Já confiei sem medo, já tive medo de confiar, já acertei, já errei.
Recusei o que tinhas para me dar, porque sabia que seria certamente
perdido e teria de ser chorado pelos dois, porque afinal ambos
havíamos perdido. Acariciei as tuas promessas, porque essas sim,
jamais seriam desperdiçadas, não passariam disso mesmo, de promessas
não cumpridas, de promessas para sempre. O conforto do que não
foi nunca vivido, nunca estragado, é guardar para mim a recordação
do que teria sido da promessa que nunca aproveitámos. É continuar a
sonhar com o que nunca foi, é continuar a acreditar que vamos sempre
a tempo, é confiar que as promessas são para sempre e que a qualquer
momento as podemos chamar, e é assim que acredito em nós. Vivo
assim sem desgosto, sem aquele sentimento miudinho de perda,
sem a culpa que teria tido se as promessas fossem mais que isso.
sábado, 30 de março de 2013
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