Para ele escrever mais não era que ficar sempre que partia, era viajar pelo mundo inteiro sentado ao lume que lhe aquecia os pés frios, era voar sem tirar os pés do chão, era estar onde nunca estivera, era sair de onde sempre esteve. para ele escrever mais não era que amar sem nunca ter amado, era morrer e acordar amanhã. Para ele escrever era descansar quando estava cansado e cansar-se quando ainda não o estava. Era pensar sem pensar e esquecer de escrever e pensar porque escrevia. Era viver uma vida que não era sua, se calhar nem era a do vizinho, era inventar o mundo que nunca ninguém vivera. Escrever mais não era que ocupar o espaço vazio no papel, era um fugir do mundo sentado numa nuvem que se não via nem ouvia, era chover ao sol escaldante. Escrever, escrever era viver o que jamais poderá viver. Escrever não era muito mais que viver numa vida que era mais feliz, outras vezes mais triste, era manter o equilíbrio, escrever era o que o prendia ao chão. Escrever era o que o fazia voar até nunca ninguém voara, escrever era cair para cima. Era ir ao centro do mundo e voltar antes do pequeno almoço. Escrever era não acordar antes de adormecer. Era um viver sem limites, era limitar a imaginação. Escrever, escrever era só isso. Uma outra forma de vida que não é, tal como não ser, escrever não era nada.Também ele não seria nada. Se a escrita não o fizesse ser alguma coisa, todos os dias. Escrever é ser, é ficar, é existir para lá do tempo, para lá do mundo, para lá do amor e para lá de tudo o que se sabe. Escrever é só de um, mesmo quando é de muitos. Escrever é perder-se nas palavras e não se encontrar em pontos finais. Escrever... Ah... Escrever, escrever é cansar a alma até sossegar o desassossego. E escrever, escrever é só isso. Não morrer todos os dias.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
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Escrever é libertar tudo o que nos vai na alma, brincar ao faz de conta, fazer como os verdadeiros poetas que fingem que é dor a dor que deveras sentem. É ser feliz enquanto se viaja no país dos sonhos, é viver aventuras por esse mundo fora ao som dos nossos passos, sem pesos nas costas e sem âncoras que nos prendem. É ser feliz sem limites, nem obrigações.
ResponderEliminarBeijinho grande.
Continua a escrever... e a sonhar.
Sim, escrever e a forma mais simples de sonhar de olhos abertos ;) Beijinho e obrigado pela visita ;)
ResponderEliminarpois. escrever.
ResponderEliminareu gosto do que escreves.
Obrigado Laura ;) Vindo de ti dá sempre um gostinho especial ;)
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