olhem ali, no outro quintal, há outra vaca, e esta não nos vai deixar ficar mal. Esta tem leite de certeza ou não seja ela a vaca global."
Que nunca nos falte a mama, porque mesmo com a teta seca, mamamos até ao tutano.
*Uma lição que não se aprende, é um erro que se repete, agora com licença que se não me apresso comem o meu bife e aqui o palerma é que emagrece."
By: Rafael Videira
A vaca era de todos e todos precisavam de organização.
- Quem dá de comer à vaca?
- Eu dou.
- Eu não.
- Quem ordenha a vaca?
- Eu faço.
- Eu vou.
- Eu não.
Mas que grande confusão!
De entre todos, alguns assumiram a responsabilidade de gerir a situação.
Para facilitar a distribuição de tarefas, a vaca foi “dividida”, metade era tratada por uns, outra metade por outros e ficava assim a situação resolvida.
Uns tratavam de arranjar o feno, outros tratavam da ordenha.
Tudo se resolveu, que bem que funcionava este sistema!
Mas pouco a pouco, um facto emergiu, era preciso tanto feno para produzir tão pouco leite, algo que nunca se viu.
Arranjou-se mais feno e mais feno e mais feno mas não vinha nem leite, nem queijo, nem manteiga!
Tanta gente a tratar do feno, porque não havia mais leite, algo que se veja?
Foram então uns perguntar a outros:
- Então? Nós que damos tanto feno, recebemos tão pouco leite, por que razão? – a resposta foi breve
- Não sabemos quando o feno pode acabar, estamos a gerir o leite para o assegurar.
Parecia lógico, bem pensado, uma boa precaução.
Mas algum tempo depois, veio o mau tempo e o feno escasseou.
Preocupados, uns foram ter com outros:
- Não temos mais feno, ainda bem que guardaram algum leite.
- Não há leite guardado – disseram os outros e isto gerou confusão.
- Como podem não ter leite se não nos deram a nossa parte para o caso de um dia não haver feno?
- Que disparate! Sem feno não há leite, palermas. – isto gerou uma grande discussão.
- Onde está o nosso leite?
- O leite é nosso. Sai da nossa metade.
- Mas sem feno não têm leite.
- Exacto, sem feno não têm leite.
- Queremos o que temos direito.
- Tragam feno e nós damo-vos leite.
- Já vos demos tanto feno e vocês não nos deram a nossa parte do leite.
- Querem o que têm direito? Tomem o estrume, já ajuda para o feno.
Uns ficaram sem leite e outros beberam o leite que tinham… até já não ter.O leite acabou. Sem feno, a vaca secou, definhou.
Foi então que com a aflição todos se aperceberam, uma vaca que não dá leite, é uma vaca que dá carne e todos foram a correr para a comer.
Quando só o esqueleto ficou, todos discutiram para perceber o que falhou.
- Foi o feno que faltou.
- Foi o leite que não chegou.
Até que uma voz se ouviu:
“Foi a divisão que não resultou. Uns alimentavam e outros bebiam. Uns descuravam e outros abusavam. Partilhar as metades, partilhar o fardo da alimentação e a alegria da produção, era essa a divisão.”
Que triste conclusão, depois de tanta disputa e porque não souberam partilhar, comeram a vaca do quintal, a vaca de seu nome Portugal.
- Que fazemos agora? – perguntavam com aflição.
outra voz surgiu e indicou:
“Olhem ali, no outro quintal, há outra vaca, e esta não nos vai deixar ficar mal. Esta tem leite de certeza ou não seja ela a vaca global."
Que nunca nos falte a mama, porque mesmo com a teta seca, mamamos até ao tutano.
*Uma lição que não se aprende, é um erro que se repete, agora com licença que se não me apresso comem o meu bife e aqui o palerma é que emagrece."
By: Rafael Videira
Carta aberta
"A quem possa interessar,
Venho por este meio pedir desculpa a todos aqueles que magoei. Gostava que soubessem que nunca o pretendi, embora saiba que o fiz vezes e vezes sem conta. Cada uma das marcas deixadas pelas agulhas recordam-me da dor que provoquei num de vocês. Por tudo isso, desculpem.
Não sei se acreditarão em mim, mas queria dizer-vos que não fui eu que escolhi esta vida. Foi sim esta vida que me escolheu. Sei que parece uma desculpa esfarrapada, uma invenção pobre para me demitir da minha responsabilidade, mas não é isso… Por favor, acreditem que não é isso!
Eu quis parar várias vezes, mas nunca soube como o fazer. Fui obrigado a continuar com este estilo de vida que só me traz dor e culpa. Por vezes, olho para trás e ponho-me a remoer no passado, na tentativa de perceber como e quando é que tudo isto começou. Só que não chego a nenhuma conclusão. Não sei o que me trouxe até aqui.
Mas também não interessa. Agora já não interessa. Saber que prejudiquei a vida de muitas pessoas gera-me um sentimento de culpa insuportável. Acho que a única forma de terminar com todo o sofrimento que tenho causado é mesmo acabar com a minha própria vida. E se ainda não o fiz, se ainda não me suicidei, é porque sei que esse acto desesperado iria também destruir a vida de alguém.
Uma vez mais, desculpem. Desculpem tudo o que vos fiz.
Ass: Ogou Danbala Tawoyo – Boneco de Voodoo"
Amílcar Monteiro
Venho por este meio pedir desculpa a todos aqueles que magoei. Gostava que soubessem que nunca o pretendi, embora saiba que o fiz vezes e vezes sem conta. Cada uma das marcas deixadas pelas agulhas recordam-me da dor que provoquei num de vocês. Por tudo isso, desculpem.
Não sei se acreditarão em mim, mas queria dizer-vos que não fui eu que escolhi esta vida. Foi sim esta vida que me escolheu. Sei que parece uma desculpa esfarrapada, uma invenção pobre para me demitir da minha responsabilidade, mas não é isso… Por favor, acreditem que não é isso!
Eu quis parar várias vezes, mas nunca soube como o fazer. Fui obrigado a continuar com este estilo de vida que só me traz dor e culpa. Por vezes, olho para trás e ponho-me a remoer no passado, na tentativa de perceber como e quando é que tudo isto começou. Só que não chego a nenhuma conclusão. Não sei o que me trouxe até aqui.
Mas também não interessa. Agora já não interessa. Saber que prejudiquei a vida de muitas pessoas gera-me um sentimento de culpa insuportável. Acho que a única forma de terminar com todo o sofrimento que tenho causado é mesmo acabar com a minha própria vida. E se ainda não o fiz, se ainda não me suicidei, é porque sei que esse acto desesperado iria também destruir a vida de alguém.
Uma vez mais, desculpem. Desculpem tudo o que vos fiz.
Ass: Ogou Danbala Tawoyo – Boneco de Voodoo"
Amílcar Monteiro
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Uma história
Uma história muitas vezes acaba por encontrar o contador certo. E a qualidade dela depende muito de como te lembras dela.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Para ti
Uma miuda sobe para cima do balcao,
a pensar ser a miuda mais gira do bar.
Mas afinal daqui a nada apercebe-se
de que não passas de mais uma miuda a dançar
sozinha para uma plateia já acompanhada.
Parece ser o inevitavel, mas eu sei
que tambem te apanha sempre de surpresa.
E um dia a história vai encontrar um
contador e seremos o que nunca fomos.
Felizes?!
a pensar ser a miuda mais gira do bar.
Mas afinal daqui a nada apercebe-se
de que não passas de mais uma miuda a dançar
sozinha para uma plateia já acompanhada.
Parece ser o inevitavel, mas eu sei
que tambem te apanha sempre de surpresa.
E um dia a história vai encontrar um
contador e seremos o que nunca fomos.
Felizes?!
Às vezes
Às vezes dá-me uma certa vontade de mudar tudo,
mudar o pouco que tenho como certo e arriscar
e arriscar o tudo que poderia vir a ser. Só me
falta um bocadinho de coragem. Um dia, um dia
quem sabe, largo tudo e desapareço do mundo como
o conheço e apareço num mundo completamente novo
livre de gente que já não me diz nada, com alguém,
espero que eu, que me diga alguma coisa e tenha a
mesma disposição que eu. "fugir"!!! E depois, depois
voltar que isto aqui apesar de cançar é uma loucura.
E por falar em loucura procuro o dono de uma mala de
cd's e de 1 casaco que me apareceu no carro no passado
Sábado à noite. Ao que parece eu nao tava muito bem,
mas parece que havia alguém bem pior que eu!!
mudar o pouco que tenho como certo e arriscar
e arriscar o tudo que poderia vir a ser. Só me
falta um bocadinho de coragem. Um dia, um dia
quem sabe, largo tudo e desapareço do mundo como
o conheço e apareço num mundo completamente novo
livre de gente que já não me diz nada, com alguém,
espero que eu, que me diga alguma coisa e tenha a
mesma disposição que eu. "fugir"!!! E depois, depois
voltar que isto aqui apesar de cançar é uma loucura.
E por falar em loucura procuro o dono de uma mala de
cd's e de 1 casaco que me apareceu no carro no passado
Sábado à noite. Ao que parece eu nao tava muito bem,
mas parece que havia alguém bem pior que eu!!
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
A mudança
Isto qui vai mudar. E vai mudar porque está a
ficar muito "escuro". E dizem-me que o que
escrevemos reflecte aquilo que sentimos. E eu,
que até me sinto bem, não quero ser apontado
na rua como o menino que anda todo negrinho
por dentro. E chateiam-me aquelas pessoas de
mau humor logo de manhã. E ao fim do dia e
durante o resto do dia, entediantes pah.
ficar muito "escuro". E dizem-me que o que
escrevemos reflecte aquilo que sentimos. E eu,
que até me sinto bem, não quero ser apontado
na rua como o menino que anda todo negrinho
por dentro. E chateiam-me aquelas pessoas de
mau humor logo de manhã. E ao fim do dia e
durante o resto do dia, entediantes pah.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Da gaveta...
Ali estavas tu, alheia ao mundo, alheia a mim, lá fora chovia torrencialmente, o caos acabara de se instalar nas ruas do Porto, no bar onde nos encontramos (e acabaria por ditar o nosso desencontro) a fumo instalara-se há muito, as portas estavam todas fechadas, inalavas o fumo que tanto odiavas, enquanto te "distanciavas"
de mim, eu aproximava-me do teu objectivo, e por ali fiquei a beber copos com aqueles que se me nao alheiam enquanto o mundo cá fora parecia castigar todos os que andavam na rua. E eu, eu que entrei alheio ao resto não te consegui ignorar e fui-te observando de longe. Por ali ficaste, como se eu ali não estivesse, como se a minha presença te não fizesse qualquer diferença, continuavas alegre com aqueles que te rodeavam, praticamente não te ouviam, bem o sei, mas tu tens esse charme, que para mim se tornou insignificante à beira daquilo que consegues ser, as pessoas ficam so para olhar para ti. Não sei se me ignoraste a noite inteira, nao sei se só me viste ao sair. Ao fim da noite, quando nos aproximavamos do caos que se fazia sentir lá fora, esboçaste-me um sorriso, esse teu sorriso que apesar de bonito, eu já o conhecia como sendo de "desprezo", sim eu conheço os teus truques. E foi nessa noite tenebrosa que me deste a força que eu precisava para te "esquecer". Tive o cuidado de guardar todos os nossos bons momentos, o que de bom ficou, o que de bem me fizeste, apenas apaguei o que nós poderiamos ter sido e exclui para sempre a hipotese de esse nós vir a ser possivel. Porque o deixamos de ser nessa noite. E agora vejo-te alheia ao mundo e o mundo atento a ti e tu já te não dás ao trabalho de falar, apenas espera que eu te "veja", que te procure por aquilo que tens para dizer. Afinal essa noite não passou do teu jogo, não querias realmente ter-me ignorado, contaste-me alguns dias depois, eu sei, mas a minha decisão dessa noite manteve-se, não podia jogar mais, talvez tenhamos jogado tempo demais. Fiz-te alheia a mim e juntei-te à multidão que te rodeava, fiz de ti só mais uma e agora aí estás tu, a construir um nós que já há muito. E parece que o "apaguei o nós para sempre" se tornou pequeno para aquilo de que somos capazes e o para sempre acabou por ser um
"agora"´... Voltas e voltas e voltas...
de mim, eu aproximava-me do teu objectivo, e por ali fiquei a beber copos com aqueles que se me nao alheiam enquanto o mundo cá fora parecia castigar todos os que andavam na rua. E eu, eu que entrei alheio ao resto não te consegui ignorar e fui-te observando de longe. Por ali ficaste, como se eu ali não estivesse, como se a minha presença te não fizesse qualquer diferença, continuavas alegre com aqueles que te rodeavam, praticamente não te ouviam, bem o sei, mas tu tens esse charme, que para mim se tornou insignificante à beira daquilo que consegues ser, as pessoas ficam so para olhar para ti. Não sei se me ignoraste a noite inteira, nao sei se só me viste ao sair. Ao fim da noite, quando nos aproximavamos do caos que se fazia sentir lá fora, esboçaste-me um sorriso, esse teu sorriso que apesar de bonito, eu já o conhecia como sendo de "desprezo", sim eu conheço os teus truques. E foi nessa noite tenebrosa que me deste a força que eu precisava para te "esquecer". Tive o cuidado de guardar todos os nossos bons momentos, o que de bom ficou, o que de bem me fizeste, apenas apaguei o que nós poderiamos ter sido e exclui para sempre a hipotese de esse nós vir a ser possivel. Porque o deixamos de ser nessa noite. E agora vejo-te alheia ao mundo e o mundo atento a ti e tu já te não dás ao trabalho de falar, apenas espera que eu te "veja", que te procure por aquilo que tens para dizer. Afinal essa noite não passou do teu jogo, não querias realmente ter-me ignorado, contaste-me alguns dias depois, eu sei, mas a minha decisão dessa noite manteve-se, não podia jogar mais, talvez tenhamos jogado tempo demais. Fiz-te alheia a mim e juntei-te à multidão que te rodeava, fiz de ti só mais uma e agora aí estás tu, a construir um nós que já há muito. E parece que o "apaguei o nós para sempre" se tornou pequeno para aquilo de que somos capazes e o para sempre acabou por ser um
"agora"´... Voltas e voltas e voltas...
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Ensaio
Imaginem-se algures numa urgencia de um hospital. Pois bem, aí começa a história do Gonçalo, que acabara de levar a sua esposa por se ter sentido indisposta durante o jantar. Consciente ainda, Rita, a esposa ia dizendo a Gonçalo que provavelmente teria sido de nunca ter ido a um restaurante indiano.
Gonçalo, arquitecto em Coimbra (ainda não tinhamos mencionado a profissão), conhecera Rita quando estudou no Porto, já lá vão 16 anos e 2 filhos em comum.
Conversavam enquanto aguardavam a chamada do médico, que após algumas horas chama. Rita entrou, Gonçalo decidiu esperar, Rita não apresentava sinais de preocupação e ele sempre soube que Rita prezava a sua "privacidade".
Ao fim de umas quantas horas o médico sai e pergunta pelo marido de Rita, que por sua vez ja se sentia incomodado com tanta demora.
Dr: - Sr. Gonçalo, eu sei que aparentemente a sua esposa se encontrava bem, mas no fim de alguns exames de despiste detectamos um problema grave, o que nos levou a operá-la de imediato.
Gonçalo: - Mas doutor, a minha esposa não há muito tempo fez exames e nada apontava para qualquer problema, o que aconteceu?
- Detectamos que a sua esposa tinha um problema de coração, uma insuficiência, o que provoucou este problema durante o jantar.
- Mas ela vai ficar bem não vai? Ainda há pouco falavamos e pensamos que poderia ter sido de nunca ter comido num restaurante indiano. (Um pormenor que não foi mencionado à equipa médica que atendeu. Rita quando entrou perdeu de imediato os sentidos)
- Um restaurante indiano diz você... Eu vou voltar ao bloco a ver como estao a correr as coisas, já volto com mais noticias.
- Sr. Doutor, por favor, veja o que pode fazer, eu so sei viver com ela, tudo o que sou, sou com ela, sem ela não sou nada.
O médico entra para o bloco e depara-se com a equipa em verdadeiro alvoroço. Rita não resistiu à operação delicada. Nada a faria voltar à vida, estava morta, o seu fim chegara. Ditado talvez por um enorme erro, quem sabe.
- Sr. Gonçalo, nunca há uma forma fácil de explicar o que acontece ali dentro, Rita não sobreviveu, fizemos tudo o que estava dentro das nossas capacidades, mas ela estava muito debilitada.
Gonçalo em pânico:
- Mas como não resistiu??!! Ela nunca teve nenhum problema, voces erraram, voces mataram-na!!!
Era uma reacçao já esperada, o médico ignorou as palavraas de Gonçalo e o resto da equipa acalmou-o. Feita a autópsia descobrem que aquela momentanea insuficiencia se devia, de facto, ao jantar.
