A viagem chegou, recordo-me termos voltado a discutir todos os pontos em que os nossos mundos não tocariam. Recordo-me.
Voltámos, o tempo passou e eu dou comigo, parado, como aqueles que tanto havia criticado, dou comigo a ser racional, ponderado. E dou contigo a aproveitar tudo o que te foi ensinado e a correr o mundo à procura de novas experiências, sensações, descobertas.
Tudo para que, há uns tempos atrás, tivéssemos descoberto que nos ensinámos a ser o que naõ queríamos. Deixámos que os nossos mundos se cruzassem, embora invertidos novamente. Acabamos, ao fim de todo este tempo, por nos aceitar como sempre fomos... Diferentes... Com objectivos distintos e com formas muito particulares de interpretar a realidade que se nos rodeia.
Sempre noite e dia... Sempre em mundos opostos, mas com uma enorme capacidade para nos apoiarmos e continuarmos a sentar-nos naquele mundo pequenino que fora tão nosso, para contemplar todos os "erros" que se nos esbarraram. É engraçado como agora entendo perfeitamente o facto de quereres aprender tudo o que te era dado a ensinar, admito agora, com um certo pesar, que devia ter tentado ser um bocadinho como tu, até porque o medo, muitas vezes surge do que desconhecemos. Agora entendo e admito que se tivesse dado ouvidos ao que me poderia ter sido ensinado, não teria medo ao desconhecido. Tal como já tinha dito, o que nos torna velhos não é o tempo, mas, talvez, o medo de conhecer novos espaços. E enquanto tu te davas ao trabalho de descobrir, eu queria um mundo que nunca existira, que tu sem medo, acabaste por inventar. E eu fui criando este medo de entrar nesse mundo inventado por ti, que eu já tinha procurado, mas não tive a capacidade de inventar.
E um dia, talvez, num estranho momento de eclipse "eterno" possamos ficar juntos e misturar os nossos dois mundos e esperar que não seja o caos que havíamos perspectivado naquele Verão...
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