Um dia, enganado pelo seu próprio sonho e enganado pela errada ideia de que podia controlar o seu futuro, deixou-se ir, acreditando que conseguiria sempre guiar a sua vida através do sonho que um dia imaginara. Crente em todos os ideais que julgava ter, confiante nos princípios que lhe haviam dito ter foi caminhando, a medo... às vezes... Convicto noutras tantas foi sempre... Foi sempre até onde julgava ser possível. E até ali, onde um dia percebeu que às vezes os sonhos são pequenos quando se encontra algo tão maior e não mais pequeno que o amor, o amor sincero, o amor sem limites, o amor em todo o sentido da palavra, Palavra essa que um dia também lhe haviam explicado o significado. Explicaram-lhe, mas nunca lhe explicaram que o amor, por si só era um sonho, um sonho de dois, um sonho muito maior do que qualquer sonho que pudesse alguma vez perseguir sozinho. Ainda confiante nos seus princípios e ideias, deixou-se levar pelo amar, pelo gostar, pelo querer estar. Por não querer estar em mais lado nenhum... E de pés bem firmes no chão deixou-se voar, deixou-se ir pelo que era tão maior que ele. E mesmo depois de conhecer "amar" continuou, convicto, ainda mais convicto, de que seria feliz e poderia partilhar essa felicidade. Não estava sozinho, sonhar já não fazia sentido, agora podia viver. E, nunca deixando de amar, mas também nunca abandonando quem sempre fora foi destruindo o amor, aos poucos, foi-o diminuindo, acreditando que seria sempre maior que tudo. E mesmo depois de lhe terem explicado tudo, mesmo depois de ter percebido como era, nada o impediu de o perder, de perder o amor. Nada o impediu de se perder do sonho, do amor, de si, de tudo. Restava-lhe pouco agora, pouco mais que voltar a começar, que voltar a sonhar, que partir de onde, afinal, nunca havia saído. Agora, embora triste, embora desmotivado, embora sem acreditar, sabia que havia sempre algo maior, algo que seria sempre mais que a vida, ou que duas. Sabia que podia sonhar, que podia amar e que podia voar... Mas ao longo da viagem foi percebendo que amar não se escolhe e sonhar não mais é que uma ilusão. Ao longo da viagem percebeu que foi ali que se perdeu de si, do sonho, dos ideais e dos princípios. Solto de tudo, perdido de si... Vagueou... Não se sabe se voltou... A si... Não se sabe se voltou a sonhar, só se sabe que viveu e sabe-se também que provou o mais doce dos sentimentos. sabe-se que a partir dali nada foi tão doce como seria. Tudo lhe pareceu mais azedo, mais pequeno, mais nada. Dali em frente sabia que se perdera para não mais se encontrar. Restava-lhe vaguear e acreditar, acreditar que um da as recordações lhe encheriam a memória e que um dia seria feliz só por recordar tudo o que poderia ter sido e não foi. Um dia sentado... Ouviria a sua música e tê-la-ia ali tão perto.
quarta-feira, 2 de julho de 2014
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Era uma vez... Um menino muito pequenino, sentado à janela do seu quarto. Dali via um pequeno riacho, umas escadas, daquelas que já não há, ...
-
Às vezes o simples entender do andar do tempo e do desenrolar do seu processo fazia-lhe impressão ao olhar para os que lhe eram de perto......
-
Mais uma manhã de chuva, daquelas manhãs que dá vontade de não deixar ir embora porque nos embala num sono em que se fica acordado e se par...
Sem comentários:
Enviar um comentário