Gonçalo que decidira ficar cá fora não acompanhou Rita que caíra inconsciente longe de si, a equipa médica não sabendo daquele importante pormenor, nao fez um bom diagnostico, o que levou a paciente à morte. Gonçalo inconsolavel nao se iria conseguir perdoar, nem perdoar ninguem (descobrira com uma consequencia terrivel que os pequenos pormenores, as pequenas escolhas por vezes ditam o destino, o fim). Só o simples facto de tratarem Rita por paciente lhe dava vontade de os matar a todos, parecia que lhe tirava a identidade, logo a ela que ele pensava conhecer tao bem.
Depois do funeral de Rita, depois do desespero, da falta de esperança, do aparente fim de tudo Gonçalo volta ao hospital, mas desta vez consigo levava uma certeza, desta vez quem morreria nao seria mais um paciente, mas sim o "assassino" desse paciente...
Gonçalo entra doido no hospital, nada nem ninguem o conseguiu impedir de chegar ao gabinete do médico (já é hora de lhe dar um nome, Dr. Luis Cunha), ao chegar aponta-lhe uma arma, enquanto um paciente se faz fugir pela porta em panico, e diz-lhe:
- O Sr. matou a minha esposa, não merece trabalhar aqui, nao merece lidar com a vida das outras pessoas, alias nem sequer merece a vida depois de ter morto a minha esposa.
- Calma, eu percebo toda a sua dor, todo o seu desespero, mas eu so fiz o que tinha a fazer, alias toda a equipa que acompanhou a sua esposa concordou que o melhor a fazer era operar.
- Cale-se, a unica coisa que me da a entender é que todos deviam morrer.
- Sr. Gonçalo, pense bem, nem tudo está perdido, o senhor ainda... (foi brutalmente interrompido por 3 disparos que se fizeram ecoar por todo o hospital, este som gélido chegou a todas as salas, a todos os cantos a todo o lado).
A primeira pessoa a ocorrer ao local foi a enfermeira Maria, uma mulher linda, que entrou sem qualquer expressao, estava aparentemente em choque, afinal era o seu marido que se encontrava imobilizado no chao rodeado por uma poça de sangue.
- Mas mas, o que é que voce acabou de fazer?
- Vim fazer justiça, este homem não merecia ter uma vida nas mãos.
- O senhor nao percebe pois nao? Grande parte da culpa foi sua, a operaçao demorou horas e o senhor nao fez nada para nos alertar do que se tinha sucedido, a culpa é sua!!
Maria aproxima-se do marido, deita-se no chão agarrada a ele e chora, chora... Gonçalo que nao queria viver com a culpa dessa sua falha naquela fatidica noite, no fundo sabia que a sua escolha em nao intervir ditara a morte de Rita. Alem dessa dor agora tinha tambem uma morte em maos, mas esta morte nao se deveu a tentar salvar alguem, como fizera o Doutor, pelo contrario esta morte foi um acto de egoismo, a unica coisa que queria era culpar alguem da morte indirecta que provocou e agora tinha duas mortes em maos.
Gonçalo nao sabia o que fazer, sabia que a policia nao tardaria a chegar, nao conseguia suportar a ideia de ter sido o maior culpado na morte da sua esposa e o facto de ver agora ali Maria em desespero agravava a sua dor, decide suicidar-se.
Gonçalo percebera pouco tempo antes de ditar o seu fim que ditara o fim naquele fatidico dia na urgencia, quando nao apoiou a sua amada esposa e a unica coisa que procurava era um culpado para o seu erro, nao o encontrou fora, encontrou-o dentro, dentro de si e sim, vingou-se, vingou-se e matou-o, matou-se.
O que Gonçalo não sabia era que Rita já há um ano e qualquer coisa andava envolvida com outro homem. Não devemos nunca menosprezar o poder da ignorancia. Se Gonçalo soubesse nada disto teria acontecido, estariam todos vivos ainda. De qualquer forma, não cabe a ninguem, a nenhum de nos ditar o fim, resta-nos viver com o fim e com o inicio, resta-nos nao ser culpados do nosso fim, culpados do fim dos outros.
Gonçalo, arquitecto em Coimbra (ainda não tinhamos mencionado a profissão), conhecera Rita quando estudou no Porto, já lá vão 16 anos e 2 filhos em comum.
Conversavam enquanto aguardavam a chamada do médico, que após algumas horas chama. Rita entrou, Gonçalo decidiu esperar, Rita não apresentava sinais de preocupação e ele sempre soube que Rita prezava a sua "privacidade".
Ao fim de umas quantas horas o médico sai e pergunta pelo marido de Rita, que por sua vez ja se sentia incomodado com tanta demora.
Dr: - Sr. Gonçalo, eu sei que aparentemente a sua esposa se encontrava bem, mas no fim de alguns exames de despiste detectamos um problema grave, o que nos levou a operá-la de imediato.
Gonçalo: - Mas doutor, a minha esposa não há muito tempo fez exames e nada apontava para qualquer problema, o que aconteceu?
- Detectamos que a sua esposa tinha um problema de coração, uma insuficiência, o que provoucou este problema durante o jantar.
- Mas ela vai ficar bem não vai? Ainda há pouco falavamos e pensamos que poderia ter sido de nunca ter comido num restaurante indiano. (Um pormenor que não foi mencionado à equipa médica que atendeu. Rita quando entrou perdeu de imediato os sentidos)
- Um restaurante indiano diz você... Eu vou voltar ao bloco a ver como estao a correr as coisas, já volto com mais noticias.
- Sr. Doutor, por favor, veja o que pode fazer, eu so sei viver com ela, tudo o que sou, sou com ela, sem ela não sou nada.
O médico entra para o bloco e depara-se com a equipa em verdadeiro alvoroço. Rita não resistiu à operação delicada. Nada a faria voltar à vida, estava morta, o seu fim chegara. Ditado talvez por um enorme erro, quem sabe.
- Sr. Gonçalo, nunca há uma forma fácil de explicar o que acontece ali dentro, Rita não sobreviveu, fizemos tudo o que estava dentro das nossas capacidades, mas ela estava muito debilitada.
Gonçalo em pânico:
- Mas como não resistiu??!! Ela nunca teve nenhum problema, voces erraram, voces mataram-na!!!
Era uma reacçao já esperada, o médico ignorou as palavraas de Gonçalo e o resto da equipa acalmou-o. Feita a autópsia descobrem que aquela momentanea insuficiencia se devia, de facto, ao jantar.
Gonçalo que decidira ficar cá fora não acompanhou Rita que caíra inconsciente longe de si, a equipa médica não sabendo daquele importante pormenor, nao fez um bom diagnostico, o que levou a paciente à morte. Gonçalo inconsolavel nao se iria conseguir perdoar, nem perdoar ninguem (descobrira com uma consequencia terrivel que os pequenos pormenores, as pequenas escolhas por vezes ditam o destino, o fim). Só o simples facto de tratarem Rita por paciente lhe dava vontade de os matar a todos, parecia que lhe tirava a identidade, logo a ela que ele pensava conhecer tao bem.
Depois do funeral de Rita, depois do desespero, da falta de esperança, do aparente fim de tudo Gonçalo volta ao hospital, mas desta vez consigo levava uma certeza, desta vez quem morreria nao seria mais um paciente, mas sim o "assassino" desse paciente...
Gonçalo entra doido no hospital, nada nem ninguem o conseguiu impedir de chegar ao gabinete do médico (já é hora de lhe dar um nome, Dr. Luis Cunha), ao chegar aponta-lhe uma arma, enquanto um paciente se faz fugir pela porta em panico, e diz-lhe:
- O Sr. matou a minha esposa, não merece trabalhar aqui, nao merece lidar com a vida das outras pessoas, alias nem sequer merece a vida depois de ter morto a minha esposa.
- Calma, eu percebo toda a sua dor, todo o seu desespero, mas eu so fiz o que tinha a fazer, alias toda a equipa que acompanhou a sua esposa concordou que o melhor a fazer era operar.
- Cale-se, a unica coisa que me da a entender é que todos deviam morrer.
- Sr. Gonçalo, pense bem, nem tudo está perdido, o senhor ainda... (foi brutalmente interrompido por 3 disparos que se fizeram ecoar por todo o hospital, este som gélido chegou a todas as salas, a todos os cantos a todo o lado).
A primeira pessoa a ocorrer ao local foi a enfermeira Maria, uma mulher linda, que entrou sem qualquer expressao, estava aparentemente em choque, afinal era o seu marido que se encontrava imobilizado no chao rodeado por uma poça de sangue.
- Mas mas, o que é que voce acabou de fazer?
- Vim fazer justiça, este homem não merecia ter uma vida nas mãos.
- O senhor nao percebe pois nao? Grande parte da culpa foi sua, a operaçao demorou horas e o senhor nao fez nada para nos alertar do que se tinha sucedido, a culpa é sua!!
Maria aproxima-se do marido, deita-se no chão agarrada a ele e chora, chora... Gonçalo que nao queria viver com a culpa dessa sua falha naquela fatidica noite, no fundo sabia que a sua escolha em nao intervir ditara a morte de Rita. Alem dessa dor agora tinha tambem uma morte em maos, mas esta morte nao se deveu a tentar salvar alguem, como fizera o Doutor, pelo contrario esta morte foi um acto de egoismo, a unica coisa que queria era culpar alguem da morte indirecta que provocou e agora tinha duas mortes em maos.
Gonçalo nao sabia o que fazer, sabia que a policia nao tardaria a chegar, nao conseguia suportar a ideia de ter sido o maior culpado na morte da sua esposa e o facto de ver agora ali Maria em desespero agravava a sua dor, decide suicidar-se.
Gonçalo percebera pouco tempo antes de ditar o seu fim que ditara o fim naquele fatidico dia na urgencia, quando nao apoiou a sua amada esposa e a unica coisa que procurava era um culpado para o seu erro, nao o encontrou fora, encontrou-o dentro, dentro de si e sim, vingou-se, vingou-se e matou-o, matou-se.
O que Gonçalo não sabia era que Rita já há um ano e qualquer coisa andava envolvida com outro homem. Não devemos nunca menosprezar o poder da ignorancia. Se Gonçalo soubesse nada disto teria acontecido, estariam todos vivos ainda. De qualquer forma, não cabe a ninguem, a nenhum de nos ditar o fim, resta-nos viver com o fim e com o inicio, resta-nos nao ser culpados do nosso fim, culpados do fim dos outros.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Morreu, coitado
E sem que nada o fizesse adivinhar morreu.
Apanhou toda a gente de surpresa, até a
própria morte, que almoçava descontraidamente
com ele. Apanhou-a de tal forma distraida
que, enquanto o seu corpo lutava inutilmente
contra a morte não anunciada, teve tempo
para pensar em tudo o que não fez. Não fosse
o facto de estar "inconsciente", teria escrito
uma carta a pedir desculpa e a fazer promessas
do que nunca iria ser feito. Mas no fundo, não
era mentira, de facto, não eram mais do que os
seus sonhos, agora inalcançaveis. Morreu, coitado
e mais coitado ainda porque achou que tinha
tempo. Constatou, enquanto a morte o agonizava
e pedia a conta, (sim porque quem morre não deixa
dividas e a morte bem o sabia, até porque nunca
é seu hábito pagar o que quer que seja) que nada
de bom deixara neste mundo, constatou que de
todos os dias em que viveu em nada contribuiu
para que alguma coisa neste mundo e só neste
fosse melhor. Lembrou-se que até o crescimento
dos próprios filhos, com boa reputação lá na
vizinhança, não acompanhou nem com nada contribuiu.
Um pequeno miseravel, que viveu como quem já morreu.
Reparou que todos os dias acordou como quem adormece.
E até à inesperada morte pensava ser feliz.
ah!! Se a morte viesse mais rápido morria feliz.
Apanhou toda a gente de surpresa, até a
própria morte, que almoçava descontraidamente
com ele. Apanhou-a de tal forma distraida
que, enquanto o seu corpo lutava inutilmente
contra a morte não anunciada, teve tempo
para pensar em tudo o que não fez. Não fosse
o facto de estar "inconsciente", teria escrito
uma carta a pedir desculpa e a fazer promessas
do que nunca iria ser feito. Mas no fundo, não
era mentira, de facto, não eram mais do que os
seus sonhos, agora inalcançaveis. Morreu, coitado
e mais coitado ainda porque achou que tinha
tempo. Constatou, enquanto a morte o agonizava
e pedia a conta, (sim porque quem morre não deixa
dividas e a morte bem o sabia, até porque nunca
é seu hábito pagar o que quer que seja) que nada
de bom deixara neste mundo, constatou que de
todos os dias em que viveu em nada contribuiu
para que alguma coisa neste mundo e só neste
fosse melhor. Lembrou-se que até o crescimento
dos próprios filhos, com boa reputação lá na
vizinhança, não acompanhou nem com nada contribuiu.
Um pequeno miseravel, que viveu como quem já morreu.
Reparou que todos os dias acordou como quem adormece.
E até à inesperada morte pensava ser feliz.
ah!! Se a morte viesse mais rápido morria feliz.
De repente
E se de repente te desses conta de que não vives
como deverias viver, como a vida realmente merece
ser vivida. Se desses conta de que a maioria dos
dias te levantas sem esperança que algo de bom se
venha a revelar. E se tudo o que fazes não passe
já de um gesto robotizado, rotineiro que vais
repetindo e repetindo num ciclo monótono e sem
qualquer interesse, porque te esqueceste que já
há muito tempo atrás começaste a controlar todos
os teus actos, deixaste de ser espontaneo, não
foste mais tu, porque quiseste ser um outro que
não querias ser e foste. E se hoje voltasses a
ser tu novamente, será que as pessoas se esqueciam
do outro que foste durante tanto tempo? Será?
como deverias viver, como a vida realmente merece
ser vivida. Se desses conta de que a maioria dos
dias te levantas sem esperança que algo de bom se
venha a revelar. E se tudo o que fazes não passe
já de um gesto robotizado, rotineiro que vais
repetindo e repetindo num ciclo monótono e sem
qualquer interesse, porque te esqueceste que já
há muito tempo atrás começaste a controlar todos
os teus actos, deixaste de ser espontaneo, não
foste mais tu, porque quiseste ser um outro que
não querias ser e foste. E se hoje voltasses a
ser tu novamente, será que as pessoas se esqueciam
do outro que foste durante tanto tempo? Será?
Não é grave
Já tentei, não poucas vezes, tentar perceber quem
sou, é obvio que me continuo a interrogar e cada
vez me perco mais a tentar perceber. E decido,
finalmente desistir de tentar perceber o que ando
por cá a fazer e com que objectivo. O tempo com
certeza me chegará com essa certeza e aí já nao
terei de me interrogar. Agora o que realmente me
preocupa é que não percebo porcaria nenhuma de
cozinha, a nao ser que fica no piso de baixo e que
é a porta ao fundo do corredor e vou ter de fazer
o jantar para umas 15 pessoas. Uma aposta bem
pensada da minha parte. Portanto, hoje à tarde
vou ali ao pingo doce buscar umas pizzas congeladas.
sou, é obvio que me continuo a interrogar e cada
vez me perco mais a tentar perceber. E decido,
finalmente desistir de tentar perceber o que ando
por cá a fazer e com que objectivo. O tempo com
certeza me chegará com essa certeza e aí já nao
terei de me interrogar. Agora o que realmente me
preocupa é que não percebo porcaria nenhuma de
cozinha, a nao ser que fica no piso de baixo e que
é a porta ao fundo do corredor e vou ter de fazer
o jantar para umas 15 pessoas. Uma aposta bem
pensada da minha parte. Portanto, hoje à tarde
vou ali ao pingo doce buscar umas pizzas congeladas.
A casa dos segredos
E acabou a crise... Agora é só ver a vidinha
daqueles moços que estão presos numa casa...
É uma estranha sensação presa de liberdade!!
daqueles moços que estão presos numa casa...
É uma estranha sensação presa de liberdade!!
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
23 de Setembro de 2011
"10ª Edição - Back To School
BILHETES JÁ À VENDA EM TICKETLINE.PT e postos aderentes|
Sendo o 10º aniversário, e por ser 10 um número bastante importante, esta décima edição do Back To School não poderia ser menos do que o que será!
Começando por diversas apresentações artísticas desde Ballet, passando pelas bandas de Rock recentemente formadas e pelos workshops de dança e culminando num conjunto de representações teatrais e musicais, as tardes do Festival vão mostrar o melhor que a cultura marcoense tem para oferecer!
Quando a noite cair, não vão ser as estrelas celestes as que mais brilharão, nos dias 23 e 24 de Setembro, no palco principal do Back To School ‘11.
Pela primeira vez no nosso concelho e na região, o festival contará com a presença da já mais que consagrada banda LINDA MARTINI e dos gloriosos TARA PERDIDA.
