Não fica,
no limite, nada por fazer,
dissemos a quem amamos
o que tínhamos de dizer,
escolhemos entre dúvidas
sempre a resposta certa,
e sempre errámos,
mas
se errar é adormecer
aconchegado por um novo dia
pelo qual toda a noite esperámos -
os cãoes ladrando
na distância, a bruma assentando na terra,
e um último carro na estrada
a caminho de casa -
gostava de poder errar
outra vez,
para no limite
para as horas vincadas
pelo sono e achar que foram
a única vida que tive.
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