"É Natal, é Natal
Tudo tem mais luz
É Natal, é Natal
Já nasceu Jesu…
Oooh diacho! Mas o que é que isso tem a ver com o Natal?
Boa pergunta! Vamos ver.
Reza a lenda que neste dia nasceu Jesus, filho de Maria
E filho de José… Bem, filho, FILHO, não é
Mas ele gostava muito do menino
Pois era filho do Espírito Santo, era obra divina.
Seguindo a estrela guia iam 3 Reis magos
Trouxeram prendas para celebrar com alegria
E desde então as comemorações duram 90 dia… Não! Não é.
Vamos então voltar ao raciocínio. O Natal é tempo de paz e alegria e nada melhor do que demonstrar isso, num ambiente onde impera o espírito consumista, em tempo de crise, onde as pessoas podem passear em frente a vitrinas, ver tudo o que não podem comprar e evitam desejar. É deixar as compras para o fim só para poderem apreciar aqueles momentos especiais em que estão entre estranhos a acotovelarem-se para conseguir comprar aquela última prenda que tem mesmo de ser, sendo garantido que quem a receber vai dizer com toda a alegria: “Ah… dá jeito”. E tudo isto envolvido com decorações e música ambiente embebida de espírito natalício e nada repetitiva.
Ora isto começa quando? Outubro, que, como toda a gente sabe, é aquele mês em que o Natal faz sentido. É que chegamos a 25 de Dezembro cheios de energia e vontade de celebrar o dia em que o velho de vermelho desce a chaminé para dar prendas a quem se portou bem… Ah, esperem.
Hoje em dia já não se ensina isso às crianças. Não, a ideia de um velho desconhecido dar prendas aos meninos que se portam bem é demasiado infantil e perigosa. Para alguns pais é a questão de não quererem que os filhos digam coisas tão estúpidas como: “Eu acredito no Pai Natal” ou “Sou uma criança que não pode desenvolver a sua imaginação para não envergonhar os meus pais quando eles estiverem a forçar-me a repetir coisas que não percebi mas que me obrigaram a decorar para parecer inteligente e eles poderem pavonearem-me aos amigos e desconhecidos”.
Para outros é o perigo do bicho papão do século XXI, o pedófilo. Isto é o que acontece na cabeça destes pais se ensinarem aos filhos o mito do Pai Natal: “OH, OH, OH, criancinha, estás por aqui sozinha? Onde estão os teus pais? Não estão aqui? OH, Oh, ooooh… e tu foste um bom menino, criancinha? Sim? Queres que eu te dê um docinho, meu pequenino?” – e depois só ficam a saber quando a criança lhes disser: “Mamã, papá, (coça a cara) hoje vi o Pai Natal! Ele apareceu e eu disse: ‘Oh, Pai Natal o que me trouxeste como prenda?’ E ele disse: ‘Herpes’ – Isso é o quê?”
Ter medo dos pedófilos é tão 2003, hoje em dia o maior medo dos vossos filhos não é serem abusados por velhos nojentos, é serem amigos da avó no facebook:
“Oh meu pequerruchinho, quem é esta menina? É a tua namorada, é? É a tua namoradinha? Parece impossível, ainda ontem, parece-me, andavas tu a correr todo nu pela casa da avó, com a piroquita a dar a dar e a espalhar cocó pelas paredes depois de teres feito xixi na tua roupinha. Olha! Acho que tenho aqui algumas fotos disso, vou procurar e perguntar ali ao vizinho como é que se põem fotografias aqui nisto. Ai que riqueza, este meu menino.” – Eu também tenho medo.
Mas então o que é o Natal? É tempo da família? É tempo para mimar os nossos entes queridos com prendas? É trazer um bocadinho de alegria polvilhado com magia à imaginação das crianças? É celebrar o nascimento do menino Jesus? Se sim, lembrem-se que os presépios estão desactualizados, o burro e a vaca estão fora, porque o Papa sabe que vocês não são estúpidos e nunca iriam acreditar que num estábulo há animais… já mães virgens e um “pai” crédulo é garantido. É caso para pensar em que vaca e burro estaria o Papa a falar!
Mas estamos a divagar.
Eu não sei o que é o Natal para vocês mas seja o que for, espero que não seja o tema dos vossos tempos livres enfiados em centros comerciais a sentirem-se mal porque não têm dinheiro para poder comprar, comprar, comprar. Eu sei que é difícil não nos sentirmos assim, até porque não há nada como aproveitar um tempo festivo de alegria para nos deitar abaixo e ser tudo menos positivo. Mas podemos tentar, o Natal pode ser divertido. É claro que assim não é mas também, a levar com isto durante 3 meses o que seria? Vejam o Carnaval brasileiro, por exemplo, é giro, tudo é alegria, que se lixe se vivem numa favela, ali é dança, é cor, é ritmo, é festa, são 3 dias. Imaginam o brasileiros a sambar durante 90 dias? Não haveria muitos sorrisos…
É por isso que vos digo, a Carnaval são 3 dias e o Natal são 3 meses… mas não devia.
Bom mês de Natal a todos."
Aristocratas
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
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