Como Back To School que se preze dá relevo às do bandas do Marco que, cada dia que passa, se mostram dignas de um público mais e mais fascinado, o festival terá a honra de apresentar o último concerto de uma das maiores bandas marcoenses, os fenomenais Moch of Doom; de, com orgulho, revelar um promissor regresso dos talentosos Lhabya; receber os formidáveis finalistas do concurso de bandas organizado pela Fábrica do Som, os incomparáveis Varsóvia; revelar bandas que se mostram cada vês mais brilhantes ao traçar um futuro forte e consistente, como os The Room, Blinded, Wareater, The Rockets e Camarata 3; e, pela primeira vez, apresentar ao público duas bandas que, certamente, orgulharão esta nossa terra, o Marco de Canaveses - os 269 e Blossom e ficarão para sempre na história da 10ª edição do festival!
Eis o cartaz:
Dia 23/09 - Sexta-Feira:
Linda Martini
Varsóvia
The Room
The Rockets
Camarata 3
Blossom
Dia 24/09 - Sábado:
Tara Perdida
Moch of Doom
Lhabya
Blinded
Wareater
269
As portas abrir-se-ão pelas 17h00 e encerrarão pelas 2h30.
O festival contará com a presença de restaurantes e bares bem conhecidos do público marcoense!
Contém com afters onde presenciarão Dj’s de nome regional que saberão colocar um ponto de exclamação nas duas melhores noites do ano!
Como a solidariedade é um acto a preservar e defender, uma percentagem significativa dos lucros reverterão a favor da Animarco e da Liga Portuguesa Contra o Cancro!
Brevemente será anunciado o site do festival onde poderão consultar mais informações relativas à venda de bilhetes e respectivos preços.
(...)"
Eu posso...
A ti que não tens comparação, a ti que transformas
o simples no mais complexo emaranhado de ideias,
a ti que vives no teu mundo e adoras visitar o
meu, quanto mais nao for para que eu te chame
a atenção para o que não queres ver, a ti que vais
e vens sem querer ficar, sem querer partir, a ti
que vagueias por um sem fim de caminhos cruzados
e encontras sempre o caminho para mim, a ti, a ti
desejo que tudo seja perfeito, só para ver se
acalmas um bocadinho e deixas de buscar tao
incessantemente aquilo que te fartas de encontrar
de cada vez que vais e vens, de cada vez que
esperas. E lembra-te, eu nao preciso procurar, so
preciso esperar que me voltes a encontrare enquanto
isso por aqui fico, tranquilo, sem medo das minhas
más escolhas, com um certo receito daquelas que
poderao ser as tuas más escolhas, mas fico...
o simples no mais complexo emaranhado de ideias,
a ti que vives no teu mundo e adoras visitar o
meu, quanto mais nao for para que eu te chame
a atenção para o que não queres ver, a ti que vais
e vens sem querer ficar, sem querer partir, a ti
que vagueias por um sem fim de caminhos cruzados
e encontras sempre o caminho para mim, a ti, a ti
desejo que tudo seja perfeito, só para ver se
acalmas um bocadinho e deixas de buscar tao
incessantemente aquilo que te fartas de encontrar
de cada vez que vais e vens, de cada vez que
esperas. E lembra-te, eu nao preciso procurar, so
preciso esperar que me voltes a encontrare enquanto
isso por aqui fico, tranquilo, sem medo das minhas
más escolhas, com um certo receito daquelas que
poderao ser as tuas más escolhas, mas fico...
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Por aqui
Chegas tarde, nao te queres fazer notar, mas
emaranhas a realidade que me envolve, como quem
sabe o que faz, sem a noçao de que nao pode.
Como se o facto de conseguires acalmar o meu mundo
te dê o direito de ficar, como se de alguma forma
a impressao de mudares o meu rumo te faça pertencer
a ele. Tentas, sem te querer comprometer, ficar.
E eu sem saber bem o que fazer, continuo-te a
afastar e a deixar-me viver com o barulho com que
me habituei, enquanto tu, tentas fazer com que
a harmonia paire nas nossas vidas. Tu silenciosa
demais, eu ruidoso demais. Nao me parece que
consigamos ficar, mas também nao me parece que
devessemos partir. Aqui ficamos.
Faço-te promessas eternas que acabam ao anoitecer.
Acreditas com a esperança de que seja mentira.
E amanha tudo nao passou de mais um sonho sem sentido.
Nop
"Nao, nao vais chegar a tempo se continuares assim..."
É sempre uma coisa bonita de se ouvir, depois de ter
chegado a horas ao cinema e tudo. Será que esse nao
vais chegar a tempo se referia a outra coisa que me
nao ocorreu? Ora muito obrigado... lol!!
Mulheres...
É sempre uma coisa bonita de se ouvir, depois de ter
chegado a horas ao cinema e tudo. Será que esse nao
vais chegar a tempo se referia a outra coisa que me
nao ocorreu? Ora muito obrigado... lol!!
Mulheres...
terça-feira, 6 de setembro de 2011
"Viver sempre foi e sempre será um risco, um tiro no escuro e um acto que implica lidar de forma diária e continua com o desconhecido. Por muito prudentes, cuidadosos e sensatos que possamos ser, é preciso aceitar que não controlamos tudo, que nunca vamos controlar tudo e que viver implicará sempre correr riscos, eventuais exposições à rejeição, à perda, à desilusão e ao desconhecido, mas também à um conjunto de emoções positivas. Tudo isto faz parte da vida e de nada nos adianta viver mergulhados num mar de medos, desconfianças, hiperprotecção e controlo ilusório só porque podemos vir a ser vítimas de uma tragédia, ser enganados ou atraiçoados, até porque ao estar sempre com o pé atrás e ficar sistematicamente na defensiva e cheios de desconfianças estamos a impedir que as coisas boas entrem na nossa vida. Claro que com tanto negativismo e receio à nossa volta vamos concluir constantemente que ninguém é de confiança, fechando-nos ainda mais no nosso mundinho. Isto, por não dizer que quanto mais ligamos aos nossos medos, mais contribuimos para que se concretizem e auto-confirmem vezes sem conta, o que só dá continuação ao ciclo vicioso. É preciso quebrar o ciclo e perceber que de nada adianta fugir, pois mais de metade dos nossos medos são irracionais e ligados a coisas que nem sequer dependem inteiramente de nós. Além disso, as pessoas normalmente esperam (muito erradamente) que ao fugir e evitar uma determinada coisa o medo desapareça ou pelo menos diminua, quando na realidade o que se observa é precisamente o oposto. Se não for enfrentado, o medo continua sempre lá, e por vezes vai-se tornando cada vez maior e impeditivo. Daí que o evitamento nunca foi, nem nunca será a solução para seja o que for. Viver é no presente, para a frente e de olhos bem abertos. O resto é um mero sobreviver."
Em: http://blackandwhitereality.blogspot.com/
Em: http://blackandwhitereality.blogspot.com/
Era uma vez (é assim que devem começar todas as histórias de enganar) uma menina chamada Alicia, que se apaixonara por um menino chamado Héracles, que vinha passar férias à sua humilde aldeia todos os anos. A primeira vez que se cruzaram não teriam mais de 4 anos. Como é normal nas aldeias pequenas não abundam as crianças, portanto desde tenra idade brincavam juntos. Acabaram por se "descobrirem" um ao outro, antes que outros o fizessem. Com o passar dos anos Héracles, habituado aos prazeres mundanos oferecidos pela cidade começou a menosprezar as férias passadas com a família no campo e ficava em casa na internet a falar com os seus amigos da cidade e a queixar-se da monotonia que o assolava todos os anos por esta altura.
Alicia por sua vez começara a estudar numa universidade na capital e para si nada de mais importante e de valor havia que estes meses passados junto à sua família, à sua rotina.
O tempo foi passando, ambos tinham vidas diferentes, ambos tiveram relacinonamentos com pessoas mais parecidas com eles. Ambos ignoraram o facto de terem crescido juntos, ambos se esqueceram como foi bom aprenderem o que um tinha para ensinar ao outro. Ambos se formaram, ambos tiveram uma carreira profissional de sucesso, porque a inteligência lhes era inerte.
Ambos foram infelizes, até porque nem todas as histórias têm de acabar bem. E as que começam bem e se lhes altera o rumo para algo que se procura a uma determinada altura, em detrimento de tudo o que se poderia ter, se mantivessemos o mesmo rumo, têm uma certa tendência a terminarem mal.
Podemos tentar encontrar um culpado, podemos ignorar os factos que levaram a este "afastamento". Podemos até imaginar o discurso derrotista que ambos tiveram naquela tarde em que ambos voltaram às "Origens". Sim, ela voltou à sua aldeia, dizem que voltou para morrer em "casa" (isso foi o que disseram, tenho cá para mim, que veio com uma ultima gota de esperança de encontrar o destino às portas do fim), ele voltou porque tinha um negócio a fechar com uns quaisqueres estrangeiros que lhe iam comprar a quinta dos seus pais (outros dizem também que o destino lhes quis dizer o que teria sido correcto e o trouxe até ela).
Eu não creio muito nessa teoria, nao me parece que o destino seja de se arrepender.
Mas, de qualquer forma, dizem que a conversa teria sido algo deste género (há conversas que as pessoas fazem questão de imaginar, independentemente do que realmente se trata):
- Héracles: Alicia, sabes que só no fim da estrada te vais apercebendo da viagem e do sentido, ou da falta dele, que ela fez. Algo me diz que se tivessemos ficado juntos a minha vida teria sido muito diferente. Não sei se teria sido melhor, se teria sido melhor, mas não teria de ter vivido com este sufoco que me não deixa respirar desde sempre.
- Alicia: Agora, que sei que não tenho muito tempo decidi fazer as pazes com o passado e aceitar o que me foi dado, que nao foi assim tão pouco, sem questionar o "como teria sido se ele naquele Verão viesse falar comigo".
- Héracles: Mas tu consegues viver com essa incógnita?
- Alicia: Para mim nunca foi uma questão... Para mim sempre foi uma opção tua... Tu é que largaste aquilo que era nosso, aqueles espaços que partilhamos, eram meus, tu partilhaste-os comigo. A partir do momento que deixaste de o fazer percebi que tinhas feito a tua opção... Todos os Verões voltei, mesmo depois de ter feito a vida como a conheço hoje, na esperança de saber o porquê, mas tu nunca voltaste...
- Héracles: Então porque é que nunca me procuraste, porque é que deixaste que tudo acontecesse desta forma?
- Alicia: Porque desde sempre me ensinaram que o que é nosso e a nós pertence conosco virá ter.
- Héracles: Nunca devias ter acreditado nisso, isso é um cliché!!
- Alicia: Não será um cliché maior do que " perdemos muito tempo no passado, mesmo depois de nada haver a fazer. Erro teu, eu voltei, porque sabia que virias antes de eu partir, afinal, alguma coisa terias de fazer depois de 32 anos sem cá voltar.
-Héracles: Nem sempre nos damos conta da efemeridade da vida, fui adiando sempre o meu regresso até que quando dei conta, já era tarde demais.
-Alicia: E agora apercebes-te de que afinal nunca foi tarde de mais e se nao fosse, como disseste, a efemeridade, ainda íamos a tempo de reconstruir o que nunca foi destruído.
Alicia por sua vez começara a estudar numa universidade na capital e para si nada de mais importante e de valor havia que estes meses passados junto à sua família, à sua rotina.
O tempo foi passando, ambos tinham vidas diferentes, ambos tiveram relacinonamentos com pessoas mais parecidas com eles. Ambos ignoraram o facto de terem crescido juntos, ambos se esqueceram como foi bom aprenderem o que um tinha para ensinar ao outro. Ambos se formaram, ambos tiveram uma carreira profissional de sucesso, porque a inteligência lhes era inerte.
Ambos foram infelizes, até porque nem todas as histórias têm de acabar bem. E as que começam bem e se lhes altera o rumo para algo que se procura a uma determinada altura, em detrimento de tudo o que se poderia ter, se mantivessemos o mesmo rumo, têm uma certa tendência a terminarem mal.
Podemos tentar encontrar um culpado, podemos ignorar os factos que levaram a este "afastamento". Podemos até imaginar o discurso derrotista que ambos tiveram naquela tarde em que ambos voltaram às "Origens". Sim, ela voltou à sua aldeia, dizem que voltou para morrer em "casa" (isso foi o que disseram, tenho cá para mim, que veio com uma ultima gota de esperança de encontrar o destino às portas do fim), ele voltou porque tinha um negócio a fechar com uns quaisqueres estrangeiros que lhe iam comprar a quinta dos seus pais (outros dizem também que o destino lhes quis dizer o que teria sido correcto e o trouxe até ela).
Eu não creio muito nessa teoria, nao me parece que o destino seja de se arrepender.
Mas, de qualquer forma, dizem que a conversa teria sido algo deste género (há conversas que as pessoas fazem questão de imaginar, independentemente do que realmente se trata):
- Héracles: Alicia, sabes que só no fim da estrada te vais apercebendo da viagem e do sentido, ou da falta dele, que ela fez. Algo me diz que se tivessemos ficado juntos a minha vida teria sido muito diferente. Não sei se teria sido melhor, se teria sido melhor, mas não teria de ter vivido com este sufoco que me não deixa respirar desde sempre.
- Alicia: Agora, que sei que não tenho muito tempo decidi fazer as pazes com o passado e aceitar o que me foi dado, que nao foi assim tão pouco, sem questionar o "como teria sido se ele naquele Verão viesse falar comigo".
- Héracles: Mas tu consegues viver com essa incógnita?
- Alicia: Para mim nunca foi uma questão... Para mim sempre foi uma opção tua... Tu é que largaste aquilo que era nosso, aqueles espaços que partilhamos, eram meus, tu partilhaste-os comigo. A partir do momento que deixaste de o fazer percebi que tinhas feito a tua opção... Todos os Verões voltei, mesmo depois de ter feito a vida como a conheço hoje, na esperança de saber o porquê, mas tu nunca voltaste...
- Héracles: Então porque é que nunca me procuraste, porque é que deixaste que tudo acontecesse desta forma?
- Alicia: Porque desde sempre me ensinaram que o que é nosso e a nós pertence conosco virá ter.
- Héracles: Nunca devias ter acreditado nisso, isso é um cliché!!
- Alicia: Não será um cliché maior do que " perdemos muito tempo no passado, mesmo depois de nada haver a fazer. Erro teu, eu voltei, porque sabia que virias antes de eu partir, afinal, alguma coisa terias de fazer depois de 32 anos sem cá voltar.
-Héracles: Nem sempre nos damos conta da efemeridade da vida, fui adiando sempre o meu regresso até que quando dei conta, já era tarde demais.
-Alicia: E agora apercebes-te de que afinal nunca foi tarde de mais e se nao fosse, como disseste, a efemeridade, ainda íamos a tempo de reconstruir o que nunca foi destruído.
E um dia paras.
Vives, vives como o amanha te não fizesse
qualquer tipo de confusão, como se o facto
de viver o hoje te chegasse para amanha.
E assim tentas enganar todos os que te
rodeiam e lentamente vai-te surgindo a
inevitável questão. Sera que ainda há tempo?
No meio de tudo isto tentaste enganar-te,
tentas acreditar que tinhas a tua forma
diferente de viver e que te era suficiente.
E agora, agora pode já ser tarde demais para
mudar, ou até pode não ser, mas a tua vontade
de descobrir não é muita, até porque, mais
vale viver com esperança e acreditar em alguma
coisa, do que ir de encontro à duvida e ter a
certeza de que realmente tens vivido "mal".
qualquer tipo de confusão, como se o facto
de viver o hoje te chegasse para amanha.
E assim tentas enganar todos os que te
rodeiam e lentamente vai-te surgindo a
inevitável questão. Sera que ainda há tempo?
No meio de tudo isto tentaste enganar-te,
tentas acreditar que tinhas a tua forma
diferente de viver e que te era suficiente.
E agora, agora pode já ser tarde demais para
mudar, ou até pode não ser, mas a tua vontade
de descobrir não é muita, até porque, mais
vale viver com esperança e acreditar em alguma
coisa, do que ir de encontro à duvida e ter a
certeza de que realmente tens vivido "mal".
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Futuro 2
Passamos a vida inteira preocupados com o futuro, com planos hipotéticos, a tentar adivinhar o imprevisivel. Como se prever o futuro fosse aliviar o impacto das mudanças que ele acarreta. O futuro nada mais é senão o esconderijo dos nossos medos
mais profundos e dos nossos sonhos mais irreais. E quando ele finalmente chega damos conta de que nada tem a ver com o que esperavamos.
mais profundos e dos nossos sonhos mais irreais. E quando ele finalmente chega damos conta de que nada tem a ver com o que esperavamos.
Dr. House
“It’s a basic truth of the human condition that everybody lies. The only variable is about what.”
“No, there is not a thin line between love and hate. There is, in fact, a Great Wall of China with armed sentries posted every twenty feet between love and hate.”
“You can have all the faith you want in spirits, and the afterlife, and heaven and hell, but when it comes to this world, don’t be an idiot. Cause you can tell me you put your faith in God to put you through the day, but when it comes time to cross the road, I know you look both ways.”
“No, there is not a thin line between love and hate. There is, in fact, a Great Wall of China with armed sentries posted every twenty feet between love and hate.”
