quinta-feira, 30 de maio de 2013
Esperança
Dei conta tarde, talvez. não havia percebido que perdera o nome da esperança que me guiou sempre. Tentei, pelo menos, apagar os sonhos em mim, como que num último esforço para te trazer à realidade. Vi-te, ao longe, não mais eras que um vulto que se afastava a passos largos do que sempre fomos. Quis ainda ver se te conseguia conhecer o rosto, não consegui. Tinha apenas a certeza ténue de que eras a esperança e eu nem o nome te sabia. Perguntei a alguém que caminhava no teu sentido se ao menos alguma vez te chamara. Disse-me a medo que sim e disse-me o nome. Mas o nome pouco mais era que nada, porque nunca um nome te identificaria, nunca uma definição de definiria, nunca um retrato te retrataria. Eras mais, muito mais. e eu não te consigo apanhar. E só sei que eras a esperança que me restava e estar acordado não me chega. Porque agora já não posso sonhar.
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