“You can have all the faith you want in spirits, and the afterlife, and heaven and hell, but when it comes to this world, don’t be an idiot. Cause you can tell me you put your faith in God to put you through the day, but when it comes time to cross the road, I know you look both ways.”
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
D' "O livro do desassossego"
"Cai leve, fim do dia certo, em que os que crêem e erram
se engrenam no trabalho do costume, e têm, na sua própria
dor, a felicidade da inconsciência. Cai leve, onda de luz que
cessa, melancolia da tarde inútil, bruma sem névoa que entra
no meu coração. Cai leve, suave, indefinida palidez lúcida e
azul da tarde aquática — leve, suave, triste sobre a terra
simples e fria. Cai leve, cinza invisível, monotonia magoada,
tédio sem torpor."
se engrenam no trabalho do costume, e têm, na sua própria
dor, a felicidade da inconsciência. Cai leve, onda de luz que
cessa, melancolia da tarde inútil, bruma sem névoa que entra
no meu coração. Cai leve, suave, indefinida palidez lúcida e
azul da tarde aquática — leve, suave, triste sobre a terra
simples e fria. Cai leve, cinza invisível, monotonia magoada,
tédio sem torpor."
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Ser verdadeiro
Enquanto uns se escondem atrás de uma postura
que não é deles, atrás de uma imagem que os
protege das críticas da sociedade, dos olhos
que nada deixam escapar de uma massa social
que vive à custa das falhas dos que os rodeiam,
outros há que sem qualquer tipo de problema
enfrentam esses mesmos olhos, sem problema
algum em ser "criticado" por essa massa que
se arrasta sem objectivos, sem determinação.
Incluo-me nesses outros, porque felizmente
tenho amigos que não querem mesmo saber
do que os outros pensam deles. E nao querem
saber porque têm a noção daquilo que são e
sabem que sao melhores do que aqueles que um
dias os tentarão criticar. Um bem haja a voces.
São na sua essencia melhores e sabem jogar e
brincar com a falta de argumentos que esses
tais outros têm. Acabam por ridicularizar
quem tenta interferir com a forma como vivem
as suas vidas, porque eles sim, vivem e mais
que isso, vivem a vida deles, vivemos todos.
que não é deles, atrás de uma imagem que os
protege das críticas da sociedade, dos olhos
que nada deixam escapar de uma massa social
que vive à custa das falhas dos que os rodeiam,
outros há que sem qualquer tipo de problema
enfrentam esses mesmos olhos, sem problema
algum em ser "criticado" por essa massa que
se arrasta sem objectivos, sem determinação.
Incluo-me nesses outros, porque felizmente
tenho amigos que não querem mesmo saber
do que os outros pensam deles. E nao querem
saber porque têm a noção daquilo que são e
sabem que sao melhores do que aqueles que um
dias os tentarão criticar. Um bem haja a voces.
São na sua essencia melhores e sabem jogar e
brincar com a falta de argumentos que esses
tais outros têm. Acabam por ridicularizar
quem tenta interferir com a forma como vivem
as suas vidas, porque eles sim, vivem e mais
que isso, vivem a vida deles, vivemos todos.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Sentimentos
"Os sentimentos que mais doem, as emoções que mais pungem, são os que são absurdos - a ânsia de coisas impossíveis, precisamente porque são impossíveis, a saudade do que nunca houve, o desejo do que poderia ter sido, a mágoa de não ser outro, a insatisfação da existência do mundo. Todos estes meios tons da inconsciência da alma criam em nós uma paisagem dolorida, um eterno sol-pôr do que somos...O sentirmo-nos é então um campo deserto a escurecer, triste de juncos ao pé de um rio sem barcos, negrejando claramente entre margens afastadas."
Bernardo Soares - O livro do desassossego
Espelho
Há pessoas que deviam, em vez de janelas, ter espelhos, para que antes de criticarem o "vizinho" vissem a mer** de vida que têm. Porque dizer a verdade implica responsabilidade, a maioria prefere mentir e viver a vida dos outros.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
A devida educação
Das coisas que mais custa ver é uma pessoa inteligente e criativa, quando nos está a contar uma opinião ou um acontecimento, ser diminuída pela falta de vocabulário – ou de outra coisa facilmente aprendida pela educação.
A distribuição humana de inteligência, graça, sensibilidade, sentido de humor, originalidade de pensamento e capacidade de expressão é independente da educação ou do grau de instrução. Em Portugal e, ainda mais, no mundo, onde as oportunidades de educação são muito mais desiguais, logo injustamente, distribuídas, é não só uma tragédia como um roubo.
Rouba-se mais aos que não falam nem escrevem com os meios técnicos de que precisam. Mas também são roubados aqueles, adequadamente educados, que não podem ouvir ou ler os milhões de pessoas que só não conseguem dizer plenamente o que querem, porque não têm as ferramentas que têm as pessoas mais novas, com mais sorte.
Mete nojo a ideia de a educação ser uma coisa que se dá. Que o Estado ou o patrão oferece. Não é assim. A educação, de Platão para a frente, é mais uma coisa que se tira. Não educar é negativamente positivo: é como vendar os olhos ou cortar a língua.
O meu pai, à maneira de tantos portugueses, chorava quando dizia que Portugal só precisava de “um bocadinho de educação”. Ele pensava que a educação tinha de ser acrescentada. Eu, seguindo a lição dele, choro que tenha sido tirada. Vem dar ao mesmo. A educação é-nos devida. Quem nos paga fica a ganhar com ela.
Miguel Esteves Cardoso
A distribuição humana de inteligência, graça, sensibilidade, sentido de humor, originalidade de pensamento e capacidade de expressão é independente da educação ou do grau de instrução. Em Portugal e, ainda mais, no mundo, onde as oportunidades de educação são muito mais desiguais, logo injustamente, distribuídas, é não só uma tragédia como um roubo.
Rouba-se mais aos que não falam nem escrevem com os meios técnicos de que precisam. Mas também são roubados aqueles, adequadamente educados, que não podem ouvir ou ler os milhões de pessoas que só não conseguem dizer plenamente o que querem, porque não têm as ferramentas que têm as pessoas mais novas, com mais sorte.
Mete nojo a ideia de a educação ser uma coisa que se dá. Que o Estado ou o patrão oferece. Não é assim. A educação, de Platão para a frente, é mais uma coisa que se tira. Não educar é negativamente positivo: é como vendar os olhos ou cortar a língua.
O meu pai, à maneira de tantos portugueses, chorava quando dizia que Portugal só precisava de “um bocadinho de educação”. Ele pensava que a educação tinha de ser acrescentada. Eu, seguindo a lição dele, choro que tenha sido tirada. Vem dar ao mesmo. A educação é-nos devida. Quem nos paga fica a ganhar com ela.
Miguel Esteves Cardoso
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Not Guilty
Muitas vezes sou acusado de me nao importar
o suficiente, de estar distante, de aparecer
pouco, de não ser "sincero", de esconder isto
ou aquilo, mas não, não é bem isso. Às vezes
as coisas mudam, a verdade de hoje passa a ser
a "mentira" de amanhã... Ou se não é, poderia
ser... Às vezes mudamos radicalmente o que
queremos e acabamos por prejudicar alguém nesse
processo de mudança. Bem sei que para quem
entende que tudo deveria ser mais, esta
justificação é muito vaga. Bem sei que podia
encontrar uma justificação mais "banal", do
género, olha descobri há bocadinho que tudo
o que disse era verdade, mas esqueci-me que
afinal não é isto que quero". Eh, seria muito
mais prático, provavelmente nem doía nada e
ficava logo tudo resolvido. Mas nao o posso
fazer, até porque não sei se amanhã não qurerei
o "hoje", como tal, nunca ponho o tal ponto
final que tantas vezes me é pedido, talvez
porque não acredite no fim de muita coisa,
talvez porque não saiba para onde devo ir,
continuo aqui, à espera que o que quero (que
nem eu sei o que é) me bata à porta...
o suficiente, de estar distante, de aparecer
pouco, de não ser "sincero", de esconder isto
ou aquilo, mas não, não é bem isso. Às vezes
as coisas mudam, a verdade de hoje passa a ser
a "mentira" de amanhã... Ou se não é, poderia
ser... Às vezes mudamos radicalmente o que
queremos e acabamos por prejudicar alguém nesse
processo de mudança. Bem sei que para quem
entende que tudo deveria ser mais, esta
justificação é muito vaga. Bem sei que podia
encontrar uma justificação mais "banal", do
género, olha descobri há bocadinho que tudo
o que disse era verdade, mas esqueci-me que
afinal não é isto que quero". Eh, seria muito
mais prático, provavelmente nem doía nada e
ficava logo tudo resolvido. Mas nao o posso
fazer, até porque não sei se amanhã não qurerei
o "hoje", como tal, nunca ponho o tal ponto
final que tantas vezes me é pedido, talvez
porque não acredite no fim de muita coisa,
talvez porque não saiba para onde devo ir,
continuo aqui, à espera que o que quero (que
nem eu sei o que é) me bata à porta...
BRAVEheart
"Sempre quis ser corajosa. Mas a coragem, para mim, era uma definição de não ter medo. Não temer. Sentia que coragem era poder fazer o que eu sempre quis, mas que ás vezes não podia por prudência ou juízo. Mas a vida, aos poucos, foi mostrando que coragem é muito mais que isso, coragem é chorar quando não se aguenta mais, é ter saudades, é pedir colo. Coragem também é desapego quando necessário. Também é expor sentimentos. É poder dizer o que pensa, sem culpa. Coragem talvez seja mostrar quem somos mesmo na realidade, sem pensar no que os outros vão dizer."
Em: http://xio-quase-que-mara.blogspot.com/
Em: http://xio-quase-que-mara.blogspot.com/
A cada noite uma nova esperança,
dizes adormecer a pensar que tudo
pode mudar e as coisas precisam
ser diferentes. E dormes bem.
Acordas e nada fazes para mudar
até porque toda a esperança que
te "rodeava" se consumiu com um
sonho menos bom. E o dia corre mal.
Esperas pela mudança como quem espera
pelo autocarro, que vem já com
destino programado, um destino que não
é teu, um destinho de muitos, que serve
para outros tantos, que, como tu, se
deixam levar pelas vidas dos outros.
E assim, assim corres sempre atrás
daquilo que não é teu, daquilo que te
arrasta. E adormeces, adormeces e acabas
por nunca despertar para a tua vida.
E vives, só. E viver apenas não te devia
chegar. Até porque poderias ter escolhido.
dizes adormecer a pensar que tudo
pode mudar e as coisas precisam
ser diferentes. E dormes bem.
Acordas e nada fazes para mudar
até porque toda a esperança que
te "rodeava" se consumiu com um
sonho menos bom. E o dia corre mal.
Esperas pela mudança como quem espera
pelo autocarro, que vem já com
destino programado, um destino que não
é teu, um destinho de muitos, que serve
para outros tantos, que, como tu, se
deixam levar pelas vidas dos outros.
E assim, assim corres sempre atrás
daquilo que não é teu, daquilo que te
arrasta. E adormeces, adormeces e acabas
por nunca despertar para a tua vida.
E vives, só. E viver apenas não te devia
chegar. Até porque poderias ter escolhido.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Justiça ao nome
Perdidos, andamos todos, porque ninguém
sabe no que este caminho vai dar. Acho
piada áqueles que se enaltecem por saberem
por onde vão, julgam-se os não perdidos e
acabam por ser os mais perdidos de todos.
Esses que julgam saber por onde vão, não
vão a lado algum, pelo menos que saibam.
Podem eventualmente ter a sorte de irem
para onde pensam e pensarem não estarem
perdidos. Tenho pena, se eles soubessem,
se eles soubessem, nao seriam assim tão
"críticos", nao olhavam à sua volta a
considerarem-se os melhores só porque
pensam ter um rumo, que afinal não têm.
E assim caminhamos todos, perdidos, sem
um amanha que nos aconchegue, sem um ontem
que nos garanta um hoje. Caminhamos, com
esperança de nao irmos muito perdidos,
enfim deambulamos por aí e o amanha
virá, esperamos nós!!!
E entre partirem um mundo falso, o que
é que eles fazem? Constroem outro mundo
falso em cima deste e quando damos conta
é tudo uma grande mentira, e assim, todos
enganados, todos a mentir lá nos deixamos
ir, na esperança que haja mais um mundo,
um mundo supostamente melhor, que se calhar
mais não é do que o mais falso dos mundos.
E depois de morrerem e nada acontecer, não
se venham queixar, eu avisei, aquilo deve
ser entediante, e não deve ter aquecimento.
Nem inferno vá...
(Diambulices - Caminhadas diárias, com ou
sem sentido, a palavra foi inventada)
sabe no que este caminho vai dar. Acho
piada áqueles que se enaltecem por saberem
por onde vão, julgam-se os não perdidos e
acabam por ser os mais perdidos de todos.
Esses que julgam saber por onde vão, não
vão a lado algum, pelo menos que saibam.
Podem eventualmente ter a sorte de irem
para onde pensam e pensarem não estarem
perdidos. Tenho pena, se eles soubessem,
se eles soubessem, nao seriam assim tão
"críticos", nao olhavam à sua volta a
considerarem-se os melhores só porque
pensam ter um rumo, que afinal não têm.
E assim caminhamos todos, perdidos, sem
um amanha que nos aconchegue, sem um ontem
que nos garanta um hoje. Caminhamos, com
esperança de nao irmos muito perdidos,
enfim deambulamos por aí e o amanha
virá, esperamos nós!!!
E entre partirem um mundo falso, o que
é que eles fazem? Constroem outro mundo
falso em cima deste e quando damos conta
é tudo uma grande mentira, e assim, todos
enganados, todos a mentir lá nos deixamos
ir, na esperança que haja mais um mundo,
um mundo supostamente melhor, que se calhar
mais não é do que o mais falso dos mundos.
E depois de morrerem e nada acontecer, não
se venham queixar, eu avisei, aquilo deve
ser entediante, e não deve ter aquecimento.
Nem inferno vá...
(Diambulices - Caminhadas diárias, com ou
sem sentido, a palavra foi inventada)
|||||||||||||
Caminhas livre, sem preocupaçao, sem peso, leve.
Tentas aproveitar o presente como se o futuro te
nao interessasse. Procuras o prazer imediato,
esqueces-te,como muitas vezes tem acontecido, que
o que realmente interessa demora a construir e
pouco tempo a ser destruído. Continuas a cometer
os mesmos erros de sempre, à espera que te os
aceitem como teus e irremediáveis. Escondes-te
aí, nesse cantinho só teu, onde tal será possivel.
Deixas que a tua vida corra ao sabor das
oportunidades que se te vão aparecendo à
frente. Não te lembras de que, como sempre
defendeste, as coisas têm de ser um bocadinho
calculadas. Coisa que de ti nao fará calculista,
mas leva-te a calcular os riscos e a riscar o
que não queres para o teu futuro. Esqueceste,
amanhã arrependeste e prometes que nunca mais.
E o amanhã chega e deixas-te levar por mais
um momento que sacrifica o teu tempo. Tempo
esse que vais desperdiçando com momentos
"insignificantes", muitos momentos, muito tempo.
E um dia, um dia olharás para trás e quererás
mudar tudo, esses nadas que te ocuparam a
cabeça durante tanto tempo, durante tanto
tempo que te trocaram a noção do que realmente
querias. Foste atraiçoado por essa vontade
incessante de querer aproveitar o momento.
Agora resta-te ficar aí à espera de mais um
momento que não vai chegar, até porque as
vontades mudam e porque nem sempre as oportunidades
surgem. Agora ficas aí a ver aquilo que queres
e a imaginar como seria se fosse "teu". Sim,
porque enquanto viveste o momento, esquecestete
da "eternidade" e ela, ela nao esperou por ti.
Tentas aproveitar o presente como se o futuro te
nao interessasse. Procuras o prazer imediato,
esqueces-te,como muitas vezes tem acontecido, que
o que realmente interessa demora a construir e
pouco tempo a ser destruído. Continuas a cometer
os mesmos erros de sempre, à espera que te os
aceitem como teus e irremediáveis. Escondes-te
aí, nesse cantinho só teu, onde tal será possivel.
Deixas que a tua vida corra ao sabor das
oportunidades que se te vão aparecendo à
frente. Não te lembras de que, como sempre
defendeste, as coisas têm de ser um bocadinho
calculadas. Coisa que de ti nao fará calculista,
mas leva-te a calcular os riscos e a riscar o
que não queres para o teu futuro. Esqueceste,
amanhã arrependeste e prometes que nunca mais.
E o amanhã chega e deixas-te levar por mais
um momento que sacrifica o teu tempo. Tempo
esse que vais desperdiçando com momentos
"insignificantes", muitos momentos, muito tempo.
E um dia, um dia olharás para trás e quererás
mudar tudo, esses nadas que te ocuparam a
cabeça durante tanto tempo, durante tanto
tempo que te trocaram a noção do que realmente
querias. Foste atraiçoado por essa vontade
incessante de querer aproveitar o momento.
Agora resta-te ficar aí à espera de mais um
momento que não vai chegar, até porque as
vontades mudam e porque nem sempre as oportunidades
surgem. Agora ficas aí a ver aquilo que queres
e a imaginar como seria se fosse "teu". Sim,
porque enquanto viveste o momento, esquecestete
da "eternidade" e ela, ela nao esperou por ti.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Se é importante ou nao
Eu continuo a achar, ao contrário de todos
aqueles cépticos, que dormir é um desperdício
de tempo. Só concordo com eles ao acordar
cedo para trabalhar. Portanto, concluo com
facilidade que trabalhar e dormir, são um
desperdício de tempo, cada um à sua maneira.
aqueles cépticos, que dormir é um desperdício
de tempo. Só concordo com eles ao acordar
cedo para trabalhar. Portanto, concluo com
facilidade que trabalhar e dormir, são um
desperdício de tempo, cada um à sua maneira.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Viver
Andam por aí uns que quase vivem e morrem
Outros há que vivem e quase nao morrem.
Aqueles que quase vivem passam
discretos até pelas próprias vidas, nada
de exagerado se lhe é conhecido, tudo o que
fazem vai ao encontro do que a sociedade lhe
exige. Aqueles que vivem com poucas regras,
sem corresponder ao que a sociedade lhes
exige, a ultrapassar de longe os limites
que se impoem por uma sociedade nada criativa
e extremamente critica, tao critica que acaba
por imortalizar aqueles que ataca. Aos que vivem,
deixo desde já a minha enorme admiraçao por
viverem melhor que os outros todos.
Outros há que vivem e quase nao morrem.
Aqueles que quase vivem passam
discretos até pelas próprias vidas, nada
de exagerado se lhe é conhecido, tudo o que
fazem vai ao encontro do que a sociedade lhe
exige. Aqueles que vivem com poucas regras,
sem corresponder ao que a sociedade lhes
exige, a ultrapassar de longe os limites
que se impoem por uma sociedade nada criativa
e extremamente critica, tao critica que acaba
por imortalizar aqueles que ataca. Aos que vivem,
deixo desde já a minha enorme admiraçao por
viverem melhor que os outros todos.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Deixar sair
Vou começar a riscar pessoinhas pequenas
da minha vida... É só para avisar ta??
Sim, porque da mesma forma que se deixam
as pessoas entrar devemos deixá-las sair
e se por acaso elas até nem quiserem ir,
temos de as atirar para bem longe...
da minha vida... É só para avisar ta??
Sim, porque da mesma forma que se deixam
as pessoas entrar devemos deixá-las sair
e se por acaso elas até nem quiserem ir,
temos de as atirar para bem longe...
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Futuro
Enquanto esperas por um passado que se
mantém imóvel à tua constante caminhada
em direcção ao futuro, independentemente
de o quereres ou nao, foge-te um presente
coerente. Continuas ali, preso a um passado
extinto, preso a um passado que nao podes
mudar. Tu que sempre prometeste nao esperar
pelo que nao vem, pelo impossivel, dizes
agora que podes esperar um bocadinho e que
os milagres até acontecem. Tu que nunca
quiseste acreditar, tu que sempre quiseste
viver o presente, sem olhar para os erros
do passado, tu que sempre prometeste manter-te
igual a ti próprio ponderas agora atirar
com tudo aquilo que te diferenciou durante
tanto tempo, juntando-te àqueles que tanto
criticaste num passado que se foi tornando
presente e se adivinha num futuro incontornável.
Mas não, não tens de te sentir mal, a evoluçao
permite-te ser flexivel, crescer faz-te bem
e faz-te entender o que ainda te parecia
absurdo. E afinal o absurdo vai-se tornando
a realidade mais toleravel. E mudas.
mantém imóvel à tua constante caminhada
em direcção ao futuro, independentemente
de o quereres ou nao, foge-te um presente
coerente. Continuas ali, preso a um passado
extinto, preso a um passado que nao podes
mudar. Tu que sempre prometeste nao esperar
pelo que nao vem, pelo impossivel, dizes
agora que podes esperar um bocadinho e que
os milagres até acontecem. Tu que nunca
quiseste acreditar, tu que sempre quiseste
viver o presente, sem olhar para os erros
do passado, tu que sempre prometeste manter-te
igual a ti próprio ponderas agora atirar
com tudo aquilo que te diferenciou durante
tanto tempo, juntando-te àqueles que tanto
criticaste num passado que se foi tornando
presente e se adivinha num futuro incontornável.
Mas não, não tens de te sentir mal, a evoluçao
permite-te ser flexivel, crescer faz-te bem
e faz-te entender o que ainda te parecia
absurdo. E afinal o absurdo vai-se tornando
a realidade mais toleravel. E mudas.
Imagine
"6:30 da tarde. Oxford Street muito vazia. Muitas lojas fechadas, algumas com anúncios nas montras avisando que não há stock no interior. Estação de metro de Oxford Circus. A habitual confusão dá lugar a espaços vazios. A caminho da plataforma, no local destinado a músicos amadores, um homem toca e canta «Imagine» de John Lennon. Não poderia ser mais apropriado e mais triste. A cara de Londres é, indiscutivelmente, outra."
De: http://abonecarussa.blogspot.com/
De: http://abonecarussa.blogspot.com/
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Vive-se
Uns saltam, outros correm, uns ficam
em casa, os outros saem, uns criticam,
outros sao criticados. Uns traem outros
sao traidos, uns gritam, outros escutam,
uns sao bons, a maioria é má... Uns brancos,
outros amarelos, pretos ou vermelhos...
O importante, o importante é conseguir
coexistir e provar aos outros que se vive.
em casa, os outros saem, uns criticam,
outros sao criticados. Uns traem outros
sao traidos, uns gritam, outros escutam,
uns sao bons, a maioria é má... Uns brancos,
outros amarelos, pretos ou vermelhos...
O importante, o importante é conseguir
coexistir e provar aos outros que se vive.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
O amor nao espera.
Josefino, um miúdo nascido e criado numa pequena aldeia, que nunca dali tinha saído, exceptuando uma ou outra vez que o levaram a uma cidade. Josefino cresceu a ouvir boa musica, a ler bons livros, conviveu com pessoas cultas, algumas das quais das grandes cidades. Quando atingiu os 18 anos, resolveu partir para uma aventura. Atrás de conhecimento, de vivencias que jamais a sua pequena aldeia lhe poderia proporcionar. Despediu-se então de todos os seus amigos com especial carinho da sua “confidente” Maria Lúcia.
(Todos julgavam que aqueles dois estariam predestinados a ficar juntos, não fossem eles inseparáveis desde tenra idade.) Maria Lúcia já se tinha apercebido que sentia algo mais especial por Josefino, mas como as suas conversas se mostravam sempre um bocadinho mais profundas e interessantes, não se julgou à altura de uma tal relaçao, até porque não convivia com as pessoas intelectuais que acabavam por rodear Josefino.
Este por sua vez tinha a plena noção de que Maria Lúcia jamais seria capaz de atingir o seu estereótipo de mulher.
Josefino parte atrás do seu sonho. Maria Lúcia, ainda meio atordoada com a perda, fica recolhida em sua casa dias a fio, sem saber o que fazer, é então que lê o primeiro livro e se começa a interessar pela leitura, (Josefino esquecera-se do livro que levava para a viagem quando se fora despedir de Maria Lúcia.) até então Maria Lúcia dava muito mais valor às brincadeiras lá fora, às sensações quotidianas, às aventuras pelos campos, nunca se importara até então com o futuro, com a perda, sempre viveu, simplesmente.
Josefino acaba de partir, entra no comboio e lembra-se que deixou o livro para a viagem em casa de Maria Lúcia.
“Como é que me fui esquecer da porcaria do livro, logo em casa da Lúcia que nem sequer o abrirá, bem o sei, básica e desinteressada como é. Dá demasiado valor à simplicidade para perder tempo com um livro, que a poderá até levar a questionar todo o seu passado.” Pensou Josefino, convicto de que a distancia intelectual que os separava não tinha fim.
Após 3 horas de viagem Josefino chega à próxima paragem, é uma aldeia maior. Pega então no telefone (ainda não havia aquela peste chamada telemóvel, caso contrario Josefino nem sentiria tanto a falta do livro, bom companheiro de viagem) e liga a Maria Lúcia.
Mãe de Lúcia: Estou?
Josefino: Olá boa tarde, fala o Josefino, podia chamar a Maria por favor?
Mãe de Lúcia: Só um bocadinho que ela está no quarto…
(“Estranho, a Maria nunca está fechada em casa a esta hora, anda sempre lá fora a correr pelos campos e a pregar partidas a toda a gente” pensou Josefino esquecendo rapidamente o pormenor e não lhe dando a devida importância.)
Maria: Josefino, então como está a correr a viagem?
Josefino: Está a ser fantástica por enquanto, a paisagem é extraordinária mesmo. Irias adorar ter vindo comigo. (Por se ter esquecido do livro foi-se distraindo com a paisagem. Não e a primeira vez que faz esta viagem, mas nunca se tinha dado ao trabalho de contemplar a paisagem)
Maria: Oh, partiste assim de repente, nem me perguntaste se gostaria de ir também. Assumiste desde logo que eu nao ia. (Maria sabia que Josefino partira atrás de um sonho, já mais que uma vez lhe tinha dito que na aldeia nunca iria encontrar uma mulher à sua altura)
Josefino: Mas tu com toda a certeza não irias gostar da viagem, vou para a cidade grande, não te ias adaptar. Só irias gostar deste pequeno bocadinho que em nada se compara ao tipo de viagem que programei.
Maria: Por vezes não é a viagem que conta, é o percurso que fazemos, são os pequenos pormenores que fazem com que uma viagem inteira valha a pena.
Josefino: Sim, em parte tens razão. (Josefino, que falara tantas vezes com pessoas intelectuais, ligadas à ciência, à educação e a outras áreas eruditas nunca ouvira uma afirmação do género)
Maria: Deixaste cá um livro, acabei por começar a lê-lo, a tua recente falta quebrou-me a rotina.
Josefino: Em pouco tempo volto, vais voltar à tua vida normal.
Maria: Não sabes, essa tua viagem pode mudar a tua vida e por consequência a minha.
Josefino: Pois, de facto, mas não creio que em tão pouco tempo tanta coisa possa mudar. (Josefino deixava de ter argumentos válidos para as afirmações de Maria.)
Maria: Pronto Josefino, espero que a viagem corresponda a todas as tuas expectativas, bem sei o quanto desejavas esta viagem.
Josefino: Até breve Maria.
Josefino não ligou a mais ninguém, apesar do pequeno diálogo, houve vários momentos de silêncio, momentos esses que se assemelham áqueles em que 2 pessoas que têm imensa saudade uma da outra e acabam por nao dizer muita coisa.
Josefino volta a entrar no comboio em direcção à grande cidade. As paisagens vão-se-lhe aproximando e fugindo sem lhe dar o tempo que ele gostaria para reparar nos pormenores. Tinham-lhe dito que os pormenores eram muito importantes e ele não tinha tempo.
Três dias teriam passado, eis então que chega à cidade grande. Olha à sua volta e sente-se completamente perdido, vê pessoas “estranhas”, pessoas que caminham apressadamente atrás do que lhes não foge. Tenta meter conversa com um senhor que apressadamente desce a rua, tinha boa aparencia, diria que pertencia ao tribunal, ou a uma agencia de advogados, acartava consigo um livro da constituição da republica portuguesa.
Josefino: Boa tarde, poderia por favor dizer-me onde poderei almoçar?
Senhor: Jovem, não me parece que consigas frequentar os sítios que costumo frequentar. (Escusado seria dizer que Josefino aparentava precisamente aquilo que era, um miúdo da aldeia perdido numa grande cidade).
Josefino sentou-se num restaurante, não se importava nada com o dinheiro que poderia vir a gastar, afinal, a sua viagem poderia terminar assim que ele quisesse.
Não acostumado a cardápios como lá lhe chamavam, perguntou ao senhor da mesa, que por sinal seria garçon, quais os pratos que aquele estabelecimento dispunha.
- Não se importaria, por favor, de consultar o cardápio? responde-lhe.
- O quê? Retorquiu Josefino.
- O cardápio, a carta, a ementa, como lhe deseje chamar.
- Ah sim, peço imensa desculpa.
Josefino não percebia quase nada do que se lhe era oferecido na carta. Acabou por pedir um “bife a cavalo”, o qual teve de descrever ao garçon, que desconhecia por completo a expressão. Afinal Josefino, que se julgava bem superior à sociedade da sua pequena aldeia, no meio da cidade era um completo ignorante.
Passadas duas semanas de ter chegado, já se tinha ambientado à cidade e à sua funcionalidade, já saía à noite, já começara a falar com mulheres aparentemente inteligentes, que bebiam, sorriam e tinham um comportamento social muito requintado.
Ao que parece parte do seu objectivo começava a ser atingido. Na manhã seguinte decide ligar a Maria. Já tinha ligado à família a dizer que ninguém conhecia o "típico" ovo a cavalo, “cambada de estúpidos” chamou-lhes na conversa com o pai. Liga entao a Maria.
Atende a mãe de Maria que lhe explica que a sua amiga de sempre tinha saído para ir ao teatro com um tal de Manuel, que estudou fora e voltara há poucos dias. A mãe fez logo questão de explicar a Josefino que Manuel era um rapaz extremamente inteligente, filho de boa gente e tirara Direito. Tencionava abrir um escritório mesmo ali na aldeia.
Josefino ficou intrigado. “Como é que será que alguém que esteve fora durante tanto tempo, conheceu a fundo pessoas extremamente inteligentes, alargou os seus horizontes, conviveu de perto com arte, literatura e teatro, que enfim, fez tudo aquilo que eu sonhei volta para a aldeia com o objectivo de ali fazer a sua vida? E ainda sai com a Maria, que nada deve ter a ver com ele” Pensou de si para si, afinal ainda não tinha feito um único amigo desde que chegara. A falta que Maria lhe fazia nesta altura “Nem que fosse para dizer um simples: É maluco, só pode”.
Já se encontrava na cidade há vários meses, já saíra com algumas mulheres, daquelas que ostentam alguém que não são e deu conta de que Maria seria uma companhia bem melhor, “agora até vai ao teatro” pensou.
Muitos dias não passaram até que Josefino decidiu voltar para casa. Afinal todas as histórias que ouvira acerca da grande cidade não passam disso mesmo. Histórias.
A vida na cidade ainda consegue ser mais rotineira que no campo pensou de si para si, reparara que ao fim de quase oito meses continuava sem amigos.
Entra no comboio de volta à sua pequena aldeia, passados 3 dias está em casa. Qual o seu espanto ao descobrir, à chegada, que Maria tinha mudado imenso desde que tinha partido nesta sua viagem. Dirige-se ao seu café de sempre para encontrar os amigos de sempre, finalmente poderia contar as suas peripécias e aventuras, que devido às suas limitações (Limitações culturais) iriam achar as suas histórias fascinantes.
Após alguns dias reencontra-se com Maria, “finalmente” pensou. Maria já não se vestia como antigamente, também se não vestia como as mulheres fúteis que encontrou na cidade. Parecia uma mulher, não parecia a menina de 18 anos que tinha visto crescer e que nunca se tinha preocupado com a sua aparência.
- Maria, tinha tantas saudades tuas, como eu te queria contar como estavam a correr as coisas na cidade. Cheguei a ligar-te, mas recordo-me que tinhas saído, devias andar a correr pelos campos como é teu costume.
- Não, ligaste-me um dia em que tinha ido com o Manuel ao teatro, gostaria de ter retornado a chamada, mas nunca tive um contacto teu, queria muito que soubesses que finalmente me começara a apaixonar.
- A apaixonar?? (Estas palavras caíram em cima de Josefino como a lâmina de uma guilhotina cai em cima do pescoço de um ladrão de maças)
- Sim, lembras-te do Manuel, filho do Sr. Hipólito da mercearia? Voltou da universidade e fomos saindo, tínhamos algumas coisas em comum, uma das quais o livro preferido. Livro esse que deixaste lá em casa antes de partires. Foste, por assim dizer, o grande propulsor da minha relação, devo agradecer-te. Parece destino, separamo-nos os dois, tu porque vais atrás da mulher dos teus sonhos, eu porque não passava pelos teus sonhos e deixas-me a "chave" da felicidade, quando julguei que tudo estava perdido. Então e tu? Conta-me como foi lá na grande cidade.
- Eu… o livro… o Manuel?? Não conheço…
- Vá eu não tarda apresento-vos. Mas conta lá da viagem.
- A viagem… A viagem não foi nada do que estava à espera, eu acho que as pessoas quando falam dela enaltecem qualidades que nem sequer as chegam a ser. Percorri ruas inteiras, sem ninguém com quem comentar o degredo que as ruas se revelavam. Gostei dos espaços culturais, de algumas conversas, de algumas amizades, se assim lhe posso chamar, que travei com uma ou outra pessoa, mas nada, nada que se possa comparar às pessoas daqui. Lá vive-se a um ritmo alucinante, não se pode confiar em ninguém e as pessoas esquecem-se de quem entra nas suas vidas. (Talvez Josefino começasse a perceber que afinal Manuel teria voltado porque já há muito se teria apercebido da decadente sociedade que habita as cidades)
- A serio? Tenho visitado cidades com o Manuel, se bem que viajo esporadicamente, nunca fiquei por lá o tempo suficiente para me aperceber dos defeitos, mas todos me pareceram muito simpáticos e acolhedores. Mesmo os espaços nocturnos, apesar do fumo que lhes é característico (Maria sempre odiou vícios estúpidos) me pareceram sítios fantásticos. Bom, vou andando Josefino, o Manuel espera-me na mercearia.
- Mas vocês namoram?
- (A afastar-se apressadamente) Eu depois conto-te, até logo!
Josefino ficou agarrado ao chão, o seu corpo mostrava-se agora incapaz de dar um passo que fosse, enquanto, na sua cabeça as ideias, os pensamentos voavam alucinantemente.
Partiu atrás da mulher dos seus sonhos (que ao que parece estaria sempre na sua vida), voltou sem a encontrar e ainda por cima perdera a sua amiga de sempre. Que mudara, entretanto para a mulher que ele sempre procurou. Tornou-se na mulher culta, apreciadora de artes, intelectual, inteligente, com um sorriso estonteante, como nunca lhe dissera.
E continuou sempre igual a si mesma. Nada nela mudou, nada nela se extinguiu, pelo contrário, toda ela renascera, toda ela o atraía. “Tenho de lhe dizer o que sinto, tenho de lhe explicar que afinal toda esta viagem só deu para perceber o quanto é importante para mim.”
Josefino dirige-se a casa de Maria.
- Maria!!! Maria!!! Preciso falar contigo. (Parecia aflito)
- Sim, o que aconteceu. (assustada)
- Maria, tenho de te contar e confessar o que tenho vindo a sentir. Desde que parti fui-me apercebendo da falta que me tens vindo a fazer. Procurei por alguém que sempre tive. E só depois de ter partido dei conta de que quem realmente queria eras tu.
- Josefino, quando partiste passei precisamente pelo que me descreves, mas fiquei, nada poderia fazer. Decidiste partir sozinho, parti do principio que querias romper com o passado. E esperei. Curiosamente no livro que me emprestaste li o seguinte “O que é teu por ti espera ou a ti virá”. Entretanto conheci o Manuel, que a meu ver veio até mim. Se é "meu" ou não o tempo o dirá.
- Mas Maria, não podes apagar o nosso passado.
- Não, não posso, mas parece que apagamos o nosso futuro, pelo menos o futuro de que falas.
- Mas como é que em tão pouco tempo foste capaz de te esquecer de mim?
- Da mesma forma de que durante tanto tempo não foste capaz de "olhar para mim. Talvez tenha sido isso. Além disso, o Manuel mostrou-me muitas coisas que eu não conhecia e fez questão de me explicar como funcionam. Apaixonei-me desde logo pela maneira como ele olhava para o que para mim era simples e banal e transformava tudo isso em algo fantástico e fascinante. Ele ia ao ínfimo de cada coisa simples que eu conhecia e tornava-a complexa. Comecei não só a apaixonar-me por ele, mas também pelas coisas que comecei a ver com ele.
Josefino, que partira com a ideia de que Maria não era nada mais do que uma amiga, voltou com a certeza de que desde sempre fora apaixonado por ela. E agora, agora mesmo que volte a partir não vai encontrar Maria, nem outra pessoa que seja parecida com ela. E se o for, certamente não o irá atrair. O amor é como a magia, cada paixao é um “truque” e um truque só é fascinante até o entendermos, depois torna-se banal.
Outras viagem esperam o Josefino, outros truques aparecerão, pensa ele.
Um dia destes no Wood surgiu a ideia de fazer uma peça de teatro, ideia de Fábio Barbosa, portanto comecei a treinar, so me falta conseguir fazer dialogos. ora aí está.
(Todos julgavam que aqueles dois estariam predestinados a ficar juntos, não fossem eles inseparáveis desde tenra idade.) Maria Lúcia já se tinha apercebido que sentia algo mais especial por Josefino, mas como as suas conversas se mostravam sempre um bocadinho mais profundas e interessantes, não se julgou à altura de uma tal relaçao, até porque não convivia com as pessoas intelectuais que acabavam por rodear Josefino.
Este por sua vez tinha a plena noção de que Maria Lúcia jamais seria capaz de atingir o seu estereótipo de mulher.
Josefino parte atrás do seu sonho. Maria Lúcia, ainda meio atordoada com a perda, fica recolhida em sua casa dias a fio, sem saber o que fazer, é então que lê o primeiro livro e se começa a interessar pela leitura, (Josefino esquecera-se do livro que levava para a viagem quando se fora despedir de Maria Lúcia.) até então Maria Lúcia dava muito mais valor às brincadeiras lá fora, às sensações quotidianas, às aventuras pelos campos, nunca se importara até então com o futuro, com a perda, sempre viveu, simplesmente.
Josefino acaba de partir, entra no comboio e lembra-se que deixou o livro para a viagem em casa de Maria Lúcia.
“Como é que me fui esquecer da porcaria do livro, logo em casa da Lúcia que nem sequer o abrirá, bem o sei, básica e desinteressada como é. Dá demasiado valor à simplicidade para perder tempo com um livro, que a poderá até levar a questionar todo o seu passado.” Pensou Josefino, convicto de que a distancia intelectual que os separava não tinha fim.
Após 3 horas de viagem Josefino chega à próxima paragem, é uma aldeia maior. Pega então no telefone (ainda não havia aquela peste chamada telemóvel, caso contrario Josefino nem sentiria tanto a falta do livro, bom companheiro de viagem) e liga a Maria Lúcia.
Mãe de Lúcia: Estou?
Josefino: Olá boa tarde, fala o Josefino, podia chamar a Maria por favor?
Mãe de Lúcia: Só um bocadinho que ela está no quarto…
(“Estranho, a Maria nunca está fechada em casa a esta hora, anda sempre lá fora a correr pelos campos e a pregar partidas a toda a gente” pensou Josefino esquecendo rapidamente o pormenor e não lhe dando a devida importância.)
Maria: Josefino, então como está a correr a viagem?
Josefino: Está a ser fantástica por enquanto, a paisagem é extraordinária mesmo. Irias adorar ter vindo comigo. (Por se ter esquecido do livro foi-se distraindo com a paisagem. Não e a primeira vez que faz esta viagem, mas nunca se tinha dado ao trabalho de contemplar a paisagem)
Maria: Oh, partiste assim de repente, nem me perguntaste se gostaria de ir também. Assumiste desde logo que eu nao ia. (Maria sabia que Josefino partira atrás de um sonho, já mais que uma vez lhe tinha dito que na aldeia nunca iria encontrar uma mulher à sua altura)
Josefino: Mas tu com toda a certeza não irias gostar da viagem, vou para a cidade grande, não te ias adaptar. Só irias gostar deste pequeno bocadinho que em nada se compara ao tipo de viagem que programei.
Maria: Por vezes não é a viagem que conta, é o percurso que fazemos, são os pequenos pormenores que fazem com que uma viagem inteira valha a pena.
Josefino: Sim, em parte tens razão. (Josefino, que falara tantas vezes com pessoas intelectuais, ligadas à ciência, à educação e a outras áreas eruditas nunca ouvira uma afirmação do género)
Maria: Deixaste cá um livro, acabei por começar a lê-lo, a tua recente falta quebrou-me a rotina.
Josefino: Em pouco tempo volto, vais voltar à tua vida normal.
Maria: Não sabes, essa tua viagem pode mudar a tua vida e por consequência a minha.
Josefino: Pois, de facto, mas não creio que em tão pouco tempo tanta coisa possa mudar. (Josefino deixava de ter argumentos válidos para as afirmações de Maria.)
Maria: Pronto Josefino, espero que a viagem corresponda a todas as tuas expectativas, bem sei o quanto desejavas esta viagem.
Josefino: Até breve Maria.
Josefino não ligou a mais ninguém, apesar do pequeno diálogo, houve vários momentos de silêncio, momentos esses que se assemelham áqueles em que 2 pessoas que têm imensa saudade uma da outra e acabam por nao dizer muita coisa.
Josefino volta a entrar no comboio em direcção à grande cidade. As paisagens vão-se-lhe aproximando e fugindo sem lhe dar o tempo que ele gostaria para reparar nos pormenores. Tinham-lhe dito que os pormenores eram muito importantes e ele não tinha tempo.
Três dias teriam passado, eis então que chega à cidade grande. Olha à sua volta e sente-se completamente perdido, vê pessoas “estranhas”, pessoas que caminham apressadamente atrás do que lhes não foge. Tenta meter conversa com um senhor que apressadamente desce a rua, tinha boa aparencia, diria que pertencia ao tribunal, ou a uma agencia de advogados, acartava consigo um livro da constituição da republica portuguesa.
Josefino: Boa tarde, poderia por favor dizer-me onde poderei almoçar?
Senhor: Jovem, não me parece que consigas frequentar os sítios que costumo frequentar. (Escusado seria dizer que Josefino aparentava precisamente aquilo que era, um miúdo da aldeia perdido numa grande cidade).
Josefino sentou-se num restaurante, não se importava nada com o dinheiro que poderia vir a gastar, afinal, a sua viagem poderia terminar assim que ele quisesse.
Não acostumado a cardápios como lá lhe chamavam, perguntou ao senhor da mesa, que por sinal seria garçon, quais os pratos que aquele estabelecimento dispunha.
- Não se importaria, por favor, de consultar o cardápio? responde-lhe.
- O quê? Retorquiu Josefino.
- O cardápio, a carta, a ementa, como lhe deseje chamar.
- Ah sim, peço imensa desculpa.
Josefino não percebia quase nada do que se lhe era oferecido na carta. Acabou por pedir um “bife a cavalo”, o qual teve de descrever ao garçon, que desconhecia por completo a expressão. Afinal Josefino, que se julgava bem superior à sociedade da sua pequena aldeia, no meio da cidade era um completo ignorante.
Passadas duas semanas de ter chegado, já se tinha ambientado à cidade e à sua funcionalidade, já saía à noite, já começara a falar com mulheres aparentemente inteligentes, que bebiam, sorriam e tinham um comportamento social muito requintado.
Ao que parece parte do seu objectivo começava a ser atingido. Na manhã seguinte decide ligar a Maria. Já tinha ligado à família a dizer que ninguém conhecia o "típico" ovo a cavalo, “cambada de estúpidos” chamou-lhes na conversa com o pai. Liga entao a Maria.
Atende a mãe de Maria que lhe explica que a sua amiga de sempre tinha saído para ir ao teatro com um tal de Manuel, que estudou fora e voltara há poucos dias. A mãe fez logo questão de explicar a Josefino que Manuel era um rapaz extremamente inteligente, filho de boa gente e tirara Direito. Tencionava abrir um escritório mesmo ali na aldeia.
Josefino ficou intrigado. “Como é que será que alguém que esteve fora durante tanto tempo, conheceu a fundo pessoas extremamente inteligentes, alargou os seus horizontes, conviveu de perto com arte, literatura e teatro, que enfim, fez tudo aquilo que eu sonhei volta para a aldeia com o objectivo de ali fazer a sua vida? E ainda sai com a Maria, que nada deve ter a ver com ele” Pensou de si para si, afinal ainda não tinha feito um único amigo desde que chegara. A falta que Maria lhe fazia nesta altura “Nem que fosse para dizer um simples: É maluco, só pode”.
Já se encontrava na cidade há vários meses, já saíra com algumas mulheres, daquelas que ostentam alguém que não são e deu conta de que Maria seria uma companhia bem melhor, “agora até vai ao teatro” pensou.
Muitos dias não passaram até que Josefino decidiu voltar para casa. Afinal todas as histórias que ouvira acerca da grande cidade não passam disso mesmo. Histórias.
A vida na cidade ainda consegue ser mais rotineira que no campo pensou de si para si, reparara que ao fim de quase oito meses continuava sem amigos.
Entra no comboio de volta à sua pequena aldeia, passados 3 dias está em casa. Qual o seu espanto ao descobrir, à chegada, que Maria tinha mudado imenso desde que tinha partido nesta sua viagem. Dirige-se ao seu café de sempre para encontrar os amigos de sempre, finalmente poderia contar as suas peripécias e aventuras, que devido às suas limitações (Limitações culturais) iriam achar as suas histórias fascinantes.
Após alguns dias reencontra-se com Maria, “finalmente” pensou. Maria já não se vestia como antigamente, também se não vestia como as mulheres fúteis que encontrou na cidade. Parecia uma mulher, não parecia a menina de 18 anos que tinha visto crescer e que nunca se tinha preocupado com a sua aparência.
- Maria, tinha tantas saudades tuas, como eu te queria contar como estavam a correr as coisas na cidade. Cheguei a ligar-te, mas recordo-me que tinhas saído, devias andar a correr pelos campos como é teu costume.
- Não, ligaste-me um dia em que tinha ido com o Manuel ao teatro, gostaria de ter retornado a chamada, mas nunca tive um contacto teu, queria muito que soubesses que finalmente me começara a apaixonar.
- A apaixonar?? (Estas palavras caíram em cima de Josefino como a lâmina de uma guilhotina cai em cima do pescoço de um ladrão de maças)
- Sim, lembras-te do Manuel, filho do Sr. Hipólito da mercearia? Voltou da universidade e fomos saindo, tínhamos algumas coisas em comum, uma das quais o livro preferido. Livro esse que deixaste lá em casa antes de partires. Foste, por assim dizer, o grande propulsor da minha relação, devo agradecer-te. Parece destino, separamo-nos os dois, tu porque vais atrás da mulher dos teus sonhos, eu porque não passava pelos teus sonhos e deixas-me a "chave" da felicidade, quando julguei que tudo estava perdido. Então e tu? Conta-me como foi lá na grande cidade.
- Eu… o livro… o Manuel?? Não conheço…
- Vá eu não tarda apresento-vos. Mas conta lá da viagem.
- A viagem… A viagem não foi nada do que estava à espera, eu acho que as pessoas quando falam dela enaltecem qualidades que nem sequer as chegam a ser. Percorri ruas inteiras, sem ninguém com quem comentar o degredo que as ruas se revelavam. Gostei dos espaços culturais, de algumas conversas, de algumas amizades, se assim lhe posso chamar, que travei com uma ou outra pessoa, mas nada, nada que se possa comparar às pessoas daqui. Lá vive-se a um ritmo alucinante, não se pode confiar em ninguém e as pessoas esquecem-se de quem entra nas suas vidas. (Talvez Josefino começasse a perceber que afinal Manuel teria voltado porque já há muito se teria apercebido da decadente sociedade que habita as cidades)
- A serio? Tenho visitado cidades com o Manuel, se bem que viajo esporadicamente, nunca fiquei por lá o tempo suficiente para me aperceber dos defeitos, mas todos me pareceram muito simpáticos e acolhedores. Mesmo os espaços nocturnos, apesar do fumo que lhes é característico (Maria sempre odiou vícios estúpidos) me pareceram sítios fantásticos. Bom, vou andando Josefino, o Manuel espera-me na mercearia.
- Mas vocês namoram?
- (A afastar-se apressadamente) Eu depois conto-te, até logo!
Josefino ficou agarrado ao chão, o seu corpo mostrava-se agora incapaz de dar um passo que fosse, enquanto, na sua cabeça as ideias, os pensamentos voavam alucinantemente.
Partiu atrás da mulher dos seus sonhos (que ao que parece estaria sempre na sua vida), voltou sem a encontrar e ainda por cima perdera a sua amiga de sempre. Que mudara, entretanto para a mulher que ele sempre procurou. Tornou-se na mulher culta, apreciadora de artes, intelectual, inteligente, com um sorriso estonteante, como nunca lhe dissera.
E continuou sempre igual a si mesma. Nada nela mudou, nada nela se extinguiu, pelo contrário, toda ela renascera, toda ela o atraía. “Tenho de lhe dizer o que sinto, tenho de lhe explicar que afinal toda esta viagem só deu para perceber o quanto é importante para mim.”
Josefino dirige-se a casa de Maria.
- Maria!!! Maria!!! Preciso falar contigo. (Parecia aflito)
- Sim, o que aconteceu. (assustada)
- Maria, tenho de te contar e confessar o que tenho vindo a sentir. Desde que parti fui-me apercebendo da falta que me tens vindo a fazer. Procurei por alguém que sempre tive. E só depois de ter partido dei conta de que quem realmente queria eras tu.
- Josefino, quando partiste passei precisamente pelo que me descreves, mas fiquei, nada poderia fazer. Decidiste partir sozinho, parti do principio que querias romper com o passado. E esperei. Curiosamente no livro que me emprestaste li o seguinte “O que é teu por ti espera ou a ti virá”. Entretanto conheci o Manuel, que a meu ver veio até mim. Se é "meu" ou não o tempo o dirá.
- Mas Maria, não podes apagar o nosso passado.
- Não, não posso, mas parece que apagamos o nosso futuro, pelo menos o futuro de que falas.
- Mas como é que em tão pouco tempo foste capaz de te esquecer de mim?
- Da mesma forma de que durante tanto tempo não foste capaz de "olhar para mim. Talvez tenha sido isso. Além disso, o Manuel mostrou-me muitas coisas que eu não conhecia e fez questão de me explicar como funcionam. Apaixonei-me desde logo pela maneira como ele olhava para o que para mim era simples e banal e transformava tudo isso em algo fantástico e fascinante. Ele ia ao ínfimo de cada coisa simples que eu conhecia e tornava-a complexa. Comecei não só a apaixonar-me por ele, mas também pelas coisas que comecei a ver com ele.
Josefino, que partira com a ideia de que Maria não era nada mais do que uma amiga, voltou com a certeza de que desde sempre fora apaixonado por ela. E agora, agora mesmo que volte a partir não vai encontrar Maria, nem outra pessoa que seja parecida com ela. E se o for, certamente não o irá atrair. O amor é como a magia, cada paixao é um “truque” e um truque só é fascinante até o entendermos, depois torna-se banal.
Outras viagem esperam o Josefino, outros truques aparecerão, pensa ele.
Um dia destes no Wood surgiu a ideia de fazer uma peça de teatro, ideia de Fábio Barbosa, portanto comecei a treinar, so me falta conseguir fazer dialogos. ora aí está.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Poema à boca fechada
"Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.
Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.
Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.
Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.
Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo."
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.
Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.
Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.
Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.
Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo."
O fim como nao deve ser
Deambulas perdido num passado que te
afastou de viveres o presente, e te
impediu de ponderar o futuro. Foste
vivendo à cabra cega e até nem correu
muito mal, até à altura em que tiveste
de pensar nos objectivos que tinhas
traçado no passado. E qual o teu
espanto quando te dás conta que
caminhas à deriva num presente
cinzento e enfadonho, compensado por
uma garrafa de rum que te faz esquecer,
que te permite nao pensar, nao olhar
para a frente. Agarraste a toda a força
a um lema que não é teu e tentas viver
cada dia como se fosse o ultimo.
Quando o que devias ter feito era ter
aproveitado o ontem para hoje teres
alguma coisa que te faça pensar no
amanha. E assim vais vivendo, sem
sentido, sem medo, sem tempo, sem
esperança. Assim te deixas ir até
ao fim, ao fim de ti, ao fim de tudo.
afastou de viveres o presente, e te
impediu de ponderar o futuro. Foste
vivendo à cabra cega e até nem correu
muito mal, até à altura em que tiveste
de pensar nos objectivos que tinhas
traçado no passado. E qual o teu
espanto quando te dás conta que
caminhas à deriva num presente
cinzento e enfadonho, compensado por
uma garrafa de rum que te faz esquecer,
que te permite nao pensar, nao olhar
para a frente. Agarraste a toda a força
a um lema que não é teu e tentas viver
cada dia como se fosse o ultimo.
Quando o que devias ter feito era ter
aproveitado o ontem para hoje teres
alguma coisa que te faça pensar no
amanha. E assim vais vivendo, sem
sentido, sem medo, sem tempo, sem
esperança. Assim te deixas ir até
ao fim, ao fim de ti, ao fim de tudo.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Good-night
Then the bright lamp is carried in,
The sunless hours again begin;
O'er all without, in field and lane,
The haunted night returns again.
Now we behold the embers flee
About the firelit hearth; and see
Our faces painted as we pass,
Like pictures, on the window glass.
Must we to bed indeed? Well then,
Let us arise and go like men,
And face with an undaunted tread
The long black passage up to bed.
Farewell, O brother, sister, sire!
O pleasant party round the fire!
The songs you sing, the tales you tell,
Till far to-morrow, fare you well!
By: Robert Louis Stevenson
The sunless hours again begin;
O'er all without, in field and lane,
The haunted night returns again.
Now we behold the embers flee
About the firelit hearth; and see
Our faces painted as we pass,
Like pictures, on the window glass.
Must we to bed indeed? Well then,
Let us arise and go like men,
And face with an undaunted tread
The long black passage up to bed.
Farewell, O brother, sister, sire!
O pleasant party round the fire!
The songs you sing, the tales you tell,
Till far to-morrow, fare you well!
By: Robert Louis Stevenson
Time
As from the house your mother sees
You playing round the garden trees,
So you may see, if you will look
Through the windows of this book,
Another child, far, far away,
And in another garden, play.
But do not think you can at all,
By knocking on the window, call
That child to hear you. He intent
Is all on his play-business bent.
He does not hear, he will not look,
Nor yet be lured out of this book.
For, long ago, the truth to say,
He has grown up and gone away,
And it is but a child of air
That lingers in the garden there.
By: Robert Louis Stevenson
You playing round the garden trees,
So you may see, if you will look
Through the windows of this book,
Another child, far, far away,
And in another garden, play.
But do not think you can at all,
By knocking on the window, call
That child to hear you. He intent
Is all on his play-business bent.
He does not hear, he will not look,
Nor yet be lured out of this book.
For, long ago, the truth to say,
He has grown up and gone away,
And it is but a child of air
That lingers in the garden there.
By: Robert Louis Stevenson
The Happiest day
The happiest day -- the happiest hour
My sear'd and blighted heart hath known,
The highest hope of pride and power,
I feel hath flown.
Of power! said I? yes! such I ween;
But they have vanish'd long, alas!
The visions of my youth have been-
But let them pass.
And, pride, what have I now with thee?
Another brow may even inherit
The venom thou hast pour'd on me
Be still, my spirit!
The happiest day -- the happiest hour
Mine eyes shall see -- have ever seen,
The brightest glance of pride and power,
I feel- have been:
But were that hope of pride and power
Now offer'd with the pain
Even then I felt -- that brightest hour
I would not live again:
For on its wing was dark alloy,
And, as it flutter'd -- fell
An essence -- powerful to destroy
A soul that knew it well.
By: Edgar Allan Poe
My sear'd and blighted heart hath known,
The highest hope of pride and power,
I feel hath flown.
Of power! said I? yes! such I ween;
But they have vanish'd long, alas!
The visions of my youth have been-
But let them pass.
And, pride, what have I now with thee?
Another brow may even inherit
The venom thou hast pour'd on me
Be still, my spirit!
The happiest day -- the happiest hour
Mine eyes shall see -- have ever seen,
The brightest glance of pride and power,
I feel- have been:
But were that hope of pride and power
Now offer'd with the pain
Even then I felt -- that brightest hour
I would not live again:
For on its wing was dark alloy,
And, as it flutter'd -- fell
An essence -- powerful to destroy
A soul that knew it well.
By: Edgar Allan Poe
A Dream
In visions of the dark night
I have dreamed of joy departed-
But a waking dream of life and light
Hath left me broken-hearted.
Ah! what is not a dream by day
To him whose eyes are cast
On things around him with a ray
Turned back upon the past?
That holy dream- that holy dream,
While all the world were chiding,
Hath cheered me as a lovely beam
A lonely spirit guiding.
What though that light, thro' storm and night,
So trembled from afar-
What could there be more purely bright
In Truth's day-star?
By: Edgar Alan Poe
I have dreamed of joy departed-
But a waking dream of life and light
Hath left me broken-hearted.
Ah! what is not a dream by day
To him whose eyes are cast
On things around him with a ray
Turned back upon the past?
That holy dream- that holy dream,
While all the world were chiding,
Hath cheered me as a lovely beam
A lonely spirit guiding.
What though that light, thro' storm and night,
So trembled from afar-
What could there be more purely bright
In Truth's day-star?
By: Edgar Alan Poe
Um dia alguém me disse...
"Ainda bem que não nos é concedido tudo aquilo que pedimos, porque com o tempo percebemos que o que queremos nem sempre é o melhor para nós no preciso momento em que o pedimos." Até hoje nem sempre recebi o que queria de forma imediata, mas olhando para trás, posso dizer que sempre me aconteceu o que era mais benéfico para mim. Daí que por muitas voltas que possamos dar, chega sempre o dia em que agradecemos por tudo o que nos aconteceu, tal e qual como aconteceu, porque é aí que percebemos como todos os acontecimentos estão interligados na perfeição. E eu agradeço. É por essas e por outras que nunca acreditei em coincidências.
In: http://blackandwhitereality.blogspot.com
In: http://blackandwhitereality.blogspot.com
...
A falta de inspiraçao é assim como que
uma tremenda falta de vontade de fazer
alguma coisa, mas ter de fazer à mesma.
Há pouco pediram-me que escrevesse um
nao sei quê acerca de nao sei quem, que
só por acaso não faço ideia de quem seja,
o que facilita extremamente a tarefa
num momento de desinspiração e vontade
de dormir. Agradeço desde já este pedido
humilde e sincero, que me vai custar um
quilo de desinspiração e 500 gramas de
falta de vontade, sim trata-se de alguma
coisa para uma cozinheira. Almoço...
uma tremenda falta de vontade de fazer
alguma coisa, mas ter de fazer à mesma.
Há pouco pediram-me que escrevesse um
nao sei quê acerca de nao sei quem, que
só por acaso não faço ideia de quem seja,
o que facilita extremamente a tarefa
num momento de desinspiração e vontade
de dormir. Agradeço desde já este pedido
humilde e sincero, que me vai custar um
quilo de desinspiração e 500 gramas de
falta de vontade, sim trata-se de alguma
coisa para uma cozinheira. Almoço...
Pick One
Poucas vezes arrasto a minha vida particular
para este cantinho, talvez hoje o faça, com
uma certa reserva. (So porque hoje nao ha sol.)
É estranho cruzarmo-nos com aquilo que poderia
ter sido o nosso presente, caso nao tivessesmos
seguido outro caminho, ou feito outra escolha.
Apercebemo-nos, por fim, que o presente que
um dia imaginamos pouco provavel, se revela
tal qual desejariamos que fosse... No presente
de uma outra qualquer pessoa... Só porque
no tal passado, menosprezamos, ou talvez
tenhamos dado demasiado valor, a atitudes
completamente despropositadas no passado,
insignificantes no Presente...
para este cantinho, talvez hoje o faça, com
uma certa reserva. (So porque hoje nao ha sol.)
É estranho cruzarmo-nos com aquilo que poderia
ter sido o nosso presente, caso nao tivessesmos
seguido outro caminho, ou feito outra escolha.
Apercebemo-nos, por fim, que o presente que
um dia imaginamos pouco provavel, se revela
tal qual desejariamos que fosse... No presente
de uma outra qualquer pessoa... Só porque
no tal passado, menosprezamos, ou talvez
tenhamos dado demasiado valor, a atitudes
completamente despropositadas no passado,
insignificantes no Presente...
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Calor
Ora por aí está o calor, tao pedido por
uns nao seis quantos mil individuos de
nacionalidade portuguesa e tres romenos,
que por acaso nao tinham muita roupa de
Inverno... Estranho que lá é frio. Em
diante... Ora cá o temos e eu sem férias!!
uns nao seis quantos mil individuos de
nacionalidade portuguesa e tres romenos,
que por acaso nao tinham muita roupa de
Inverno... Estranho que lá é frio. Em
diante... Ora cá o temos e eu sem férias!!
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Eras?
E eis que do nada, mesmo do nada, apareces.
Fazes-te chegar discretamente, como quem
quer chamar a atenção de quem te espera.
Aproximas-te com essa tua estranha maneira
de primar pela diferença, pela descontracção.
E qual o teu espanto quando reparas, que afinal
quem esperavas surpreender discretamente, te
surpreende de uma forma escandalosamente subtil.
Ignora-te, da forma que "ignoramos" pequenos
erros, que se vao tornando enormes problemas
no futuro. Problemas tao grandes, que hoje te
apercebes de que passaste ao lado do que querias,
subtilmente... Discretamente... Como se nao
fosses tu... E afinal... Afinal até nao eras...
Fazes-te chegar discretamente, como quem
quer chamar a atenção de quem te espera.
Aproximas-te com essa tua estranha maneira
de primar pela diferença, pela descontracção.
E qual o teu espanto quando reparas, que afinal
quem esperavas surpreender discretamente, te
surpreende de uma forma escandalosamente subtil.
Ignora-te, da forma que "ignoramos" pequenos
erros, que se vao tornando enormes problemas
no futuro. Problemas tao grandes, que hoje te
apercebes de que passaste ao lado do que querias,
subtilmente... Discretamente... Como se nao
fosses tu... E afinal... Afinal até nao eras...
Evoluis
Quando te deixas ficar no passado, para tentar
aproveitar aquilo que poderias ter feito de
outra forma, a imaginar o que seria se realmente
te tivesses empenhado, ou agido de uma outra
forma, nao consegues evoluir. Ficas preso a um
passado que nao podes mudar, presa a um futuro
que nao podes viver. Temos de romper com o passado
se queremos viver o presente, para entao poder
ponderar o futuro. De nada te vale o arrependimento.
Até porque com o passar do tempo te irás arrepender
do proprio arrependimento de hoje, digo eu.
aproveitar aquilo que poderias ter feito de
outra forma, a imaginar o que seria se realmente
te tivesses empenhado, ou agido de uma outra
forma, nao consegues evoluir. Ficas preso a um
passado que nao podes mudar, presa a um futuro
que nao podes viver. Temos de romper com o passado
se queremos viver o presente, para entao poder
ponderar o futuro. De nada te vale o arrependimento.
Até porque com o passar do tempo te irás arrepender
do proprio arrependimento de hoje, digo eu.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
A lembrança
"Não te afastes, lembrança, não te afastes!
Rosto, não te desfaças, assim,
como na morte!
Continuai a olhar-me, olhos enormes, fixos,
como um instante me olhastes!
Lábios, sorri-me,
como me sorristes um instante!
Ai, fronte minha, aperta-te;
não deixes que se espalhe
sua forma fora do seu vaso!
Oprime o seu sorriso e o seu olhar,
até serem a minha vida interna!
— Embora me esqueça de mim mesmo;
embora o meu rosto, de tanto o sentir, tome
a forma do seu rosto;
embora eu seja ela
e nela se perca a minha estrutura! —
Oh lembrança, sê eu!
Tu — ela — sê lembrança inteira e única, para sempre;
lembrança que me olhe e me sorria
no nada;
lembrança, vida com minha vida,
feita eterna, apagando-me, apagando-me!"
Juan Ramón Jiménez, in "Piedra y Cielo"
Tradução de José Bento
Ao gato atropelado.
Rosto, não te desfaças, assim,
como na morte!
Continuai a olhar-me, olhos enormes, fixos,
como um instante me olhastes!
Lábios, sorri-me,
como me sorristes um instante!
Ai, fronte minha, aperta-te;
não deixes que se espalhe
sua forma fora do seu vaso!
Oprime o seu sorriso e o seu olhar,
até serem a minha vida interna!
— Embora me esqueça de mim mesmo;
embora o meu rosto, de tanto o sentir, tome
a forma do seu rosto;
embora eu seja ela
e nela se perca a minha estrutura! —
Oh lembrança, sê eu!
Tu — ela — sê lembrança inteira e única, para sempre;
lembrança que me olhe e me sorria
no nada;
lembrança, vida com minha vida,
feita eterna, apagando-me, apagando-me!"
Juan Ramón Jiménez, in "Piedra y Cielo"
Tradução de José Bento
Ao gato atropelado.
terça-feira, 19 de julho de 2011
Há coisas fantásticas não há??
Ainda hoje me fascinam aquelas pessoas
que entre sorrisos, abraços e miminhos,
nos conseguem mentir à força toda, nos
conseguem continuar a tentar enganar,
apesar de terem a plena noçao de que
já ninguém acredita na veracidade das
suas mentiras. Mas mesmo assim ali
continuam, sempre iguais a si mesmas,
sempre hipócritas, sempre prontas
para ajudar, se nao mais, à destruiçao.
Um bem haja a esses curajosos!!!
que entre sorrisos, abraços e miminhos,
nos conseguem mentir à força toda, nos
conseguem continuar a tentar enganar,
apesar de terem a plena noçao de que
já ninguém acredita na veracidade das
suas mentiras. Mas mesmo assim ali
continuam, sempre iguais a si mesmas,
sempre hipócritas, sempre prontas
para ajudar, se nao mais, à destruiçao.
Um bem haja a esses curajosos!!!
Roger Martin du Gard
"no olhar, no sorriso, o alegre desafio daqueles
para quem tudo está defenitivamente esclarecido
neste mundo e no outro e que se sentem serenamente
os unicos depositarios da verdade."
"One can love the people and not be able to stand their ongoing company. One can love the populace and not like to live with the individuals who compose it. Their ways of being and of thinking, their ways of being happy or unhappy, their desires, their welfare, their joys, their emotions, their sensitivity, their reactions are not my own; and I am a foreigner among them. My climate is not theirs. Whenever circumstances have forced me into contact with them, I have suffered from it."
para quem tudo está defenitivamente esclarecido
neste mundo e no outro e que se sentem serenamente
os unicos depositarios da verdade."
"One can love the people and not be able to stand their ongoing company. One can love the populace and not like to live with the individuals who compose it. Their ways of being and of thinking, their ways of being happy or unhappy, their desires, their welfare, their joys, their emotions, their sensitivity, their reactions are not my own; and I am a foreigner among them. My climate is not theirs. Whenever circumstances have forced me into contact with them, I have suffered from it."
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Ser
Enquanto sou aquilo que sempre fui,
ou a continuidade daquilo que sempre
fui sendo, tu nunca poderás ser o que
nunca foste, a menos que mudes radicalmente
e te tornes naquilo que sempre quiseste
negar, naquilo que prometeste nunca te
tornar... Terás de, por fim, admitir que,
desde sempre, até sempre não passas de uma
pequena imagem do que os outros querem que
sejas... E aí, por fim, desiludirás toda
a gente que quiseste, inocentemente
consciente, agradar com aquilo que não és.
Depois, nesse dia, vais correr atrás de tudo
e todos que foste "abandonando", por nao
corresponderem ao estereotipo daqueles que
te rodeavam... Serás aquela que todos apontam...
Serás a mentira, a farsa, a oportunista...
E, no final de contas, nao tens culpa alguma!!
Afinal todos os que nos rodeiam nao passam
disso mesmo, a imagem que a sociedade lhes
impos... Nao sao mentirosos, sao iguais aos
outros todos. Aqueles que sao diferentes, tendem
a ser melhores, mas tendem tambem a nao ser
nada respeitados e crediveis, eu sei viver com
isso, aprendi desde sempre. Será que um dia
terás essa capacidade, pergunto-me até...
Será que um dia quererás ser diferente? Será?
Sem titulo, Pode ser?
Enquanto silenciosamente gritas por mim,
Gritas por tudo o que poderia ter sido,
Gritas por tudo o que nao foi,
pelas vezes que nao estou, pelas vezes que
poderia ter estado, pelo que nao fiz.
Enquanto isso, eu digo-te de forma bem
audivel que ja nada poder ser o que foi, nada.
E há uma voz dentro de mim que murmura baixinho
e me continua a dizer que sim, que é possivel,
que nunca há-de haver um fim antes de um novo
inicio, e que nao há um futuro onde "nós"
possa ser passado. E um dia, um dia será-te muito
facil calar esse grito, dificil sera eu controlar
este pequeno sussuro consciente...
Gritas por tudo o que poderia ter sido,
Gritas por tudo o que nao foi,
pelas vezes que nao estou, pelas vezes que
poderia ter estado, pelo que nao fiz.
Enquanto isso, eu digo-te de forma bem
audivel que ja nada poder ser o que foi, nada.
E há uma voz dentro de mim que murmura baixinho
e me continua a dizer que sim, que é possivel,
que nunca há-de haver um fim antes de um novo
inicio, e que nao há um futuro onde "nós"
possa ser passado. E um dia, um dia será-te muito
facil calar esse grito, dificil sera eu controlar
este pequeno sussuro consciente...
quinta-feira, 7 de julho de 2011
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Eternal Sunshine of the Spotless Mind
How happy is the blameless vestal's lot! / The world forgetting, by the world forgot / Eternal sunshine of the spotless mind! / Each pray'r accepted, and each wish resign'd.
"A couple undergo a procedure to erase each other from their memories when their relationship turns sour, but it is only through the process of loss that they discover what they had to begin with."
Só porque me esqueci de o mencionas nos meus filmes favoritos. E porque o voltei a ver ontem...
"A couple undergo a procedure to erase each other from their memories when their relationship turns sour, but it is only through the process of loss that they discover what they had to begin with."
Só porque me esqueci de o mencionas nos meus filmes favoritos. E porque o voltei a ver ontem...
quinta-feira, 16 de junho de 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Pedido informal aos portugueses
Caros portugueses, temos sido diariamente atacados por uma nova estirpe de um virus especulativo chamada "agência de Rating". Ainda meio abalados por esse ataque, que nos coloca numa situação de falência iminente, esperamos que aqueles que "colocamos" no governo nos digam o que fazer.
Pois bem, certamente nao ficaria nada bem, nem seria considerado política e economicamente correcto, ao Sr. Presidente da Republica pedir aos portugueses, tao inocentes, coitados (de realçar a subtileza com que grande parte dos portugueses ludibria o sistema de forma a nunca declarar os seus verdadeiros rendimentos), que nao compremos tantos produtos internacionais, nao lhe ficaria nada bem pedir que tentassemos levantar o comércio nacional boicotando a entrada e a venda de produtos vindos daqueles que nos lançam diariamente para um buraco cada vez mais fundo.
Eu, que nao tenho rosto político, nem posso ser associado a qualquer partido, que até exerci o direito ou dever de voto, chamemos-lhe como quisermos, nao me limito, como a maioria, a criticar certas e determinadas decisoes tomadas pelo governo, tento, dentro das minhas limitações e consciente das limitações daqueles que me rodeiam, ajudar nesta enorme luta comercial e proteccionista, com a minha pequena contribuição ao comércio nacional. Todos sabemos que se nao adivinha um futuro radiante, mas se nada fizermos para mudar o rumo de naçao sem esperança, resta-nos o arrependimento por nada termos feito em prole de uma sociedade massacrada pela televisao, pelas agencias ou em portugues correcto "ficçao".
Portugueses, tão orgulhosos por se considerarem patriotas, façam alguma coisa, barrem os produtos "dali do(s) país(es) vizinho(s)", ajudem-se e verão que esse tal virus mais nao será do que o "cão que ladra enquanto a caravana passa".
Nao esperem que seja um ou outro cabeça de lista de partido que venha dizer para utilizarem um politica preteccionista ao que é nosso. Essas figuras estão limitadas no seu discurso, porque ao dizerem algo desse género, estariam a "assassinar" a ajuda internacional, a recusar a ajuda externa, que no final de contas, tanto precisamos. Isto por todos os anos em que assistimos à deriva de um país, que nem à água foi (de relembrar e realçar que nunca exploramos a nossa costa, talvez para nao fugir à ideologia do "partido os verdes", do qual ninguém gosta).
Por todos esses anos, por todos esses erros cometidos por todos nós (somos todos cúmplices de um crime já há muito anunciado) defendam-se, lutem, desliguem a televisao.
Pois bem, certamente nao ficaria nada bem, nem seria considerado política e economicamente correcto, ao Sr. Presidente da Republica pedir aos portugueses, tao inocentes, coitados (de realçar a subtileza com que grande parte dos portugueses ludibria o sistema de forma a nunca declarar os seus verdadeiros rendimentos), que nao compremos tantos produtos internacionais, nao lhe ficaria nada bem pedir que tentassemos levantar o comércio nacional boicotando a entrada e a venda de produtos vindos daqueles que nos lançam diariamente para um buraco cada vez mais fundo.
Eu, que nao tenho rosto político, nem posso ser associado a qualquer partido, que até exerci o direito ou dever de voto, chamemos-lhe como quisermos, nao me limito, como a maioria, a criticar certas e determinadas decisoes tomadas pelo governo, tento, dentro das minhas limitações e consciente das limitações daqueles que me rodeiam, ajudar nesta enorme luta comercial e proteccionista, com a minha pequena contribuição ao comércio nacional. Todos sabemos que se nao adivinha um futuro radiante, mas se nada fizermos para mudar o rumo de naçao sem esperança, resta-nos o arrependimento por nada termos feito em prole de uma sociedade massacrada pela televisao, pelas agencias ou em portugues correcto "ficçao".
Portugueses, tão orgulhosos por se considerarem patriotas, façam alguma coisa, barrem os produtos "dali do(s) país(es) vizinho(s)", ajudem-se e verão que esse tal virus mais nao será do que o "cão que ladra enquanto a caravana passa".
Nao esperem que seja um ou outro cabeça de lista de partido que venha dizer para utilizarem um politica preteccionista ao que é nosso. Essas figuras estão limitadas no seu discurso, porque ao dizerem algo desse género, estariam a "assassinar" a ajuda internacional, a recusar a ajuda externa, que no final de contas, tanto precisamos. Isto por todos os anos em que assistimos à deriva de um país, que nem à água foi (de relembrar e realçar que nunca exploramos a nossa costa, talvez para nao fugir à ideologia do "partido os verdes", do qual ninguém gosta).
Por todos esses anos, por todos esses erros cometidos por todos nós (somos todos cúmplices de um crime já há muito anunciado) defendam-se, lutem, desliguem a televisao.
terça-feira, 14 de junho de 2011
.........
Alheio a uma realidade que me rodeia e que,
hoje especialmente, nao me interessa nadinha,
recordo a forma como caminhas para longe de
ti mesma... Recordo aqueles momentos, em que
em silêncio prometias ser diferente. Tinhas
objectivos distantes, que te adivinhavam um
caminho longo e dificil de percorrer, mas que
te davam um certo brilho, uma certa cor que
te diferenciava dos que te rodeavam e te
chamavam louca, nos chamavam loucos...
Recordo-me de como calculei que caminhasses
sempre em direcçao a ti, ao que te completava,
ao que te fazia acordar todos os dias com esse
timido sorriso nos lábios. Hoje reparo, que
afinal, além de termos caminhado para longe
de nós, também acabaste por caminhar para
longe de ti, para bem longe de ti... Juntaste-te
áqueles que caminhavam no sentido de todos os
outros, juntaste-te áqueles sem esperança
no horizonte, afastaste-te com um medo que
não era teu, de um futuro que merecia ter sido
teu... Tudo porque um dia te deixaste invadir
por ideias que nao eram tuas, por ideias que
podias ter mantido longe dos teus passos.
Mas preferiste render-te, ficar comodamente
no mesmo sitio, enquanto as coisas acontecem à
tua volta, enquanto outros buscam o futuro que
era teu. Um dia, um dia vamos voltar atrás e
vamos dar conta de que afinal, deviamos ter
continuado a caminhar juntos para o tal futuro
incerto e diferente, porque eu nao te limitava
e tu nao me conhecias limites. Um dia.
hoje especialmente, nao me interessa nadinha,
recordo a forma como caminhas para longe de
ti mesma... Recordo aqueles momentos, em que
em silêncio prometias ser diferente. Tinhas
objectivos distantes, que te adivinhavam um
caminho longo e dificil de percorrer, mas que
te davam um certo brilho, uma certa cor que
te diferenciava dos que te rodeavam e te
chamavam louca, nos chamavam loucos...
Recordo-me de como calculei que caminhasses
sempre em direcçao a ti, ao que te completava,
ao que te fazia acordar todos os dias com esse
timido sorriso nos lábios. Hoje reparo, que
afinal, além de termos caminhado para longe
de nós, também acabaste por caminhar para
longe de ti, para bem longe de ti... Juntaste-te
áqueles que caminhavam no sentido de todos os
outros, juntaste-te áqueles sem esperança
no horizonte, afastaste-te com um medo que
não era teu, de um futuro que merecia ter sido
teu... Tudo porque um dia te deixaste invadir
por ideias que nao eram tuas, por ideias que
podias ter mantido longe dos teus passos.
Mas preferiste render-te, ficar comodamente
no mesmo sitio, enquanto as coisas acontecem à
tua volta, enquanto outros buscam o futuro que
era teu. Um dia, um dia vamos voltar atrás e
vamos dar conta de que afinal, deviamos ter
continuado a caminhar juntos para o tal futuro
incerto e diferente, porque eu nao te limitava
e tu nao me conhecias limites. Um dia.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Our problems start when we don't die young
"Everything is worth while
I regret the times we didn't spend
Watching the flowers grow
It doesn't seem to matter
Anymore who's up or who's losing
And my children look so strange
My hopes died along with happiness
Simplicity has become so complicated
From this point on it's down
Our problems start when we don't die young"
I regret the times we didn't spend
Watching the flowers grow
It doesn't seem to matter
Anymore who's up or who's losing
And my children look so strange
My hopes died along with happiness
Simplicity has become so complicated
From this point on it's down
Our problems start when we don't die young"
terça-feira, 7 de junho de 2011
País "sepultado" à Beira Mar
Aqui jaz Portugal, enterrado à Beira Mar,
de onde sempre avistou o horizonte com
curiosidade e se lançou sem medo à descoberta
do que nao conseguia ver do ponto de partida.
Um Portugal que outrora lutou por ser o melhor,
apesar da sua baixa estatura, que vingou pela
coragem dos seus filhos, criados à sua imagem.
Portugal, de coragem que se acobardou ao longo
dos tempos e agora morreu às maos daqueles que
nunca conseguiram lidar com o nosso sucesso...
Resta-nos esperar aqui, sentados, como sempre
"fazemos", (há uns e outros que vão tentando
lutar contra o "à partida" inalterável destino)
pelas novas medidas de um governo alternativo.
Independentemente do que aí venha ouvir-se-ao
muitas críticas, muitas dessas criticas por
parte daqueles que estavam a apanhar um bom
banho de sol, enquanto os outros faziam o que
realmente devia ser feito... Votar...
Sabemos que o que se aí avizinha sao tempos
negros, doentes, solitários, tristes, monotonos
e acima de tudo, destituidos de esperança,
mas nada iremos fazer para que tal mude...
E assim nos vamos deixando levar por um barco
invisivel que nos afunda, enquanto poderiamos
ter, como uns e outros que por aí andam,
os pés bens acentes na terra e olhar sem medo
um futuro menos prospero, mas nao tao negro
como outros que por "nos" passaram, mas
aparentemente incontornavel, para nós, que
nunca na realidade sentimos as verdadeiras
dificuldades. Aquelas dificuldades que os
nosso avós diziam passar e que para nós
pareciam um pouco exagero de quem já
quer enaltecer um bocadinho o seu estatuto
de pessoa com muita experiencia, que já
ultrapassou muitas dificuldades e nós como
desconfiados que somos, nao acreditavamos.
Agora vamos sentir o que eles sentiram, mas
nao vamos saber lidar com isso com a mesma
facilidade que eles, ou dificuldade...
Eu pelo menos nao gosto muito de sopa...
Verão
o mesmo inferno
de uma existência de quatro estações
(aos nove círculos sobre si mesma)
contudo com uma metereologia
mais favorável
pés turísticos havaianando
por montras que não podemos
comprar, olhando para filhos
que não podemos ter, de casais
com carros que nunca iremos
conduzir, concertos que não iremos
frequentar, estas e outras importantíssimas
lições de vida ( sem ainda sabermos
que as sevícias da vida pouco ou nada
nos ensinam),
bem ACIMA do
nosso poder aquisitivo
mas valha-nos o tempo,
que o sol brilha, a areia queima e a ondulação é perfeita,
surfando uma metáfora pelo tubo( com bandeira amarela)
da nossa afogada mas digna qualidade de vida,
ainda não vasculhando os bolsos para achar
uma moedinha para um Olá
Que deus, esse, deve estar lá para um éden fiscal,
em salutar convívio ( jactos privados, jóias e festas de cocaína)
com a troika santíssima e os adões e evas ceo´s das instituições bancárias,
que nos fazem pagar pelos nossos pecados consumistas
e falar em poemas é um falso alívio,
o descer da perna dormente
de um mero degrau da escadaria social,
como regressar da miséria à pobreza,
de puta a proxeneta,
de um sismo que não nos lega pedra sobre pedra,
a um país de alminhas em reconstrução, à mercê das armas,
saques, violações e corrupção governamental
Por: bruno sousa villar
Em: http://nomadaonirico.blogspot.com
de uma existência de quatro estações
(aos nove círculos sobre si mesma)
contudo com uma metereologia
mais favorável
pés turísticos havaianando
por montras que não podemos
comprar, olhando para filhos
que não podemos ter, de casais
com carros que nunca iremos
conduzir, concertos que não iremos
frequentar, estas e outras importantíssimas
lições de vida ( sem ainda sabermos
que as sevícias da vida pouco ou nada
nos ensinam),
bem ACIMA do
nosso poder aquisitivo
mas valha-nos o tempo,
que o sol brilha, a areia queima e a ondulação é perfeita,
surfando uma metáfora pelo tubo( com bandeira amarela)
da nossa afogada mas digna qualidade de vida,
ainda não vasculhando os bolsos para achar
uma moedinha para um Olá
Que deus, esse, deve estar lá para um éden fiscal,
em salutar convívio ( jactos privados, jóias e festas de cocaína)
com a troika santíssima e os adões e evas ceo´s das instituições bancárias,
que nos fazem pagar pelos nossos pecados consumistas
e falar em poemas é um falso alívio,
o descer da perna dormente
de um mero degrau da escadaria social,
como regressar da miséria à pobreza,
de puta a proxeneta,
de um sismo que não nos lega pedra sobre pedra,
a um país de alminhas em reconstrução, à mercê das armas,
saques, violações e corrupção governamental
Por: bruno sousa villar
Em: http://nomadaonirico.blogspot.com
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